S.
C. Stephens é uma autora best-seller que gosta de passar cada momento livre
criando histórias que são embaladas com emoção e com bastante romance.
Seu
romance de estreia, Thoughtless (lançado aqui no Brasil com o título de Intenso
Demais), um impensado triângulo amoroso, cheio de angústia, paixões intensas e
o inesquecível Kellan Kyle, transformou o mundo literário em uma tempestade.
Maravilhada e surpresa pela resposta vinda do lançamento de Thoughtless em
2009, mais histórias vieram rapidamente. Stephens não parou de escrever desde
então.
Além
de escrever, Stephens gosta de passar tardes ao sol lendo romances fabulosos,
carregar seu iPod com músicas, ir ao cinema e passar um tempo de qualidade com
seus amigos e família. Ela mora atualmente no fantástico Noroeste do Pacífico
com seus dois filhos igualmente lindos.
Você
sempre quis ser uma escritora ou isto representou uma súbita mudança de direção
na sua vida?
SCS: Eu sempre tive o desejo de escrever, mas sem
nenhuma verdadeira história para contar. Escrevi cenas aqui e ali, apenas para
odiá-las depois e jogá-las fora. Eu quase joguei Intenso Demais fora um monte
de vezes, mas eu gostava tanto que não podia simplesmente jogá-lo. Alguma coisa
ficava me impulsionando a continuar, a finalizar. Além de completar a história,
a grande mudança para mim foi falar sobre isso. Eu sou uma pessoa muito
privada, e decidir contar às pessoas que eu escrevi uma história, e um romance
como este, foi difícil para mim. Têm sido um processo gradual que só agora eu
estou começando a ficar confortável. Algo assim.
O que iniciou o seu interesse na
escrita?
SCS:
Como disse anteriormente, eu sempre tive o desejo de escrever. Eu me interessei
por diferentes gêneros, mas aquele que eu sempre retornava quanto tentava
escrever alguma coisa era o romance. É a minha parte favorita em um livro,
esteja eu lendo-o ou escrevendo-o – o primeiro olhar, a atração inegável, a
saudade, o desejo, a exploração eventual. Eu sou louca por histórias de amor.
Escrevi pedaços de pequenas cenas aqui e ali, mas não avancei mais do que
algumas páginas até que comecei Intenso Demais. Depois que comecei esta
história, não consegui parar.
Como você escreve?
SCS:
Eu sou do tipo de garota que escreve seguindo o instinto. Normalmente tenho uma
ideia de onde quero que a história vá, ou certos pontos que quero alcançar ao
longo do caminho, mas este é um processo muito orgânico. Geralmente eu tenho um
final em mente quando começo uma história, mas nem sempre. Às vezes tenho dois
ou três, e não saberei exatamente como vai terminar até chegar lá. É como ver
um filme se desdobrar em minha mente, e às vezes as coisas que acontecem me
chocam completamente!
Tiveram
algumas partes em Intenso Demais onde algumas pequenas coisas que aconteceram
mais cedo na história se tornaram críticas mais tarde. O fato de a Kiera não
gostar de falar com Griffin, por exemplo. Eu não tinha ideia do quão importante
este detalhe se tornaria no enredo. Ou a visita da Anna. Quando a Kiera falou
pela primeira vez com a Anna, eu não tinha ideia de como seria essa visita, de
mal a pior. Nada disso foi planejado, e acabou que algumas delas tornaram-se as
partes favoritas dos fãs.
Algumas
coisas que eu tenho certeza que acontecerão na história simplesmente não
funcionam quando eu chego lá. Eu tenho dúzias de notas no meu quarto, com
vários tipos de ideias, algumas delas escritas em coisas realmente engraçadas,
como sacos descartáveis, toalhas de papel, post-its, envelopes, cartões
profissionais – qualquer coisa que esteja perto quando a ideia surge na minha
cabeça!
Possivelmente
a coisa mais difícil sobre Intenso Demais foi a maneira como o escrevi. Eu
escrevi todas as cenas mais importantes primeiro e depois voltei para
conectá-las. Porém, quando os personagens começaram a evoluir e crescer, eu
comecei a inserir cenas, embaralhando algumas coisas, mudando quando e onde outras
cenas aconteciam, e removendo aquelas que não funcionavam mais. Por exemplo, o
tapa ouvido por todo o bar originalmente acontecia na casa deles... bem na
frente de Denny, e as cenas das confissões aconteciam mais tarde, na garagem, e
não incluía muito da história do Kellan... porque eu não tinha escrito a cena
que inspirou sua trágica infância neste ponto. Foi uma boa experiência de
aprendizado entretanto, e cada história que eu escrevi depois de Intenso Demais
foram mais lineares – capítulo um até o final. Tive muito menos partes
reescritas desta forma.
