Engenharia Reversa
Parte XVII - Engenharia Reversa
A medida que a comitiva adentra nos túneis, o número de pessoas que os acompanham diminui drasticamente, e logo apenas Isaías com Bel em seus braços e um pequeno grupo de guerreiros continuam a caminhada. Trêmulas luzes amarelas, provenientes de chamas que dançam sobre velas espalhadas pelos cantos, iluminam pobremente o ambiente que se revela.
Ainda assustada com o que viu, Bel teme por sua vida, então, tentando desesperadamente encontrar alguma esperança, ela se lembra das últimas palavras de Maestro: "voltarei para te buscar." Será mesmo? Quem é aquele homem? Por que ele está fazendo isso? Dúvidas se tornaram constantes na mente de executiva, muitas perguntas sem respostas. Pensa em Davi. Ele pareceu tentar ajudá-la, mas estava impotente diante de tantos inimigos. Entretanto, após o sonho e tudo o que aconteceu, alguma coisa dentro de Bel a está impedindo de confiar no namorado, um sentimento conflitante cresce dentro dela, tendo como resultado mais tristeza. A única certeza que tem é o desejo de permanecer viva, com ou sem Maestro ela precisa escapar daquela situação e descobrir a verdade. "Será que vou morrer aqui? Não! Não posso!"
Subitamente, o grupo encerra a caminhada; virando a cabeça para o lado, Bel vê uma grande porta de ferro, tomada por manchas vermelhas de ferrugem que desenham padrões oblíquos em sua superfície. As mulheres que acompanham o grupo se aproximam dela, rodeando Isaías. Logo, o grande guerreiro a coloca de pé, então as mulheres removem sua gasta jaqueta a deixando apenas vestida com as parcas e sujas roupas de hospital.
- Venha conosco, Mãe, vamos cuidar de você! - Diz uma jovem guerreira que se aproxima, os cabelos ralos espetados para trás, os olhos cintilantes, destacados por lentes de contato que os deixam cor de laranja.
Um baque forte, engrenagens funcionando. A porta se abre lentamente, se movendo para a esquerda; Bel pode ver que o lugar lá dentro é bem diferente da rusticidade que presenciou até então. A sala é ampla, revelando-se algum tipo de laboratório, muito mais limpo que o ambiente exterior, embora os equipamentos espalhados pelos cantos estejam em sua maioria enferrujados. Ao centro, ela vê uma espécie de maca, fixada no chão por uma única grande peça cilíndrica, que parece ser articulada. Pendurada sobre uma extremidade da maca seus olhos vêem uma especie de braço metálico, bem fino, mas que vai engrossando a medida que sobe em direção ao teto, então, ao seguir o objeto, ela se assusta ao ver uma gigantesca máquina presa lá em cima.
A coisa lembra um antigo equipamento de raios X, porém, bem maior e um tanto disforme, Bel descobre que ela foi construída com diversas peças de equipamentos diferentes, pois várias partes distintas foram soldadas de uma maneira bruta, sem nenhum tipo de acabamento. Ao longo do corpo de metal, vários monitores antigos foram fixados, fios coloridos expostos, entrelaçados e ligando à maquina aos monitores dão um ar orgânico para aquele engenho. Percebe que outro grande cabo desce da geringonça, ficando pendurado no ar, e em sua extremidade um esquisito capacete semelhante a um bulbo, inteiramente negro, balança levemente.
Continua a observar o estranho equipamento, vê que tubos descem dele, chegando ao fundo da sala e se conectando a um conjunto de cadeiras de ferro, dispostas uma ao lado da outra, não as conta, mais são claramente mais de dez. Um cabo para uma cadeira; então se assusta ao notar que em cada assento existem grilhões para os pés e para as mãos; volta o olhar para a maca, e também nota a existência de amarras, para os pés e para as mãos. Tem um pressentimento muito ruim.
Absorta por aquela visão, Bel não percebe a garota que se aproxima dela. Se movendo vagarosamente, a recém chegada se coloca na frente da cativa. Esboça um sincero sorriso e, segurando com as duas mãos uma espécie de caneca, oferece a bebida para a prisioneira.
- Beba isso! - diz a garota mostrando os dentes em um bonito sorriso.
