Ed. Novo Conceito, 2015 - 288 páginas: |
Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente. Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava. 'A PLAYLIST DE HAYDEN' é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.
Onde comprar:
A música que antecede a implosão
Tenho uma fraqueza e um fascínio por autores que traduzem o sofrimento e os desejos da fase adolescente, que dão voz e razão a um jovem protagonista e o faz em primeira pessoa. É como se o autor passasse pela adolescência, mas ela não tivesse passado por ele, ficasse ali martelando, atormentando, esperando a eclosão, a natividade, querendo ver a luz do sol.
Se juntarmos isso à música, já deixa de ser fraqueza minha e passa a ser uma queda completa, une-se o que aprecio com aquilo que embala minha vida, é totalmente minha praia. A playlist de Hayden (Novo Conceito, 285 páginas) é este livro.
Hayden está morto e as únicas coisas que deixou para seu amigo Sam foi um bilhete – “Para Sam. Ouça. Você vai entender.” – junto a um pen drive.
E é através das canções deste pen drive que Sam tentará entender o que levou Hayden a uma morte prematura. Cada capítulo é uma canção, achei muito legal isso. Inclusive há um link em que você pode acompanhar e ouvir cada uma das canções (corra para o PC e procure pela tradução para poder entender melhor o que se passava na mente de Hayden). Acabamos mergulhando junto ao protagonista em cada uma delas, tentando com ele desvendar o mistério.
Sam e Hayden são vítimas constantes de uma turma que recebe o apelido de “trifeta” – Ryan (irmão mais velho de Hayden), Trevor e Jason. São ricos e estão sempre debaixo dos holofotes. O que adiantava ser um cara legal se quem mandava eram aqueles ditos “bons em tudo”, o centro das atenções?
“... os mais babacas eram os caras que todos os professores e os outros alunos consideravam os mais incríveis — Ryan, Trevor e Jason pegavam todas as meninas, dirigiam carros legais, tinham um monte de dinheiro. Ryan foi escolhido capitão do time de lacrosse quando ainda estava no ensino fundamental. Trevor provavelmente ia pular a universidade e ir direto para a Liga Profissional de Futebol Americano. Jason era o cara mais bonito da escola e tesoureiro do grêmio estudantil. Eles podiam fazer o que quisessem e ninguém parecia se importar se eram ou não boas pessoas, se tinham segredos...”
Após a morte do amigo, Sam passa a ser um cara famoso, mas nunca seria popular:
“... Dava pra ver que nenhum professor queria me perguntar nada por causa de Hayden. Porém, o pessoal estava mais amigável. Pessoas que nunca haviam parado para falar comigo me cumprimentaram nos corredores, e algumas até mesmo elogiaram minha camiseta. Essa estranha atenção vinda de pessoas que costumavam me ignorar me deixava confuso. Era quase como ser tratado como uma celebridade. Melhor-amigo-do-cara-morto = famoso. Como se isso fosse algum tipo de feito.”
Hoje em dia, falar a língua do jovem é dominar em essência cada uma das tribos que compõem seu dia-a-dia, é saber onde se encaixar: dork, geek, nerd, indie, hipster, emo. Estas supostas classificações praticamente definem a qual fraternidade você irá pertencer no ensino médio ou na faculdade. É assim que as coisas funcionam nos EUA. Infeliz de você se não se encaixar em nenhuma delas, será um pária, um marginal.
Sam não se enquadra em nenhuma categoria e por isso sofre bullying, amarga severamente a perda do único amigo que entenderia seu sofrimento. Porém, alguém entra em sua vida – Astrid – e transforma tudo ao redor. Encantei-me de cara com a personagem, sua forma extravagante e espontânea de enxergar a vida:
“— Eu digo algumas mentiras inocentes. Tento evitar as deslavadas, mas às vezes basta omitir a verdade...”
E não somos todos assim? Saboreei a cena do encantamento entre Sam e Astrid, fechei os olhos e também fiquei em silêncio, respeitando o momento:
“... Ela se aproximou de mim e a sala ficou em silêncio, quase como se a própria festa soubesse que alguma coisa importante estava prestes a acontecer.”
Praticamente devorei o livro. Trata-se de uma história de mistério, amor e principalmente de superação, de alguém que passou pelo inferno, tem cicatrizes, mas não se deixou abater. Cada marca é um troféu, um aprendizado em busca da esperança de dias melhores. Deixo aqui meu agradecimento sincero e emocionado à autora Michelle Falkoff, pois de certa forma me senti redimido.
