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12.6.15

Alif, o Invisível [G. Willow Wilson]

Ed. Rocco, 2015 - 352 páginas:
      Em um estado de exceção no Oriente Médio, um jovem hacker que atende pelo nome de Alif – a primeira letra do alfabeto árabe – oferece seus serviços a grupos de dissidentes sob observação do governo e faz o possível para se manter longe de problemas. Mas quando seu computador é invadido pela força de segurança eletrônica do Estado e ele se torna um foragido político 

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O livro conta a história de Alif, um hacker que ganha a vida “escondendo virtualmente” pessoas que, de alguma forma, batem de frente com o governo opressor. Tirando essa característica, era um jovem normal: Morava com a mãe, tinha amigos (poucos), e se relacionava secretamente com uma garota de classe social bem mais elevada que a dele. Sua vida começa a dar uma guinada quando, de uma hora pra outra, essa garota termina o relacionamento amoroso. Com o coração partido, resolve criar um programa ao qual o escondia completamente de sua amada. Era como se ele nunca tivesse existido no mundo virtual. Mas, como desgraça pouca é bobagem, seu mundo desmorona quando o responsável (A Mão de Deus) pela caça aos “grupos rebeldes” consegue invadir seu computador. A partir desse momento, sua vida se transforma completamente. Agora, fugir é uma questão de sobrevivência. Nessa fuga, ele é acompanhado pela sua amiga de infância/ vizinha, Dina. Além dela, ele também conta com a ajuda de amigos e algumas outras pessoas as quais ele vai conhecendo nessa jornada. E não são apenas pessoas reais, mas seres fantásticos também. Em um determinado momento, Intisar, a musa do Alif, lhe entrega aos seus cuidados um livro muito antigo, o qual também está sendo procurado pelo A Mão de Deus. A perseguição por Alif e esse livro misterioso vai tomando proporções cada vez maiores, ao ponto de mundos paralelos serem usados como rotas de fuga.

O que achei muito interessante foi ler algo ambientado no Oriente Médio. Nunca tinha lido nada que tivesse essa região como cenário, nem que abordasse a Cultura Muçulmana. Foi legal conhecer um pouco mais dessa Cultura, afinal, não só existem grupos extremistas ou homens-bombas e todas essas atrocidades as quais estamos acostumados a ver nos noticiários. Pela autora ser uma norte-americana convertida ao Islamismo, ela procurou mostrar também como uma mulher convertida é vista pela sociedade árabe.

Em relação às personagens, não achei o Alif um bom protagonista. É um garoto inteligente, tem alguns momentos de coragem (pouquíssimos), mas não passa de um medroso e imaturo. Já a Dina roubou a cena. Parece ser frágil, mas, na verdade, ela que é a forte, a destemida, e a que dá muitas lições de moral no Alif. As outras personagens secundárias também são muito interessantes. O Xeque Bilah, a estrangeira convertida, o Vikran, entre outros, dão um brilho a mais ao enredo.

A autora fez uma mistura de elementos bem interessante. Inseriu em sua trama Cultura, Mitologia, Política, Religião e Tecnologia, de uma maneira bem delicada e precisa. Nos fez mergulhar de cabeça em suas páginas.

O único probleminha que achei foram as 60 primeiras páginas. Foram muitos termos e expressões árabes aos quais não conhecia. Achei que seria interessante ou um glossário, ou umas notinhas de rodapé. Também nessas primeiras páginas tiveram umas passagens bem maçantes, principalmente as que explicavam o funcionamento dos programas de computador.

No mais, digo que foi uma ótima leitura. Indico para aqueles que gostam de uma boa fantasia e de se aventurar em tramas que abordam outras Culturas. Livro quatro estrelas. Só não ganhou a quinta, devido a esse início um pouco truncado.

http://www.skoob.com.br/alif-o-invisivel-434333ed492084.html

Cortesia da Editora Rocco

Pernambucano, formado em Artes Cênicas e apaixonado por teatro e livros. Descobriu-se leitor depois de um empurrãozinho de uma amiga. Virginiano, pé no chão e que adora a calmaria. Leitor de quase todos os gêneros literários. Afinal, quando a trama é boa, o gênero é o que menos importa.