Bel olha para a menina, ela é mais baixa que as guerreiras, sendo quase de sua altura, e, diferente das outras mulheres ali, usa um vestido branco, de corte muito antigo, uma relíquia em forma de roupa. Não possui nenhuma placa de circuito pelo corpo ou fixada no tecido. Destoando de todos que habitam o lugar, tem a pele bastante alva e seus olhos são grandes e azuis, Bel nota certa semelhança entre ela e o estranho velho que negociou com Maestro. O cabelo da menina está inteiramente pintado de prateado, e ela o usa curto e penteado todo para trás, fixado com algum tipo de gel.
Em sua mão, a caneca rústica exala um leve vapor, que preenche o ar o deixando com uma fragrância que lembra o jasmim. Bel sente o cheiro, olha para a caneca, os vapores entram por suas narinas e, estranhamente, parecem acalmar seu coração. Ela adora jasmim, e fica perplexa pela estranha coincidência, mas daí a beber? "Não, Bel, não bebe isso!"
- Pegue! Beba! Você vai se sentir melhor, Mãe! - insiste a jovem de cabelos prateados.
"Deuses, o que faço? E que coisa é essa de Mãe?!", pensa angustiada. Então, com o máximo de delicadeza que consegue, afasta as mãos da garota.
- Olha, me desculpa, mas eu não quero beber nada, não. Eu gostaria é que vocês me libertassem! - Diz olhando a menina, os olhos transbordando esperança, as lágrimas se formando.
- Ah! Mas você precisa! E não faz idéia do quanto! A sua liberdade, sua verdadeira liberdade, começa agora! - Diz uma voz grave, arrastada, e que invade o local vindo de trás do grupo de guerreiros.
Todos voltam seus olhares para o ancião que surge das sombras, andando vagarosamente. Bel reconhece o homem, é aquele soturno velho a que chamam Zardor.
- Você é o líder aqui, não é? O que quer comigo? Olhe, se me soltar, posso ajudar todos vocês! Posso tirá-los daqui, conseguir que tenham vidas dignas, empregos...
Zardor franze a testa, então observa Bel com uma certa tristeza.
- Não precisamos disso, mamãe! Só precisamos de você! Você vai nos libertar para que possamos atingir a plenitude! - Diz alegremente a garota de vestido branco - Tome! Por favor, beba! - ela novamente coloca a caneca na frente de Bel.
- Eu já disse que não quero isso! Quero que me soltem, me deixem ir embora!
- Chega! - grita Zardor - O que fizeram com você, minha querida, é imperdoável! Tu não sabe, nem desconfia, mas quem precisa de ajuda aqui não somos nós, é você! - ele aumenta o tom da voz - Isaías, segure-a! Caçadoras, façam com que ela beba o chá!
- Não! Esperem... Esperem! Parem com isso! - grita Bel, desesperada.
O grande guerreiro agarra firmemente os dois braços dela, aplicando uma imobilização. Ao mesmo tempo, ele a empurra para baixo, fazendo com que ela se ajoelhe. A guerreira de olhos cor de laranja se aproxima, e então segura fortemente o queixo de Bel, forçando a executiva a abrir a boca. A menina de cabelos prateados olha para tudo com pesar, porém, se aproxima da prisioneira e, tentando ser o mais delicada possível, vira todo o conteúdo da caneca na boca da mulher. O líquido entra queimando e em instantes Bel sente suas forças partindo, seu corpo começa a ficar mole e sua visão a embaçar, a última coisa que vê são os grandes olhos azuis da garota, focados nela e revelando uma expressão de tristeza.
Lentamente, a consciência começa a retornar, então Bel abre os olhos. Só consegue ver um monte de pequenos quadradinhos, na verdade, os ladrilhos que preenchem o chão do laboratório. Tenta falar, mas algo em sua boca a impede, fixa os dentes no objeto e logo percebe que é uma espécie de mordaça. Sente que correntes a estão prendendo nas mãos e nos pés, então descobre que está deitada de bruços na maca, no meio do laboratório. Sua cabeça encaixada em uma abertura na extremidade do colchão, fixada de uma maneira que ela não consegue movê-la, só pode mesmo olhar para o chão.
"Filhos da puta! Desgraçados!", pensa enfurecida, surpresa por não sentir mais medo. Tenta se soltar, mas seu corpo está estranhamente dormente. Ouve um ruído ritmado, proveniente de algum tipo de motor, que preenche o ar ao fundo. Sente que não está sozinha, então, identifica as vozes de Zardor e da menina de cabelos prateados:
- Ela está pronta, vô, podemos realizar a conexão.
