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10.11.14

A Vingança da Amante [Tamar Cohen]

A-Vingança-da-Amante-Tamar-Cohen
Ed. Recors, 2014 - 336 páginas:
      Sally e Clive viviam uma grande paixão proibida. Por cinco anos, Sally orquestrou sua rotina de jornalista freelancer e mãe de dois filhos para conciliar suas obrigações com os encontros tórridos e casuais com Clive. Daniel, seu marido, nunca desconfiou que a mulher tivesse um caso com um amigo da família. Um dia, sem mais nem menos, o amante resolve pôr um fim ao relacionamento extraconjugal na tentativa de salvar o casamento de mais de vinte anos, mas Sally não aceita o término. Ela fica obcecada pelo amante e não tem ideia de que essa obsessão pode levá-la a um caminho sem volta.  

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“Os fatos e acontecimentos apreendidos por nossa consciência e coloridos por nossa Afetividade serão chamados de Vivências, portanto, essas Vivências terão sempre caráter individual e particular em cada um de nós. Os fatos podem ser os mesmos para várias pessoas, as Vivências desses fatos, porém, serão sempre diferentes.” (*)

Começo a resenha com esta observação porque vamos adentrar o complicado universo da mente humana e conhecer o amargo poder do ressentimento. Como lidar com a dor de uma desilusão amorosa? O que faremos de nós (e do outro) depois de um fim? Como reunir os pedacinhos do coração e seguir em frente? Em A Vingança da Amante (Record, 336 páginas), Sally, nossa protagonista, até vai tentar, mas os caminhos que escolherá serão obscuros. Todo mundo passa por decepções, mas algumas pessoas simplesmente não conseguem lidar com esse tipo de frustração. Elas querem algo mais... querem vingança!

“Nunca se envolva com alguém que tem menos a perder que você"

Sally é uma jornalista freelancer, casada com Daniel, mas manteve um longo e ardente caso com um homem também casado, Clive. Ele vive um casamento estável com Susan há 25 anos e decide terminar o relacionamento com a amante. Sally não aceita o fim e procura a ajuda de uma psicóloga. Enquanto a dra. Helen tenta dissuadi-la da ideia de reconquistar Clive, Sally alimenta sua mágoa corrosiva. De início até tenta pôr em prática as lições da terapeuta: “inspira, barriga pra fora, expira, barriga pra dentro.” Mas a percepção do fora que levou faz a coisa desandar.

“Não lembrei a ela que minhas necessidades são apenas desejos disfarçados. Não disse que o motivo pelo qual eu não me permito sentir dor é o medo de abrir as comportas para um tsunami que vai me devastar, me reduzir a destroços contra as rochas. Não falei da raiva que, permitida ou não, chega me rasgando feito vômito, incontrolável, tóxica e com cheiro de ácido."

Embora a narrativa seja toda em formato de diário, em nada é cansativa. Pelo contrário: Sally despeja nas páginas toda sua amargura e sarcasmo cáustico. A expectativa do próximo passo é realçada a cada nova investida de Sally: aproxima-se da família do ex, sente-se a “melhor amiga” de Susan e de Emily, a filha grávida.

Temi o tempo todo: ela vai surtar, ela vai surtar! Entretanto, apesar do texto extremamente pessoal, não sabemos quem é essa mulher. O que temos ao longo das mais de 300 páginas é uma personalidade atormentada. Entendemos que o processo patológico de Sally foi disparado pela incapacidade de conviver com a perda: as promessas de felicidade ao lado do amante, de um futuro juntos. Sally não quer perder e eis o gatilho para uma sucessão de insanidades.

"Bem, não posso fingir que não seria maravilhoso ser enfim curada dessa aflição embaraçosa e debilitante. Que alívio seria acordar de manhã sem me encolher inconscientemente em antecipação ao golpe que é a consciência da perda, ou prosseguir com a minha vida levemente, livre do tumor que você representa."

Daniel é um bom marido, mas carrega o rótulo de ser “um fraco” por sua passividade diante da incapacidade financeira de manter a família. Tem uma generosidade bonita, própria das boas almas. Os filhos, vítimas de uma mãe doente, são largados. O pequeno Jamie já nem pede mais atenção e a adolescente Tilly lança à mãe desnaturada dardos de revolta e indignação. Sem efeito. Sally percebe o caos que gerou, mas permanece impassível e recolhida, concentrada apenas em sua obsessão. Ela negligencia a própria família, abandona os filhos mesmo estando dentro de casa o tempo todo. Vive entorpecida sob o efeito de zopiclone, citalopram e outras drogas que anestesiam os sentidos. É deprimente!

