Ed. Planeta, 2009 - 432 páginas: |
Matthew Sobol era um gênio da indústria de games, um bilionário criador de uma dezena de jogos online que viraram febre. Sua morte prematura deixou milhares de jogadores deprimidos em todo o mundo. Mas os fãs de Sobol não foram os únicos que notaram a morte dele: assim que o obituário dele é lido na internet, um daemon que estava dormente é ativado, iniciando uma corrente de eventos em um mundo hipereficiente e interconectado planejado por Sobol antes de sua morte. Com os segredos do gênio enterrados junto com ele e com novas fases do plano sendo reveladas, implantadas e protegidas por seu Daemon, surgirá uma resistência disposta a decifrar os intrincados planos e livrar o mundo da ameaça do inimigo sem rosto. Se a resistência falhar, todos terão de aprender a viver em uma sociedade na qual o ser humano não está mais no controle.
Avatar virtual de Matthew A. Sobol, PHD, fundador da Cyberstorm Entertainment.
Deamon, Daniel Suarez, 2009, é para os livros de ficção científica o que Matrix foi para o similar gênero cinematográfico: uma revolução. A trama começa como um drama policial, onde logo após a morte de Matthew Sobol, um gênio da informática e presidente de uma grande corporação de jogos eletrônicos, funcionários de sua empresa são misteriosamente assassinados, de maneiras nada convencionais. Isso causa um verdadeiro frenesi na mídia, que ainda está em burburinho com a morte de Sobol.
O detetive Peter Sebeck, um experiente policial da Califórnia, fica encarregado de investigar os assassinatos, porém, ao descobrir que o culpado não é um ser humano, e sim um tipo de sistema de computador que responde a eventos específicos, um “Deamon”, Sebeck é forçado a entregar o caso nas mãos da polícia federal, o FBI.
Mas, mesmo afastado, o detetive é surpreendido quando o Deamon passa a se comunicar com ele. E para piorar a situação, o programa consegue de forma incrível derrotar uma força-tarefa do FBI e matar vários policiais, o que gera uma situação de grande desconforto para o governo e suas agências de segurança.
Em vista do grave acontecimento, Sebeck resolve continuar a investigação por conta própria, e recruta Jonh Ross, um consultor de informática que é na verdade um hacker com objetivos obscuros. A medida que o livro avança e Sebeck e Ross vão tomando conhecimento do que realmente é o Deamon, uma cortina de acontecimentos ligados a Matthew Sobol e ao programa vão se fechando sobre eles e também sobre a sociedade como um todo: grandes corporações são invadidas e tem suas operações controladas por uma força obscura; organizações criminosas internacionais são colocadas de joelhos e obrigadas a se submeterem a mesma força desconhecida; presidiários, pessoas com suas carreiras destruídas, nerds rejeitados que vivem no submundo, pequenas empresas sem importância, todos são misteriosamente recrutados por uma entidade secreta, passando a fazer parte de uma organização que parece ter um arsenal infinito de recursos a sua disposição, e que lhes promete um futuro libertador.
Logo, Sebek e Ross se vêem em um verdadeiro beco sem saída, sem conseguir deter o misterioso programa e forçados a esconder o que sabem do próprio governo, que também passa a perceber que muito pouco ou nada pode fazer para deter o Deamon. As agências de segurança (NSA, CIA, FBI, DARPA, DIA) são paulatinamente derrotadas pelo programa, o que é perturbador.
A história transcorre por cenários variados e interessantes, indo de paraísos fiscais perdidos em ilhas do Oceano Atlântico até fases em video games de tiro em primeira pessoa (FPS) e jogos online de fantasia medieval (MMORPG), aliás, uma das melhores partes da trama acontece justamente em um desses jogos, o que é de fato inovador.
Porém, ao mesmo tempo em que a idéia do Deamon me deixou hipnotizado pela história, fazendo com que eu devorasse as páginas do livro para saber qual o real objetivo da coisa e como os protagonistas iriam escapar das situações, ela também me deixou desnorteado, pois tudo que é narrado é perfeitamente possível no nosso mundo cada vez mais conectado e controlado pelos computadores. Parte de tecnologia descrita ainda é experimental, mas programas Deamon existem no planeta há décadas; agora mesmo, enquanto você lê esse texto, milhares (talvez milhões) de aplicativos desse tipo estão rodando no Sistema Financeiro, nos sistemas de controle de tráfego aéreo, em usinas de energia, no seu Facebook, e em toda a Internet.