- Perfeito, Sabrina. Eu não acreditei que viveria para ver esse momento!
- Bel, - continua o velho - sei que está acordada, que pode nos ouvir. Eu gostaria que tivesse outra maneira, um jeito mais fácil, porém, os demônios a quem você chamava de amigos macularam o seu corpo e a sua mente, mas vamos purificar tudo! - Ele olha para a menina e faz um sinal com a cabeça.
Bel sente uma pontada na nuca, tenta gritar, mas devido a mordaça consegue apenas gemer ao sentir a dor aguda; Sabrina aplicou nela uma agulha, que está presa em um fino tubo de borracha amarela, o mesmo corre pelo chão e termina em uma máquina semelhante a uma caixa, cheia de pequenos monitores e botões.
Isaías se aproxima da máquina e então a liga. O equipamento se acende, produzindo um novo ruído e exibindo sequências de caracteres desconexas em seus monitores. Então Bel sente um incômodo formigamento em sua nuca, que a faz cerrar os pulsos aprisionados pelas amarras. Dentro de seu organismo, os nanorobôs aplicados pelo finado doutor Felipe, e que estavam adormecidos devido a um campo eletromagnético gerado dentro do Templo, são atraídos para a agulha, sendo finalmente retirados de seu corpo. A máquina quadrada começa a apitar, indicando que o procedimento foi bem sucedido.
- Excelente! - comemora Zardor - Sabrina, remova rapidamente a agulha e conecte a interface iUSB; Enfim poderemos iniciar a Engenharia Reversa e libertar nossa maravilhosa Mãe!
Isaías, Sabrina e Zardor são tomados por uma alegria extrema. O velho se dirige para o estranho capacete que pende na extremidade do cabo da grande máquina presa ao teto. Sabrina puxa da máquina um fio emborrachado, que possui um plug metálico na extremidade, então, com uma habilidade incrível, conecta rapidamente o fio no entrada do CND de Bel. A executiva sente a conexão e, mais uma vez, tenta gritar. Bel força seus pés e mãos, porém, seu corpo reage apenas com um fraco espasmo.
Do lado de fora do laboratório, olhando maravilhados para dezenas de arcaicos monitores de video, dispostos nas paredes do templo, centenas de moradores do subterrâneo acompanham a operação com uma ansiosidade crescente, o brilho da esperança refletido em seus olhares cansados.
Então, solenemente, Zardor coloca o capacete negro e bulboso. A coisa começa a se acender, e sua superfície fica repleta de centenas de diminutos leds coloridos. Eles começam a piscar com intervalos prolongados, e então, a medida que o tempo avança, aumentam a velocidade. Na grande máquina presa ao teto, todos os monitores exibem um desenho bidimensional do corpo de Bel, ao lado do gráfico, outro desenho do coração dela e seu BPM atual: 120 e subindo. Ao lado do BPM, outro número é exibido, mostrando uma contagem que começa a se aproximar das batidas do coração de Bel. Então, quando os dois números ficam iguais, os leds no capacete de Zardor passam a piscar no mesmo ritmo do coração da executiva. O velho grita:
- Estamos sincronizados! Iniciando procedimento de Engenharia Reversa.
Zardor entra na mente digital de Bel, de imediato, ele vê uma grande muralha pixelada em tons fosforescentes de verde em um fundo azul escuro. "O firewal corporativo", pensa. "Não será páreo para meus novos brinquedos". O velho mentaliza um comando, e então uma sequência de caracteres vermelhos é materializada nos leds do capecete, para em seguida, na mente de Bel, blocos tridimensionais atingirem a muralha verde, despedaçando os pixels e revelando uma explosão de luz, que se agiganta e engole por completo a visão do velho. Zardor sente um calafrio de felicidade e suas retinas se dilatam; sua consciência é lançada em um túnel translúcido e brilhante, caindo com uma velocidade absurda para dentro do núcleo da mente digital da executiva cativa, entrando no "core" do sistema biocibernético.
Bel entra em transe, sua mente subitamente para, como se fosse congelada, porém, estarrecida, ela consegue sentir tudo, sua consciência se separa de seu corpo, e agora parece que ela está em alguma espécie de vácuo, flutuando em um espaço infinito. Então, a voz de Zardor chega até ela por todos os lados:
- Bel Yagami, aqui está a verdade, aqui está a resposta que você inconscientemente buscou por toda a sua vida.
