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26.10.11

A Insustentável Leveza do Ser [Milan Kundera]

Ed. Companhia de Bolso, 1982
 – 312 páginas:
Estou tentando fazer a lista dos meus melhores 10 livros. Está difícil, pois gosto de muitos livros e também porque já li tantos que não sei se estou esquecendo-me de algum muito importante. Escolhi este para entrar nela.
Com certeza é daqueles livros que para entender tudo que o autor quer passar tem que ser lido 2 vezes. É filosófico sem ser chato, nos faz refletir sobre a nossa vida e as escolhas que fazemos, pois são elas que direcionam o nosso destino.
Tem uma parte do livro que não me esqueço até hoje, onde Tomas gostaria de poder saber como seria sua vida a partir de uma escolha feita, de maneira a pode fazer a escolha certa. 
É realmente um livro imperdível, e mesmo sendo antigo, ainda é bem atual, pois os anos passam, mas os dilemas da alma humana continuam os mesmos. A história é envolvente, os personagens são bem trabalhados e só pela trama em si, o livro já valeria a pena, mas ele é muito mais que um romance, são páginas recheadas de trechos que realmente enriquecem, como alguns que destaco abaixo.: 
“Pelo fato da vida ser, relativamente, tão curta e não comportar “reprises”, para emendarmos nossos erros, somos forçados a agir, na maior parte das vezes, por impulsos, em especial nos atos que tendem a determinar nosso futuro. Somos como atores convocados a representar uma tragédia (ou comédia), sem ter feito um único ensaio, apenas com uma ligeira e apressada leitura do script. Nunca saberemos, de fato, se a intuição que nos determinou seguir certo sentimento foi correta ou não. Não há tempo para essa verificação. Por isso, precisamos cuidar das nossas emoções com carinho muito especial.” 
“Enquanto as pessoas são ainda mais ou menos jovens, e a partituras de suas vidas ainda está nos primeiros compassos, elas podem juntas fazer a composição e trocar os temas, (…), mas quando se encontram numa idade mais madura, suas partituras musicais estão mais ou menos terminadas, e cada palavra, cada objeto, significa algo de diferente na partitura do outro.”
 “... deitar com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher)” 

Foi adaptado para o cinema pelo diretor Philip Kaufman sob o nome de The Unbearable Lightness of Being, com o ótimo ator Daniel Day-Lewis no papel de Tomas e Juliette Binoche fazendo a Tereza. 

Sinopse: 

A história acontece em Praga e em Zurique, em 1968, e atravessa algumas décadas. Narra os amores e os desamores de quatro pessoas: Tereza e Tomas, Sabina e Franz. Por força de suas escolhas ou por interferência do acaso, cada um deles experimenta, à sua maneira, o peso insustentável que baliza a vida, esse permanente exercício de reconhecer a opressão e de tentar amenizá-la. É permeada pela invasão russa à Tchecoslováquia e pelo clima de tensão política que pairava em Praga daqueles dias.


7 comentários em "A Insustentável Leveza do Ser [Milan Kundera]"

  1. EU LI E É UM DOS MEUS MELHORES LIVROS *-*
    Também não consigo fazer uma lista de 10melhores livros =/ são muitos, e sou apaixonado por tantos e tantos, acho que a lista de 50melhores, talvez eu consiga hahaha
    Tenta fazer lista de 20, pode ser mais fácil que 10 em ;D

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  2. Cara Gi, percorri o caminho inverso com este livro de Kundera, aliás, ainda não acabei de percorrê-lo. Assisti ao filme por causa da badalação à época de seu lançamento e também por causa do nome que me soava maravilhoso "A insustentável leveza do ser" - é genial. Apaixonei-me pelo enredo e pela belíssima Lena Olin (e olha que tinha Juliette Binoche hein). A fotografia escura me jogava num labirinto de imagens tristes, uma loucura. Por causa deste sentimento estranho que me atormentava adquiri o livro. Foi um impulso, queria ler Kundera, passar pelo olhar deste escritor. Mas por incrível que pareça acabei não lendo e o livro ficou esquecido até hoje ao ler sua resenha. Ele vai ser separado hoje mesmo, muito devido a este seu comentário: "os anos passam, mas os dilemas da alma humana continuam os mesmos" - brilhante por sinal.

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  3. Nossa, deve ser ótimo, muitas indagações que faz vc pensar sobre a vida,

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  4. Eu já tinha muita vontade de ler esse livro, e a sua resenha, e principalmente os trechos que você colocou, só me fizeram ter mais curiosidade ainda! Parece ser um livro belíssimo!
    beijos!

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  5. Adorei a resenha e a sinopse! Este eu fiquei com muita vontade de ler.
    Gosto de filosofia e de ter a mente aberta para novos conceitos. Outra coisa legal é que todos nós já pensamos sobre isto: o que aconteceria se soubéssemos o resultado de nossas escolhas!
    Boa indicação!! Obrigada.
    bjs

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  6. Esse é um dos clássicos que ainda não li. Não vi o filme, porque sempre prefiro ler o livro antes, portanto ainda não fiz nem uma coisa nem outra. Mas quero muito ler e concordo que é um daqueles livros para se ler com calma, até mais de uma vez, apreendendo cada frase. Um livro que só enriquece, com certeza.

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  7. Eu tenho esse livro e também tenho o filme. Quando li o livro, achei muito confuso, talvez eu não estivesse preparada para ler esse tipo de literatura. Acho que vou reler. Mas a história é boa e vale a pena ler. Achei sua resenha maravilhosa.

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