Tenho uma fraqueza e um fascínio por autores que traduzem o sofrimento e os desejos da fase adolescente, que dão voz e razão a um jovem protagonista e o faz em primeira pessoa. É como se o autor passasse pela adolescência, mas ela não tivesse passado por ele, ficasse ali martelando, atormentando, esperando a eclosão, a natividade, querendo ver a luz do sol.
Se juntarmos isso à música, já deixa de ser fraqueza minha e passa a ser uma queda completa, une-se o que aprecio com aquilo que embala minha vida, é totalmente minha praia. A playlist de Hayden (Novo Conceito, 285 páginas) é este livro.
Hayden está morto e as únicas coisas que deixou para seu amigo Sam foi um bilhete – “Para Sam. Ouça. Você vai entender.” – junto a um pen drive.
E é através das canções deste pen drive que Sam tentará entender o que levou Hayden a uma morte prematura. Cada capítulo é uma canção, achei muito legal isso. Inclusive há um link em que você pode acompanhar e ouvir cada uma das canções (corra para o PC e procure pela tradução para poder entender melhor o que se passava na mente de Hayden). Acabamos mergulhando junto ao protagonista em cada uma delas, tentando com ele desvendar o mistério.
Sam e Hayden são vítimas constantes de uma turma que recebe o apelido de “trifeta” – Ryan (irmão mais velho de Hayden), Trevor e Jason. São ricos e estão sempre debaixo dos holofotes. O que adiantava ser um cara legal se quem mandava eram aqueles ditos “bons em tudo”, o centro das atenções?
“... os mais babacas eram os caras que todos os professores e os outros alunos consideravam os mais incríveis — Ryan, Trevor e Jason pegavam todas as meninas, dirigiam carros legais, tinham um monte de dinheiro. Ryan foi escolhido capitão do time de lacrosse quando ainda estava no ensino fundamental. Trevor provavelmente ia pular a universidade e ir direto para a Liga Profissional de Futebol Americano. Jason era o cara mais bonito da escola e tesoureiro do grêmio estudantil. Eles podiam fazer o que quisessem e ninguém parecia se importar se eram ou não boas pessoas, se tinham segredos...”
Após a morte do amigo, Sam passa a ser um cara famoso, mas nunca seria popular:
“... Dava pra ver que nenhum professor queria me perguntar nada por causa de Hayden. Porém, o pessoal estava mais amigável. Pessoas que nunca haviam parado para falar comigo me cumprimentaram nos corredores, e algumas até mesmo elogiaram minha camiseta. Essa estranha atenção vinda de pessoas que costumavam me ignorar me deixava confuso. Era quase como ser tratado como uma celebridade. Melhor-amigo-do-cara-morto = famoso. Como se isso fosse algum tipo de feito.”
Hoje em dia, falar a língua do jovem é dominar em essência cada uma das tribos que compõem seu dia-a-dia, é saber onde se encaixar: dork, geek, nerd, indie, hipster, emo. Estas supostas classificações praticamente definem a qual fraternidade você irá pertencer no ensino médio ou na faculdade. É assim que as coisas funcionam nos EUA. Infeliz de você se não se encaixar em nenhuma delas, será um pária, um marginal.
Sam não se enquadra em nenhuma categoria e por isso sofre bullying, amarga severamente a perda do único amigo que entenderia seu sofrimento. Porém, alguém entra em sua vida – Astrid – e transforma tudo ao redor. Encantei-me de cara com a personagem, sua forma extravagante e espontânea de enxergar a vida:
“— Eu digo algumas mentiras inocentes. Tento evitar as deslavadas, mas às vezes basta omitir a verdade...”
E não somos todos assim? Saboreei a cena do encantamento entre Sam e Astrid, fechei os olhos e também fiquei em silêncio, respeitando o momento:
“... Ela se aproximou de mim e a sala ficou em silêncio, quase como se a própria festa soubesse que alguma coisa importante estava prestes a acontecer.”
Praticamente devorei o livro. Trata-se de uma história de mistério, amor e principalmente de superação, de alguém que passou pelo inferno, tem cicatrizes, mas não se deixou abater. Cada marca é um troféu, um aprendizado em busca da esperança de dias melhores. Deixo aqui meu agradecimento sincero e emocionado à autora Michelle Falkoff, pois de certa forma me senti redimido.