O velho mentaliza um novo comando, então uma pequena esfera azul se materializa diante de suas retinas. "A essência dela! O núcleo cromossômico de Alfa Um! Preservado por todos esses anos!", ele se maravilha ao manipular com a mente a pequena esfera, a rodando sobre seu próprio eixo e então realizando um comando de aproximação, um "zoom". Zardor mergulha dentro da esfera, que se agiganta assustadoramente, e então centenas de milhares de milhões de linhas de código o envolvem por todos os lados. Em júbilo, o velho analisa o máximo de códigos que pode, reconhecendo seu próprio trabalho. Então, alguma coisa chama sua atenção, fazendo mudar de direção dentro do espaço virtual, "Meu Deus! O quê é isso?!", ele então se aproxima de um novo bloco de comandos, comandos não presentes no código original dos bioengenheiros da SeinTech.
"Não acredito! O sistema de Bel está se desenvolvendo sozinho todos esses anos! Isso é incrível! Toda uma nova safra de habilidades foi criada! Ela está evoluindo!"
Ele agora executa um novo zoom, entrando nos detalhes das novas linhas de código, então percebe uma espécie de rede, uma proteção bioeletrônica que envolve todo o novo bloco de comandos. "Desgraçados! Eles colocaram uma contenção! Como se não bastasse mantê-la isolada de sua natureza todos esses anos! Chega!"
Zardor executa um novo comando, e, em milésimos de segundo, a rede se rompe, liberando as novas linhas de código que crescem como se fossem raízes, se espalhando por todo o sistema de Bel, provocando pequenos relâmpagos na malha infindável de código genético.
Agora Zardor se afasta, rápido, com um pensamento ele comprime a esfera, que passa a piscar incensantemente, ficando cada vez menor, até que, como mágica, desaparece.
"Cresça das cinzas, minha amada criança, minha fênix! Cesça!"
Uma explosão descomunal ocorre dentro da mente biodigital de Bel, os incontáveis fragmentos de código-fonte se espalham por sua memória, seu sub-consciente, seu CND, um turbilhão de imagens invade seu cérebro, e então toda sua vida até aquele momento passa diante de seus olhos, para então retroceder novamente, retroceder até as memórias de Alfa Um.
Ela vê Zardor quando novo, quando ainda era chamado de Willian Gaines. Um grupo de pessoas sorridentes cuidando de alguém... de algo... de Alfa Um! Vê uma paisagem de desertos e parcas árvores, reconhece a África, entende que aquela é sua terra natal. Vê seus irmãos e irmãs, brincando em uma sala de paredes brancas, levitando pequenos blocos de madeira com o poder da mente, criando interferências eletromagnéticas em equipamentos eletrônicos. Sente um conforto no coração, uma alegria que ela nunca teve. Família. Então a sequência avança, vê o lugar em que vivia crescendo, novas pessoas chegando, seus irmãos e irmãs ficando mais fortes. Um novo avanço. Pessoas assustadas, consegue sentir o medo delas. Silêncio. Ansiedade. Explosões. Soldados. Caos. Tiros. Morte. Um branco sepulcral invade sua mente.
No mundo real, Sabrina, Isaías e as centenas de pessoas fora do laboratório estão embasbacados ao verem um brilho azul emanar das costas de Bel. A coluna vertebral da mulher brilha fortemente; as imagens nos monitores começam a oscilar, a grande máquina no teto emite uma estranha vibração.
Bel recupera os movimentos em seu corpo, então, após todos esses anos ela finalmente entende. Um calafrio corta seu corpo dos dedos dos pés até a cabeça.
- Eu... Eu não sou humana. Eu sou um biocomputador! Eu sou herdeira de Alfa Um!
- Isaías! Traga os escolhidos! - Grita Zardor, não se contendo de tanta felicidade. O grande guerreiro corre para uma pequena porta, nos fundos do laboratório. Ele a abre e então um grupo de vinte adolescentes e jovens adultos entra na sala.
- Chegou o momento, escolhidos. Chegou a hora de vocês realizarem o que nasceram para fazer! Vão! Recebam a graça de nossa amada Mãe! - diz Zardor, com o estranho capacete em sua cabeça piscando alucinadamente.