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8 comentários em "Alif, o Invisível [G. Willow Wilson]"

  1. Dom!
    Acredito que li apenas um livro ambientado no Oriente Médio e realmente a cultura é bem interessante e diferente na nossa.
    O que achei mais interessante é ter um especialista em computação lá para aqueles lados. Talvez tenha uma noção errada do povo. Achava que tudo por lá é bem controlado e que esses acessos não seriam permitidos...kkk
    “A sabedoria começa na reflexão.”(Sócrates)
    Cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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  2. Oi, Nardonio! A ambientação de toda a história foi o que mais me interessou no livro. Não me lembro de ter lido nada que tivesse o Oriente Médio como cenário.
    O fato da autora ter usado muito os termos e expressões árabes, acho que me deixaria um pouco perdida. Mas gostei da premissa e o livro parece conter muitas cenas de ação, o que sempre me agrada.

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  3. Que interessante !
    Gostei mesmo desse livro. Sua resenha me chamou muita atenção e achei super interessante ele abordar um lugar que não estamos tão acostumados em acompanhar na literatura. Gosto de fantasias e sei que me daria muito bem com o livro [mesmo com um início meio maçante]

    Abraços,
    Rodolfo

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  4. Ouvi muitos elogios a esse livro e ele já está na lista. Não costumo ler livros de fantasia, mas esse me deixou bem curiosa e vou me arriscar.

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  5. caro Dom Dom, ao nos aventurarmos por culturas diferentes acabamos nos tornando um pouco mais tolerantes. sempre temos a pretensão de acharmos que nosso time é o melhor, que nossa religião é a correta, que nosso candidato é o único sem máculas. não nos colocamos no lugar do outro, que foi criado em ambiente diferente, universo completamente distinto daquele que estamos acostumados. por isso adoro ler de tudo e se for do outro extremo do mundo, melhor ainda. estou numa vibe de ler os nórdicos a intervalos regulares, eles são bárbaros.
    acabei descobrindo o oriente médio por intermédio de um outro veículo, foi através de um documentário iraniano chamado "a maçã". este me marcou profundamente, se tiver oportunidade assista. e vou colocar este livro em minha leituras futuras. ótima dica, ótima resenha!

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  6. O legal de você ler livros ambientados em outros países é que você viaja sem sair de casa...
    Chato quando o protagonista é sem graça e outros personagens se destacam mais que ele, mas pelo menos há outros personagens interessantes pra compensar! Concordo com você, os livros com termos que não são muito usados deveriam sempre ter seu significado no rodapé, isso facilita muito a vida do leitor!
    Bjos!

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  7. Apenas li um livro ambientado no Oriente Médio e este era um drama, que retratou uma dura realidade, por isso esse me deixou curiosa por possuir um tema que jamais imaginei retratado em um país tão diferente ao qual estamos acostumados a ver o pior lado.
    Uma pena o protagonista ter desapontado, mas Diana me deixou curiosa por parecer tão forte onde as mulheres facilmente são submissas e os homens permanecem a frente.

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  8. Já tinha visto o livro quando foi divulgado, mas por não ler a sinopse não fazia ideia do que se tratava. Confesso que é bem diferente do que eu imaginada. Também nunca li um livro que fosse ambientado no Oriente Médio. Achei a ideia bem interessante, sendo escrito por uma norte-americana convertida ao islamismo, acredito que ela pode mostrar os dois lados. Toda essa questão do terrorismo e também a a religião e pessoas que seguem suas crenças de formas menos radicais. E principalmente como a mulher é tratada nesse meio onde reina a vontade dos homens. Gostei de saber que a personagem feminina e retratada como forte.

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