Cortesia da Editora Novo Conceito |
Rodolfo Luiz Euflauzino
Ciumento por natureza, descobri-me por amor aos livros, então os tenho em alta conta. Revelam aquilo que está soterrado em meu subconsciente e por isso o escorpiano em mim vive em constante penitência, sem jamais se dar por vencido. Culpa dos livros!
*Sua compra através dos links deste post geram comissão ao blog!
Eu fiquei muito interessada no livro depois de ler sua resenha, acredito ser muito difícil escrever um livro assim, passando os sentimentos certos ao leitor, principalmente por se tratar do universo adolescente. Acho que o livro vai me tocar, mas tenho que parar de fugir de livros assim. Ultimamente andei lendo uns deste estilo e gostei, mesmo tendo chorado (sou muito manteiga derretida, chorei até com a morte da coruja do Harry Potter). Já entrou na lista de leitura.
ResponderExcluirAbraços,
Gisela
@lerparadivertir
Ler para Divertir
A Playlist de Hayden é um livro que desejo muito ler, mas ainda não tive a oportunidade. Livros como este, que retratam a perda, a dor, as cicatrizes que adquirimos ao longo da vida, mesmo que de forma sutil, sempre chamam a minha atenção. Talvez por me identificar em certos momentos, ou meramente, ter a sensação que ali foi posto, a partir das palavras de um estranho, algo que nem sempre é fácil dizer ou explicar.
ResponderExcluirMúsica e literatura é uma combinação mais que perfeita, e essa pitada de mistério que ronda a morte de Hayden, o que o levou a um ato tão extremo, parece fazer deste livro perfeito para mim. Expectativas são perigosas, mas espero não estar enganada.
Certamente irei checar a tradução das músicas que compõem o livro ao início de cada capítulo, pois desejo mergulhar o máximo possível na mente de Hayden. Mesmo com ele morto, acredito que não há melhor maneira do leitor conhece-lo do que a partir das músicas e de Sam.
Adorei a resenha.
Abraços
Oi Rodolfo,
ResponderExcluirJá até separei esse livro para ser minha próxima leitura.
Envolve música e no caso uma certa 'cura' através dela, acho que vou adorar.
Amei as quotes selecionadas.
bjs e tenha uma ótima terça.
Nana - Obsession Valley
Rodolfo querido, a impressão que tive ao ler sua resenha é que esse livro traz personagens profundos e que leva o leitor a refletir, seja ele um adolescente que se vê retratado ali ou conhece alguém que é, ou um educador ou, ainda, pais de jovens que vivem hoje situações similares. E com uma dose de mistério. Gostei muito dessa parte...rs...
ResponderExcluirValeu pela dica. Anotei aqui pra comprar. :)
bj da angel ;)
Rodolfo, querido, que delícia de resenha! Estou em casa: um bom drama envolvendo adolescentes, um mergulho nessas cabecinhas cheias de sonhos e tb de dúvidas, medos, incertezas, dores.
ResponderExcluirGosto de leituras assim especialmente por ter sido uma adolescente tímida e em busca de encaixe, cheia de perguntas e um tanto incomodada com essas panelinhas dos mais fortes ou dos mais populares.
Todos nessa fase sabem bem como é importante o pertencimento, mas certamente os descolados não percebem (ou pelo menos não profundamente) o sofrimento dos deslocados...
Dá para imaginar o que aconteceu com Hayden (a dor, o bilhete), mas há também as circunstâncias e a voz calada, que abrem a ferida tantas vezes mais depois de sua morte, dilatando o sofrimento dos mais próximos. E, claro, abrindo os olhos dos mais distanciados.
Sei que vou chorar com Sam e Hayden, vou sim! Sei que vou me apaixonar por Sam e Astrid (um amor nos salva de tantas coisas...). E sei que vou reencontrar a Manu adolescente (saudades dela) e tb estarei atenta para os detalhes que apontam para a nova juventude, afinal tb tenho filho adolescente. E fico secretamente feliz por ele ter tantos amigos e ser tão querido, mas não fazer parte dos extremos.
Quero agradecer a você pela delicadeza da escrita. Fiquei comovida ao perceber o adolescente que está bem vivo em você, tão sensível, seu encantamento e gratidão o revelam e ele é/foi um cara muito especial.