O grupo se dirige para as cadeiras, e, um a um, começam a sentar. Isaías e Sabrina prontamente fixam os grilhões nos pés e nas mãos dos jovens. Logo todos estão sentados e presos. Zardor volta a se concentrar em Bel, e com um novo comando, ele grita para a mulher:
- Mãe! Compartilhe seu conhecimento, compartilhe seu poder e nos dê uma nova prole!
Bel é acometida por um choque, uma dor terrível nasce em sua cabeça e se estende por todo seu corpo. Ela grita, grita como se sua vida estivesse acabando.
Sobre cada cadeira, sobre cada escolhido, lâminas de metal descem através dos tubos da grande máquina. Uma lamina para um escolhido. O metal perfura o couro cabeludo, e os jovens gritam em pranto. Rios de sangue escorrem por suas roupas maltrapilhas, as placas de circuitos presas nelas se acendem, iluminando os cadáveres como se eles fossem árvores de natal malditas. Dentro de cada um, no meio do cérebro, uma pequena esfera de metal é criada através de um líquido introduzindo pela lâmina, diminutos filamentos saem da esfera, se espelhando pela massa encefálica. Na maca, estarrecida, Bel sente o sofrimento e a dor de cada um dos escolhidos, que não dura mais do que um segundo enquanto eles morrem em desespero. Os olhos de Zardor brilham, revelando uma satisfação incomensurável.
https://www.facebook.com/engenhariareversalivroAinda assustada com o que viu, Bel teme por sua vida, então, tentando desesperadamente encontrar alguma esperança, ela se lembra das últimas palavras de Maestro: "voltarei para te buscar." Será mesmo? Quem é aquele homem? Por que ele está fazendo isso? Dúvidas se tornaram constantes na mente de executiva, muitas perguntas sem respostas. Pensa em Davi. Ele pareceu tentar ajudá-la, mas estava impotente diante de tantos inimigos. Entretanto, após o sonho e tudo o que aconteceu, alguma coisa dentro de Bel a está impedindo de confiar no namorado, um sentimento conflitante cresce dentro dela, tendo como resultado mais tristeza. A única certeza que tem é o desejo de permanecer viva, com ou sem Maestro ela precisa escapar daquela situação e descobrir a verdade. "Será que vou morrer aqui? Não! Não posso!"
Subitamente, o grupo encerra a caminhada; virando a cabeça para o lado, Bel vê uma grande porta de ferro, tomada por manchas vermelhas de ferrugem que desenham padrões oblíquos em sua superfície. As mulheres que acompanham o grupo se aproximam dela, rodeando Isaías. Logo, o grande guerreiro a coloca de pé, então as mulheres removem sua gasta jaqueta a deixando apenas vestida com as parcas e sujas roupas de hospital.
- Venha conosco, Mãe, vamos cuidar de você! - Diz uma jovem guerreira que se aproxima, os cabelos ralos espetados para trás, os olhos cintilantes, destacados por lentes de contato que os deixam cor de laranja.
Um baque forte, engrenagens funcionando. A porta se abre lentamente, se movendo para a esquerda; Bel pode ver que o lugar lá dentro é bem diferente da rusticidade que presenciou até então. A sala é ampla, revelando-se algum tipo de laboratório, muito mais limpo que o ambiente exterior, embora os equipamentos espalhados pelos cantos estejam em sua maioria enferrujados. Ao centro, ela vê uma espécie de maca, fixada no chão por uma única grande peça cilíndrica, que parece ser articulada. Pendurada sobre uma extremidade da maca seus olhos vêem uma especie de braço metálico, bem fino, mas que vai engrossando a medida que sobe em direção ao teto, então, ao seguir o objeto, ela se assusta ao ver uma gigantesca máquina presa lá em cima.
A coisa lembra um antigo equipamento de raios X, porém, bem maior e um tanto disforme, Bel descobre que ela foi construída com diversas peças de equipamentos diferentes, pois várias partes distintas foram soldadas de uma maneira bruta, sem nenhum tipo de acabamento. Ao longo do corpo de metal, vários monitores antigos foram fixados, fios coloridos expostos, entrelaçados e ligando à maquina aos monitores dão um ar orgânico para aquele engenho. Percebe que outro grande cabo desce da geringonça, ficando pendurado no ar, e em sua extremidade um esquisito capacete semelhante a um bulbo, inteiramente negro, balança levemente.