"Existe alguma igreja que exorciza gente malquista da vida das pessoas? Tem algum tipo de salão de beleza onde eu possa arrancar você com cera quente? Tem algum médico que possa fazer uma lavagem intestinal para me liberar de você? Existe algum arquiteto que pode reconstruir a vida que você deixou em destroços?"

O tempo todo Sally superestima a felicidade alheia. As redes sociais da família do ex são vitrines de sorrisos e vidas perfeitas, tão distantes da mediocridade de seu casamento, de sua vidinha doméstica. Para ela, os Gooding são bem-sucedidos e felizes. Eles roubaram seu futuro ao lado de Clive.

A narrativa é intensa, recheada de trechos inteligentes temperados com uma ironia perversa. Tamar Cohen disseca todos os personagens com muita habilidade, expondo dores e fraquezas, enquanto a narradora-personagem confidencia sentimentos e pensamentos duvidosos. Ponto para a autora ao construir uma Sally egocêntrica e obstinada para depois desconstruí-la (ou destruí-la?) numa mulher desequilibrada, progressivamente paranoica, envenenada por um autodesprezo deprimente. O sentimento de rejeição gera uma angústia inquietante, levando-a a usar doses cada vez maiores de antidepressivos, perdendo o controle sobre a própria vida, abandonando os cuidados com a casa, os filhos e o próprio corpo. O vazio afetivo é extremo e a perceptível despersonalização gera incapacidade para sentir emoções.

"Fui aumentada: num contexto farmacêutico, ao menos. O que é bom, porque o resto de mim se sente diminuída, reduzida, encolhida. Durmo menos, como menos, ocupo menos espaço no mundo. De alguma forma, tenho menos conteúdo agora que você não está na minha vida, por isso aceito qualquer tipo de aumento que conseguir."

Quem já teve notícias do livro sabe que há uma virada na trama – e foi por essa virada que segurei a leitura até o fim. Queria muito saber como essa história sórdida de vingança acabaria. Foi aí que pequei. Minha amiga Rízia bem que avisou que seria mais um thriller psicológico que de ação. Para altas expectativas há o risco de decepção. Não foi propriamente o que aconteceu, mas esperei mais dessa vingança. Foi genial? Sem dúvida, pelo efeito causado. A questão é que senti que todo o sofrimento de Sally e sua derrocada moral foram lentamente progressivos, mas a finalização foi rápida. O que nem de longe tirou o brilho da obra, acho que a autora foi esperta em não esmiuçar toda a elaboração da vingança, porque o texto contempla muito mais a decadência diária de Sally, que enlouquece de maneira gritante. O desfecho caminha apressado, embaçado nos detalhes, mas potencialmente agressivo e, para quem aprecia uma boa vingança, saboroso.

Fiquei como espectadora de um filme dramático, viciante, mas com certo distanciamento. Vi o sofrimento de Sally sem me sensibilizar como prefiro: colocando-me sob sua pele, absorvendo sua dor. Não julguei suas atitudes, apenas acompanhei seu processo de vingança tóxica, retroalimentada por sentimentos de baixa autoestima.

"Se eu nunca tivesse tido você, nunca teria conhecido os sentimentos que eu era capaz de ter. Isso soa como um clichê, mas acredito que para realmente conhecer o que é o amor, mesmo a paródia mais grotesca de amor que o nosso caso se tornou, é preciso primeiro conhecer o fim do amor. O amor, como a felicidade, é um sentimento que só pode ser experimentado por completo em retrospecto."

É um livro que balança o leitor, levanta o véu que recobre as sombras das nossas potenciais insanidades adormecidas. Contrapõe forças: a paixão arrebatadora e cega convertida em mágoa destrutiva (que desagua em ódio), nos esconderijos de nossa alma. Mostra o quanto uma energia represada e mal conduzida age como uma bomba, que pode até destruir o alvo, mas também espalha estilhaços ao redor.

(*) Do site: http://www.psiqweb.med.br

Link do livro no Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/405458-a-vinganca-da-amante

Cortesia da Editora Record

Cearense, fisioterapeuta e mãe. “Eu não tenho o hábito da leitura. Eu tenho a paixão da leitura. O livro sempre foi para mim uma fonte de encantamento. Eu leio com prazer. Leio com alegria.” Ariano Suassuna.