Eu tento escrever todos os dias, preferivelmente de manhã bem
cedo, antes dos meus filhos acordarem. Quando eu comecei pela primeira vez,
demorei entre 3 e 4 meses para finalizar uma história. Eu tenho estado muito
mais ocupada agora, então levo um pouco mais de tempo. Eu também tenho escrito
sequências ultimamente, o que leva mais tempo do que uma história nova, desde
que há vários aspectos dos romances anteriores que eu tenho que lembrar. De
várias maneiras, novas histórias são muito mais fáceis.
Quais cenas você mais gosta de
escrever?
SCS: Eu
amo escrever as partes pesadas. Quanto mais emocional uma cena é, mais fácil é
para mim escrevê-la – a cena de chuva em Intenso Demais, a luta na sala de
trás, Lucas e Sawyer na rua, em Collision
Course, A luta de Teren por sua família na série Conversion – este tipo de coisa flui melhor para mim. Eu
normalmente não tenho nem que pensar a respeito... Apenas sento, assisto tudo
acontecer em minha mente, e digito o mais rápido que posso. É muito diferente
escrever uma cena pesada do que lê-la. Eu fico completamente envolvida e
inserida na história quando eu as leio, mas não é o mesmo efeito de quando eu
as escrevo. Principalmente porque eu sei o que todos estão sentindo e pensando,
e como as coisas eventualmente vão terminar.
As
cenas de sexo são as minhas próximas favoritas de escrever. Até mesmo as cenas
de flertes são divertidas. Eu amo escrever momentos sensuais, quando os
personagens estão levando um ao outro à loucura, em um bom sentido. É ainda
mais divertido quando eles não deveriam estar atraídos um pelo outro, como em Intenso
Demais e isso é tudo relativo. Eu amo a angústia.
Como você escolhe os nomes de seus
personagens?
SCS:
Na maioria das vezes eles vêm à mim enquanto estou escrevendo. Às vezes o nome
virá a mim quando outro personagem o fala. Lucas, por exemplo. Sua mãe não
parava de chama-lo de Luc, então este virou seu nome. Sawyer era uma garota
única, então eu amo que ela tenha um nome literário único, e este foi o
primeiro que surgiu em minha mente. Alguns nomes eu pesquisei para que combinasse
com a nacionalidade de outros. Halina, por exemplo. Os nomes das garotas
líderes são geralmente os que eu mais gosto. Foi muito legal poder usá-los em
algum lugar!
Alguns
nomes eu pensei a respeito por algum tempo... Nika e Julian ficaram sem nome
por muito tempo. Alguns foram bastante deliberados. Hunter. Chance. Jessie,
porque era o diminutivo de Jéssica. Kai foi um nome que eu ouvi num programa de
TV há muito tempo atrás, e eu sempre amei. Teren era o nome do último cliente
com quem eu trabalhei. Eu amo como primeiro nome, e incorporei na história como
um último nome que foi dado a ele para honrar a sua família. Denny e Kellan
eram favoritos para mim desde o início, embora eles tenham sido trocados –
Kellan era o Denny e Denny era o Kellan. Denny soa mais australiano para mim
porém (graças ao filme Fúria Indomável), então eu troquei. E, vamos encarar
isso: Kellan é um nome sexy.
Você pode compartilhar
conosco como você obteve o feedback on line enquanto escrevia Intenso Demais? E
o impacto que este feedback teve no livro?
SCS: Eu não ia realmente compartilhar Intenso Demais, mas pura curiosidade me impulsionou a postá-lo. Eu queria
saber se era bom, se eu tinha algum talento em contar uma história. Decidi
postá-la no ficitionpress.com principalmente porque eu poderia fazê-lo
anonimamente através de um pseudônimo. Postei um capítulo de cada vez e
imediatamente me apaixonei pelo feedback instantâneo. E, muito para a minha
surpresa, a maioria dos feedbacks eram muito, muito positivos! Até o final,
eles eram.
Inicialmente você
liberava os seus livros completamente de graça. Quando isto mudou e o que a fez
começar a vendê-los?
SCS: Eu tive muitos pedidos de fãs por uma versão escrita dos meus
livros para tê-los em suas estantes. Eu os queria na minha estante também,
então eu comecei a pesquisar sobre autopublicação. Havia diferentes sites
disponíveis, mas eu decidi usar o createspace.com, desde que eles eram
vinculados com a Amazon.com. Uma vez que a versão escrita de Intenso
Demais estava pronta, as pessoas começaram a me
perguntar se poderiam comprar o ebook. Foi uma decisão difícil para mim, mas
depois de uma grande quantidade de coragem, eu decidi tratar a escrita mais
como uma carreira e menos como um hobby, e comecei a cobrar pelo meu material.
Conte-nos sobre os vários canais de
distribuição que você usou e como eles ajudaram-na a alcançar diferentes
públicos.
SCS:
Nicky Charles têm sido minha mentora de autopublicação desde o início. Ela me
seguiu para o fictionpress.com e me encorajou a utilizar o feedbooks.com, que
converte histórias em ebooks gratuitos. Eu amava a maneira que eles viam os
romances profissionais, e então eu converti cada uma das minhas histórias. Os
ebooks se espalharam como fogo através da internet assim que eles foram
convertidos em ebooks, a minha base de fãs cresceu aos trancos e barrancos.