Continua a observar o estranho equipamento, vê que tubos descem dele, chegando ao fundo da sala e se conectando a um conjunto de cadeiras de ferro, dispostas uma ao lado da outra, não as conta, mais são claramente mais de dez. Um cabo para uma cadeira; então se assusta ao notar que em cada assento existem grilhões para os pés e para as mãos; volta o olhar para a maca, e também nota a existência de amarras, para os pés e para as mãos. Tem um pressentimento muito ruim.
Absorta por aquela visão, Bel não percebe a garota que se aproxima dela. Se movendo vagarosamente, a recém chegada se coloca na frente da cativa. Esboça um sincero sorriso e, segurando com as duas mãos uma espécie de caneca, oferece a bebida para a prisioneira.
- Beba isso! - diz a garota mostrando os dentes em um bonito sorriso.
Bel olha para a menina, ela é mais baixa que as guerreiras, sendo quase de sua altura, e, diferente das outras mulheres ali, usa um vestido branco, de corte muito antigo, uma relíquia em forma de roupa. Não possui nenhuma placa de circuito pelo corpo ou fixada no tecido. Destoando de todos que habitam o lugar, tem a pele bastante alva e seus olhos são grandes e azuis, Bel nota certa semelhança entre ela e o estranho velho que negociou com Maestro. O cabelo da menina está inteiramente pintado de prateado, e ela o usa curto e penteado todo para trás, fixado com algum tipo de gel.
Em sua mão, a caneca rústica exala um leve vapor, que preenche o ar o deixando com uma fragrância que lembra o jasmim. Bel sente o cheiro, olha para a caneca, os vapores entram por suas narinas e, estranhamente, parecem acalmar seu coração. Ela adora jasmim, e fica perplexa pela estranha coincidência, mas daí a beber? "Não, Bel, não bebe isso!"
- Pegue! Beba! Você vai se sentir melhor, Mãe! - insiste a jovem de cabelos prateados.
"Deuses, o que faço? E que coisa é essa de Mãe?!", pensa angustiada. Então, com o máximo de delicadeza que consegue, afasta as mãos da garota.
- Olha, me desculpa, mas eu não quero beber nada, não. Eu gostaria é que vocês me libertassem! - Diz olhando a menina, os olhos transbordando esperança, as lágrimas se formando.
- Ah! Mas você precisa! E não faz idéia do quanto! A sua liberdade, sua verdadeira liberdade, começa agora! - Diz uma voz grave, arrastada, e que invade o local vindo de trás do grupo de guerreiros.
Todos voltam seus olhares para o ancião que surge das sombras, andando vagarosamente. Bel reconhece o homem, é aquele soturno velho a que chamam Zardor.
- Você é o líder aqui, não é? O que quer comigo? Olhe, se me soltar, posso ajudar todos vocês! Posso tirá-los daqui, conseguir que tenham vidas dignas, empregos...
Zardor franze a testa, então observa Bel com uma certa tristeza.
- Não precisamos disso, mamãe! Só precisamos de você! Você vai nos libertar para que possamos atingir a plenitude! - Diz alegremente a garota de vestido branco - Tome! Por favor, beba! - ela novamente coloca a caneca na frente de Bel.
- Eu já disse que não quero isso! Quero que me soltem, me deixem ir embora!
- Chega! - grita Zardor - O que fizeram com você, minha querida, é imperdoável! Tu não sabe, nem desconfia, mas quem precisa de ajuda aqui não somos nós, é você! - ele aumenta o tom da voz - Isaías, segure-a! Caçadoras, façam com que ela beba o chá!
- Não! Esperem... Esperem! Parem com isso! - grita Bel, desesperada.
O grande guerreiro agarra firmemente os dois braços dela, aplicando uma imobilização. Ao mesmo tempo, ele a empurra para baixo, fazendo com que ela se ajoelhe. A guerreira de olhos cor de laranja se aproxima, e então segura fortemente o queixo de Bel, forçando a executiva a abrir a boca. A menina de cabelos prateados olha para tudo com pesar, porém, se aproxima da prisioneira e, tentando ser o mais delicada possível, vira todo o conteúdo da caneca na boca da mulher. O líquido entra queimando e em instantes Bel sente suas forças partindo, seu corpo começa a ficar mole e sua visão a embaçar, a última coisa que vê são os grandes olhos azuis da garota, focados nela e revelando uma expressão de tristeza.