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21 comentários em "A Vingança da Amante [Tamar Cohen]"

  1. ahhhh querida Manuh, já estava com saudades de suas resenhas sempre instigantes. acompanhei os trechos que você colocava desta obra e fui me afeiçoando a ela, me sentindo parte, seria empatia? seria o ciúme em mim? não sei e tenho medo da cadeira do psicólogo. de médico e louco todo mundo tem um pouco, não sou diferente. só que acho que o grau de emotividade é que me derruba. a vingança é sempre algo para a qual torcemos, mas torço mais ainda pela redenção, por um final feliz, coisa romântica, vá lá, mas sou assim mesmo. então quando aumenta a fervura e amantes se digladiam fico meio depressivo. o fim do amor é algo que amargura, é veneno que bebemos sem ao menos conseguir nos livrar. não há antídoto melhor que um novo amor, mas como sair do círculo vicioso de procurar saber como anda o ex-amor? torcemos pelo pior, torcemos para que também esteja no fundo do poço. ver fotos sorridentes é o mesmo que uma faca no baixo-ventre, inaceitável. putz... acho que estou tomando as dores da personagem. culpa sua Manuh, vou botar na sua conta.
    conheço inúmeros processos autodestrutivos, aliás, acho que sou bem assim. não alimento, não tenho força pra muita coisa a não ser lamber as feridas. por essas e outras este livro me faz refletir sobre minhas fraquezas e ninguém quer saber de suas fraquezas, é melhor deixá-las nas "sombras", "adormecidas", como você bem disse querida. escondam as facas!

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  2. Manu, é muito bom ler resenhas suas. Você consegue enxergar além do superficial e isso é raro e precioso.
    A história parece muito interessante, não por conta da vingança (que, particularmente, não gosto), mas por causa da profundidade da construção dos personagens. Eles são humanos, viscerais, reais, cheios de falhas e atitudes duvidosas, assim como todos nós.
    Hoje em dia todo mundo parece feliz e satisfeito, mas no fundo, não temos a menor noção das coisas que se passam na vida dos outros.
    Pretendo ler essa história, sem expectativa de ação, mas sim de um baita livro que explora as relações e a mente humana.
    bjs

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  3. Manuh!
    Que resenha incrível.
    Realmente esse livro nos leva a perceber até que ponto a mente humana consegue ir.
    Concordo quando você diz que quem esperava ação, pode se decepcionar, mas acho que a intensidade da obra supera isso!
    Fico feliz que gostou tanto!
    Beijos

    Rizia - www.livroterapias.com

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  4. Não li ainda esse livro e fiquei bem curiosa me relação a ele. A estória me parece ser ótima. Se tiver oportunidade lerei.

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  5. tava pensando em vc hoje mesmo minha flor!
    Que saudade das suas resenhas! E você, como sempre, volta com uma super dica. Que enredo, hein? Pelas suas palavras já percebi que a Sally é uma dessas mulheres obsessiva que amam demais e não aceitam perder o controle sobre algo e com certeza ela não deixará Clive em paz o interessante é ver como a autora delineia a obra a ter tanta semelhança com a vida atual!
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  6. Não conhecia esse livro e achei o tema interessante. Fiquei surpresa, pois não é o tipo de história que normalmente me chamaria a atenção, mas estou curiosa para saber mais.

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  7. Sabe que esse livro me lembrou muito Garota Exemplar pela intensidade que ele passa? Nossa eu não conhecia mas quero muito ler porque é um dos meus gêneros favoritos... gosto desses livros que falam da mente humana =)
    Ótima resenha!

    Beijos
    Livrofagia || Fanpage

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  8. Ahh Manu, eu adoro suas resenhas, elas tem um quê de instigantes e me deixam completamente apaixonadas pelos livros. Achei a trama super interessante, sempre gosto de ler algo profundo assim, e esse livro me parece extremamente perturbador do início ao fim. Acho o tema polêmico, o que só me atrai para a leitura, e acredito que os personagens bem construídos como tu citou só fazem o enredo se tornar ainda mais marcante. Impossível não se envolver.

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  9. Eu estava doida pra ler uma resenha deste livro!!! Você não tem noção!!
    Não sabia que ele era narrado como um diário, adoro isso!!!
    Mais um ponto pra por o livro nos desejados!
    Vou adorar!! Sei que vou!!

    Amei!!!!!

    Bjksss

    Lelê

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  10. Caramba! Que livro hein? Nunca li algo parecido, mas também não sei se daria conta de ler esse kkk Como você disse, essas atitudes dela são deprimentes... Já percebi que essa mulher é completamente louca e não conseguiu aceitar de forma alguma ver a família do ex feliz... Interessante ser narrado em forma de diário, assim é possível conhecer um pouco mais a cabeça dessa doida... Estou bem dividida se lerei ou não...
    Kisses =*

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  11. Nooossa Malu, que livro intenso!
    Essa leitura não é pra mim, mas foi bom experimentar um aperitivo através da sua resenha.
    Beijos... Elis Culceag. * Arquivo Passional *