Quando eu decidi cobrar por eles, Nicky sugeriu o smashwords.com. Eu amava o
fato de que o Smashwords era vinculado com a Barnes & Noble, Sony, e Apple, então este era lugar
perfeito para começar a vender os meus livros. Depois do Smashwords, eu decidi
publicar na Amazon’s Kindle Direct Publishing, e então os usuários do kindle
poderiam obter uma cópia também. A popularidade de Intenso Demais e suas sequências têm sido muito maiores
do que eu jamais imaginei que seriam.
Como você mantém contato com seus numerosos fãs e
seguidores?
SCS:
Atualmente, meu principal meio de manter contato é pela minha página do facebook.
Eu posto músicas e imagens que me inspiraram, assim como atualizações e coisas
que eu esteja trabalhando no momento, além de teasers de romances que estão
vindo. Eu também tenho um email, que está escrito nos meus livros, e eu recebo
muitos comentários maravilhosos e perguntas. E também através do meu site - http://authorscstephens.com/.
Você trabalha com um
editor? Se sim, como você o encontrou?
SCS: Eu trabalho. Mando todos os meus manuscritos para uma mulher
chamada Debra Stang. Ela faz um excelente trabalho por um preço razoável. Eu a
encontrei na verdade nas páginas amarelas on line, e entrei em contato através
de seu site. Uma amiga minha também me ajudou com Effortless e Collision Course.
Você gosta de reler
seus livros, ou cenas particulares deles, depois que foram publicados? Se sim,
você acha que eles te afetam de maneira diferente com o passar do tempo?
SCS: Durante o processo de edição eu leio a história tantas vezes que
chego ao ponto de nunca mais querer lê-los! Mas quando este sentimento passa, e
eu pego o livro novamente, eu aprecio as cenas tanto quanto a primeira vez. Eu
ainda rio, ainda choro e ainda me apaixono.
Romance contemporâneo é
um gênero literário vasto e popular. Quais você acha que são as chaves para
conectar-se com o público deste tipo de história?
SCS: Pelo feedback que eu recebi dos fãs, é com a emoção que eles se
conectam. Eles são puxados para dentro da história e têm sentimentos pelos
personagens, às vezes positivos, às vezes negativos. O realismo da história
também toca as pessoas. Eu tive muitos fãs que diziam que ler Intenso
Demais era como ler uma história sobre suas vidas.
Tive outros que me diziam que ler o livro os faziam reavaliar seus
relacionamentos. É muito surreal para mim que algo que escrevi pode ter tal
efeito em alguém.
Qual a sua parte favorita em ser um autor independente?
SCS: Eu tenho sido somente um autor independente, então eu não sei
como comparar com um autor publicando tradicionalmente. Eu amo ter um completo
controle sobre o que eu escrevo. Eu amo poder compartilhar todas as minhas
histórias com os meus fãs, e não apenas aquelas que uma terceira pessoa
considera digna de serem publicadas. Nem todos os livros que eu escrevi são
famosos, mas cada um deles recebeu um feedback positivo de alguém. Se eles
ficassem no meu computador para sempre, e ninguém fosse capaz de lê-los, não
seria tão divertido para mim.
Gisela!
ResponderExcluirÉ muito bom poder conhecer um pouco mais sobre uma autora, sua vida, sua forma de escrever, suas inspirações, etc.
Sempre tenho curiosidade em saber como os escritores buscam os nomes das personagens e gostei de ver a forma como ela relatou as escolhas dela.
Bem interessante, embora tenha achado a entrevista um tanto longa.
cheirinhos
Rudy
gostei muito do livro pretendo comprá-lo
ResponderExcluirbeijos
Blog: livro-azul.blogspot.com.br
conhecer sobre um autor e seus metodos de escrita é realmente inspirador.... que bom que ela não jogou seu livro fora... fico pensando em quantas obras boas não foram jogadas fora por conta da insegurança de seus autores,
ResponderExcluirOi, tudo bem?
ResponderExcluirGostei muito da entrevista. Achei muito bom conhecer a autora desse livro que eu quero ler.
Apesar de não me interessar pelos livros da autora, é sempre bacana conhecer um pouco mais sobre a vida daqueles que nos transportam para uma "outra realidade". Gostei da entrevista!
ResponderExcluirbjs
Adorei saber mais da autora e conhecer quem escreve os livros sempre é bom rs.
ResponderExcluirA divulgação que esta sendo feita encima do livro é enorme, espero gostar dele.
Uma pena muitos autores disperdiçarem o que podia ser um bom livro por insegurança. Adorei saber o modo de escrita que ela usa, essa é uma curiosidade minha, e acho que se eu fosse escrever um livro seria como ela faz, primeiro as partes centrais depois volto e faço o recheio rs,
beijos.
O início dela como escritora foi gradual e não intencional. Algo que vem de dentro dela, que ela é. Amei a reportagem. Muito bom conhecer a escritora e pretendo conhecer a escrita dela posteriormente.
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