Lentamente, a consciência começa a retornar, então Bel abre os olhos. Só consegue ver um monte de pequenos quadradinhos, na verdade, os ladrilhos que preenchem o chão do laboratório. Tenta falar, mas algo em sua boca a impede, fixa os dentes no objeto e logo percebe que é uma espécie de mordaça. Sente que correntes a estão prendendo nas mãos e nos pés, então descobre que está deitada de bruços na maca, no meio do laboratório. Sua cabeça encaixada em uma abertura na extremidade do colchão, fixada de uma maneira que ela não consegue movê-la, só pode mesmo olhar para o chão.
"Filhos da puta! Desgraçados!", pensa enfurecida, surpresa por não sentir mais medo. Tenta se soltar, mas seu corpo está estranhamente dormente. Ouve um ruído ritmado, proveniente de algum tipo de motor, que preenche o ar ao fundo. Sente que não está sozinha, então, identifica as vozes de Zardor e da menina de cabelos prateados:
- Ela está pronta, vô, podemos realizar a conexão.
- Perfeito, Sabrina. Eu não acreditei que viveria para ver esse momento!
- Bel, - continua o velho - sei que está acordada, que pode nos ouvir. Eu gostaria que tivesse outra maneira, um jeito mais fácil, porém, os demônios a quem você chamava de amigos macularam o seu corpo e a sua mente, mas vamos purificar tudo! - Ele olha para a menina e faz um sinal com a cabeça.
Bel sente uma pontada na nuca, tenta gritar, mas devido a mordaça consegue apenas gemer ao sentir a dor aguda; Sabrina aplicou nela uma agulha, que está presa em um fino tubo de borracha amarela, o mesmo corre pelo chão e termina em uma máquina semelhante a uma caixa, cheia de pequenos monitores e botões.
Isaías se aproxima da máquina e então a liga. O equipamento se acende, produzindo um novo ruído e exibindo sequências de caracteres desconexas em seus monitores. Então Bel sente um incômodo formigamento em sua nuca, que a faz cerrar os pulsos aprisionados pelas amarras. Dentro de seu organismo, os nanorobôs aplicados pelo finado doutor Felipe, e que estavam adormecidos devido a um campo eletromagnético gerado dentro do Templo, são atraídos para a agulha, sendo finalmente retirados de seu corpo. A máquina quadrada começa a apitar, indicando que o procedimento foi bem sucedido.
- Excelente! - comemora Zardor - Sabrina, remova rapidamente a agulha e conecte a interface iUSB; Enfim poderemos iniciar a Engenharia Reversa e libertar nossa maravilhosa Mãe!
Isaías, Sabrina e Zardor são tomados por uma alegria extrema. O velho se dirige para o estranho capacete que pende na extremidade do cabo da grande máquina presa ao teto. Sabrina puxa da máquina um fio emborrachado, que possui um plug metálico na extremidade, então, com uma habilidade incrível, conecta rapidamente o fio no entrada do CND de Bel. A executiva sente a conexão e, mais uma vez, tenta gritar. Bel força seus pés e mãos, porém, seu corpo reage apenas com um fraco espasmo.
Do lado de fora do laboratório, olhando maravilhados para dezenas de arcaicos monitores de video, dispostos nas paredes do templo, centenas de moradores do subterrâneo acompanham a operação com uma ansiosidade crescente, o brilho da esperança refletido em seus olhares cansados.
Então, solenemente, Zardor coloca o capacete negro e bulboso. A coisa começa a se acender, e sua superfície fica repleta de centenas de diminutos leds coloridos. Eles começam a piscar com intervalos prolongados, e então, a medida que o tempo avança, aumentam a velocidade. Na grande máquina presa ao teto, todos os monitores exibem um desenho bidimensional do corpo de Bel, ao lado do gráfico, outro desenho do coração dela e seu BPM atual: 120 e subindo. Ao lado do BPM, outro número é exibido, mostrando uma contagem que começa a se aproximar das batidas do coração de Bel. Então, quando os dois números ficam iguais, os leds no capacete de Zardor passam a piscar no mesmo ritmo do coração da executiva. O velho grita:
- Estamos sincronizados! Iniciando procedimento de Engenharia Reversa.