Mais um pra lista e a culpa é toda sua, mais um vez... e isso é bom.
Beijo!
Ouvi muitos elogios e para falar a verdade não fiquei muito afim de ler, mas lendo a resenha mudei de ideia. Vou dar uma chance e espero gostar; já que me pareceu ser um livro ótimo.
ResponderExcluirTenho esse livro e estou louca para ler, todos falam muito bem dele. Recentemente li os 13 porquês e de certa forma creio que ambos tenham muitas similaridades. E pela forma que você fala desse livro, sem dúvidas você o fez furar a fila da minha lista de leituras.
ResponderExcluirParabéns pela resenha, bjs.
Olá Rodolfo!
ResponderExcluirPutz!!Resenha pra lá de supimpa!!
Sempre tive interesse por livros desse gênero!E a sua resenha me deixou com uma vontade imensa de ler esse livro.
Já tinha lido a sinopse e me interessado,inclusive até tenho em ebook aqui comigo.
Parabéns pela resenha!
Grande abraço!
Que lindo Rodolfo! Me encantei com a sua resenha, com as palavras repletas de emoção. Me cativou e contagiou. Comprei recentemente este livro, e está separadinho para leitura. Mas, você me fez ver de outro angulo, e a necessidade por ler está maior.
ResponderExcluirGosto de livros com jovens escolares, me leva a uma deliciosa nostalgia. Se incluir musicas, nossa.... Uma bela trama, um romance no ar, tudo fortalece.
Amei.
Acho que não vou resistir..kkk
Bjoca
Ni
Cia do Leitor
Rodolfo!
ResponderExcluirO bullying tem sido abordado em vários livros ultimamente o que acho fabuloso, porque é um assunto que deve ser discutido com intensidade.
Levar uma criança ou adolescente a cometer suicídio por causa do bullying é bem sério.
A verdade é que sempre quis ler esse livro, mas ainda não tive oportunidade, porque música é minha praia também e desvendar um bom mistério através dela, deve ser maravilhoso!
Parabéns por expressar seus sentimentos de forma tão clara ao ler este livro.
“Se queres prever o futuro, estuda o passado.”(Confúcio)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Achei interessante essa mistura que a autora criou envolvendo músicas, bacana isso.
ResponderExcluirSem falar que pelo visto a autora soube tratar de dois temas bastante sérios - bullying e suicídio - com maestria. Sofri bullying na escola, sei bem como é, e esse sentimento de culpa dos familiares e amigos de pessoas que cometeram suicídio é bastante difícil de ser superado sem dúvida. Com certeza esse livro é uma ótima indicação.
Amei a resenha, como sempre.
Abraços!
Oi!
ResponderExcluirVi muitos comentários positivos sobre esse livro e fiquei curiosa, gostei muito da historia e fiquei curiosa para saber como a autora ira conduzir esses temas no livro, também gostei dessa mistura com musica o que para mim acaba falando muito mais e parasse que temos personagens bem escritos !!!
Adorei saber um pouco mais deste livro, ele tem vários elementos que me agradam: adolescência, perdas, bullying, música...
ResponderExcluirEu achei a capa bem atraente também.
Sam é meu tipo de "herói" favorito, fiquei lendo a resenha e torcendo muito por ele.
Que ao ouvir as músicas que seu amigo Hayden deixou ele supere a perda e não ligue por não se encaixar em lugar nenhum...
quero ler este livro!
Livros que trazem consigo uma playlist nos faz ter uma experiência extra-sensorial. Pelo que vi, a autora foi feliz tanto na parte textual da coisa, como na escolha da playlist. Acho que, apesar de ter protagonistas adolescentes, e mostrar o turbilhão que é a vida nessa fase, a autora não caiu no lugar comum de abordar os mimimis da idade, e isso já me conquistou logo de cara. Se tiver oportunidade, dou uma conferida nele.
ResponderExcluir@_Dom_Dom
Oie
ResponderExcluirEu não sabia que o livro tinha toda essa intensidade.E eu tenho uma quedinha por histórias que trazem músicas em seu roteiro.Acompanhando essas letras é muito mais fácil captar a essência de cada personagem.E mesmo não acompanho muitas histórias com protagonistas adolescentes quando são bem escritas valem muito a pena.