Muito além de uma boa história, acho que Daniel Suarez quis passar um alerta, um aviso para a sociedade, pois a tecnologia que propicia tantas coisas boas também pode ser utilizada para o mal, tudo se resume as intenções de quem detém o conhecimento e os recursos. E vou logo avisando: a história não acaba em Deamon, existe uma segunda e final parte chamada Freedom, que lerei o mais rápido possível!
Resenhado por: | |
André L.A Barreto, Consultor em TI, Microempreendedor, Indie Game Developer e Escritor amador. |
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desse livro, mas achei interessante quando você falou que tudo que acontece no livro é possível, já li muitas histórias assim que me deixaram refletindo! Amei a resenha!
Beijos... Samantha Culceag.
Só pra Menores
Que interessante! Não conhecia esse livro, nem o autor.
ResponderExcluirGostei demais da resenha. A impressão é que o livro consegue abordar um tema tão atual de forma fantástica.. cheia de tensão, lugares interessantes, reflexões, etc.
Se tiver a chance, com certeza lerei.
bjs
Esse livro é diferente de tudo o que já li. Isso de um sistema de computados estar por trás de todos os acontecimentos é novo pra mim e muito interessante, quero ler pra saber como o autor passa tudo isso pra o leitor sem parecer tudo muito fantasioso. Gostei :)
ResponderExcluirOi André!
ResponderExcluirAchei o enredo muito louco, principalmente se pensarmos no aspecto possível desse controle virtual sobre nossas vidas. Apesar do livro ser de 2009 não o conhecia, parabéns pela resenha.
Beijos... Elis Culceag.
* Arquivo Passional *
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia o livro e nem o autor. Achei bem legal a forma que autor escreveu a estória e como ela nos fazer querer saber o que vai acontecer com o personagem. Gosto muito desse tipo de livro que prende o leitor e nos faz a cada página querer ler mais. Esse é um livro que me vejo lendo. Quem sabe na próxima?
Bjs.
Não conhecia o livro, mas achei bem interessante esse enredo. E fiquei meio que com medo agora, depois dessa reflexão final. haha :x As coisas tecnológicas estão cadas vez mais avançadas e pode sim ser usada de forma nada legal. =s Nunca vi um enredo assim, parece instigante. Daqueles que a gente não solta até acabar. Espero ter oportunidade de lê-lo algum dia.
ResponderExcluirGostei da resenha, mas não me identifiquei com o livro!
ResponderExcluirPorém achei a mensagem da obra super válida, principalmente na atual sociedade moderna o/.
Gostei do enredo do livro e da sua resenha, bem construído e impactante, fez eu ficar um pouco pensativa sobre esse negócio de tecnologia, enfim.
ResponderExcluirPelo título achei que fosse uma estória sobrenatural...
ResponderExcluirO tema é bem atual, visto que a tecnologia é algo que interfere na vida das pessoas.
Quem não usa (ou não possui algo moderno) pode ser considerado um (ser) excluído, alienado...
Eu gostei muito do filme Matrix (o 1) e se for este estilo mesmo sei que vou curtir este livro...
Parabéns pela resenha. Bjs
não conhecia esse livro,muito obrigada pela dica
ResponderExcluirSe esse livro é considerado uma revolução para o gênero, como o "Matrix" também foi, já mostra todo o poder dele. A trama me agradou completamente, pois me amarro em histórias assim. E essa proximidade com o real, só vem para dar um toque a mais. Fiquei bem curioso pra ler.
ResponderExcluir@_Dom_Dom
Não conhecia o livro mas me pareceu uma obra muito bem feita. Apesar de tudo, não seria um tipo de leitura para agora, já que ficção científica não me atrai muito.Mas para que gosta do gênero é uma excelente indicação.
ResponderExcluirNão é meu gênero de leitura =/
ResponderExcluirQue nome instigante para o livro. Achei a premissa bem interessante, essa coisa de gênio em games, é algo bem difícil de se encontrar para um gênero no livro.
ResponderExcluirnão é o tipo de gênero que me agrada :/
ResponderExcluirNão ta na minha lista !
bj, dréa
A questao é.. A Planeta vai lançar Freedom? Porque Daemon saiu aqui em 2011 e ainda nada.
ResponderExcluirOi Fernando
ExcluirDesculpe-me a demora em responde-lo, mas o meu contato na Planeta estava de férias e só retornou agora.
Bem, infelizmente a Planeta perdeu os direitos da obra e não vai publicar Freedom.
um abraço