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  12. Oi Manu! Eu imaginava um livro bem diferente, na verdade nem de longe esperei uma carga psicológica tão forte. Vou ser sincera, não senti ligação nenhuma com a protagonista, conforme fui lendo a resenha e construindo sua imagem e personalidade, vi uma mulher fraca e até mesmo insensível, acho horrível abandonar os filhos por conta de homens e desejos de vingança, e o pior que nem eram sentimentos passionais pelo próprio marido. Se eu lesse teria que abrir a mente e entrar na pele dela com certeza, seria a única maneira de não julgar e entender suas motivações, mas seria uma conexão muito difícil.
    Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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  13. Nossa que super drama psicológico, fiquei bastante interessada em ler, curto muito esse tipo de livro.

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  14. Oi Manu, mais uma super resenha sua. Eu sempre curto muito ler suas resenhas. Você geralmente se aprofunda na obra, e além de olhar como um todo, também nos esmiúça sua facetas diferentes. Eu não gosto muito de livros nesta linha, mas mesmo assim você conseguiu me deixar muito curiosa sobre o desfecho da história. Será a vingança um prato saboroso?
    Bjus
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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  15. Oi, Manu!
    Cara, posso começar dizendo que você é maldosa e que escreve tão bem que me sinto analfabeta? Na boa meeeeesmo!
    Amei a tua resenha, para variar um pouco. Não dava nada pelo livro, mas agora fiquei tentada a lê-lo. Os trechos que destacou, toda essa questão de vingança, ódio, gente meio doida das ideias... é incrível! Gosto de livros que mexem com a gente assim, nos prendendo para saber o que vai acontecer depois.

    Um beijo,
    Doce Sabor dos Livros - Aguardo a sua visita!

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  16. Manu, que resenha fantástica. Confesso que não conhecia a obra e fiquei impactada apenas pela capa. O livro tem um enredo incrível com um tema bem batido, mas que ficou totalmente diferente e único, pelo menos foi o que me pareceu. Tratar de vingança é um campo bem frágil e requer estratégias para não estragar a obra. Esse ganhou um destaque e já foi para minha lista de desejados

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  17. Nossa que resenha mais empolgante,
    eu confesso que so de ler otitulo do livro ja perco a vontade de le lo, pois nunca vou conseguir ler um livro narrado por uma pessoa que trai e agostar dela, eu preciso me sentir no lugar da protagonista para o livro fluir e neste caso..acho dificil rs.
    Mas eu gosto de livros mais pisicologicos e este parece te deixar em tensão o tempo todo com o que ela vai aprontar,
    so espero que no fim este marido traira..rs, tenho ficado sem a esposa e a narradora do lviro também..não gosto de quem trai.
    beijos.

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  18. Arrasou na resenha, Manuh!!!
    Particularmente gosto bastante de tramas em que rolam vinganças, mas nesse caso, tenho certeza que torceria pra essa Sally quebrar a cara ainda mais. Não sou puritano, mas se tem uma coisa que detesto é a traição. Outra coisa é perceber o quão doente e louca é essa mulher. Já peguei antipatia por ela sem nem conhecê-la. Acho que vale a pena dar uma conferida nesse livro e ver o desfecho dele.

    @_Dom_Dom

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  19. Como fazer um comentário decente diante de uma resenha que "fala": "É um livro que balança o leitor, levanta o véu que recobre as sombras das nossas potenciais insanidades adormecidas..."
    Fala sério, Manu. Como tu consegue escrever assim? Quem sabe tu não publica as tuas resenhas? Sério...eu acho que a forma como tu escreve divina. Se alguém pegasse tuas frases, aleatoriamente poderia construir uma bela estória...Parabéns!
    Falando do livro em si, eu lembrei um pouco de "garota exemplar", principalmente quando vc fala do final...
    Eu não pretendo ler já, não me arrebatou a tal ponto, mas eu fiquei interessada. Quero saber o que acontece, o que se passa da cabeça e no coração desta ex-amante obcecada.
    Eu fiquei com certo dó da Sally, olhando o lado da mulher apaixonada, não da infiel.
    Mas, ao mesmo tempo, achei bacana a atitude de Clive ao querer salvar o casamento, como que se estivesse arrependido, enfim...
    Quando eu ler saberei mais...
    Bjs

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  20. Coincidentemente vi esse livro hoje na livraria e me perguntei se leria. Agora sei que não. O que você contou na resenha não me chamou atenção para ler.

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  21. Nossa! Que resenha impactante! Fiquei chocada como a resenha conseguiu me passar tantos aspectos da história! Porém não consigo ler livros assim, a dor e aflição que os personagens passam eu sinto e é angustiante sentir esses conflitos de sentimentos!

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