Zardor entra na mente digital de Bel, de imediato, ele vê uma grande muralha pixelada em tons fosforescentes de verde em um fundo azul escuro. "O firewal corporativo", pensa. "Não será páreo para meus novos brinquedos". O velho mentaliza um comando, e então uma sequência de caracteres vermelhos é materializada nos leds do capecete, para em seguida, na mente de Bel, blocos tridimensionais atingirem a muralha verde, despedaçando os pixels e revelando uma explosão de luz, que se agiganta e engole por completo a visão do velho. Zardor sente um calafrio de felicidade e suas retinas se dilatam; sua consciência é lançada em um túnel translúcido e brilhante, caindo com uma velocidade absurda para dentro do núcleo da mente digital da executiva cativa, entrando no "core" do sistema biocibernético.
Bel entra em transe, sua mente subitamente para, como se fosse congelada, porém, estarrecida, ela consegue sentir tudo, sua consciência se separa de seu corpo, e agora parece que ela está em alguma espécie de vácuo, flutuando em um espaço infinito. Então, a voz de Zardor chega até ela por todos os lados:
- Bel Yagami, aqui está a verdade, aqui está a resposta que você inconscientemente buscou por toda a sua vida.
O velho mentaliza um novo comando, então uma pequena esfera azul se materializa diante de suas retinas. "A essência dela! O núcleo cromossômico de Alfa Um! Preservado por todos esses anos!", ele se maravilha ao manipular com a mente a pequena esfera, a rodando sobre seu próprio eixo e então realizando um comando de aproximação, um "zoom". Zardor mergulha dentro da esfera, que se agiganta assustadoramente, e então centenas de milhares de milhões de linhas de código o envolvem por todos os lados. Em júbilo, o velho analisa o máximo de códigos que pode, reconhecendo seu próprio trabalho. Então, alguma coisa chama sua atenção, fazendo mudar de direção dentro do espaço virtual, "Meu Deus! O quê é isso?!", ele então se aproxima de um novo bloco de comandos, comandos não presentes no código original dos bioengenheiros da SeinTech.
"Não acredito! O sistema de Bel está se desenvolvendo sozinho todos esses anos! Isso é incrível! Toda uma nova safra de habilidades foi criada! Ela está evoluindo!"
Ele agora executa um novo zoom, entrando nos detalhes das novas linhas de código, então percebe uma espécie de rede, uma proteção bioeletrônica que envolve todo o novo bloco de comandos. "Desgraçados! Eles colocaram uma contenção! Como se não bastasse mantê-la isolada de sua natureza todos esses anos! Chega!"
Zardor executa um novo comando, e, em milésimos de segundo, a rede se rompe, liberando as novas linhas de código que crescem como se fossem raízes, se espalhando por todo o sistema de Bel, provocando pequenos relâmpagos na malha infindável de código genético.
Agora Zardor se afasta, rápido, com um pensamento ele comprime a esfera, que passa a piscar incensantemente, ficando cada vez menor, até que, como mágica, desaparece.
"Cresça das cinzas, minha amada criança, minha fênix! Cesça!"
Uma explosão descomunal ocorre dentro da mente biodigital de Bel, os incontáveis fragmentos de código-fonte se espalham por sua memória, seu sub-consciente, seu CND, um turbilhão de imagens invade seu cérebro, e então toda sua vida até aquele momento passa diante de seus olhos, para então retroceder novamente, retroceder até as memórias de Alfa Um.
Ela vê Zardor quando novo, quando ainda era chamado de Willian Gaines. Um grupo de pessoas sorridentes cuidando de alguém... de algo... de Alfa Um! Vê uma paisagem de desertos e parcas árvores, reconhece a África, entende que aquela é sua terra natal. Vê seus irmãos e irmãs, brincando em uma sala de paredes brancas, levitando pequenos blocos de madeira com o poder da mente, criando interferências eletromagnéticas em equipamentos eletrônicos. Sente um conforto no coração, uma alegria que ela nunca teve. Família. Então a sequência avança, vê o lugar em que vivia crescendo, novas pessoas chegando, seus irmãos e irmãs ficando mais fortes. Um novo avanço. Pessoas assustadas, consegue sentir o medo delas. Silêncio. Ansiedade. Explosões. Soldados. Caos. Tiros. Morte. Um branco sepulcral invade sua mente.
No mundo real, Sabrina, Isaías e as centenas de pessoas fora do laboratório estão embasbacados ao verem um brilho azul emanar das costas de Bel. A coluna vertebral da mulher brilha fortemente; as imagens nos monitores começam a oscilar, a grande máquina no teto emite uma estranha vibração.
Bel recupera os movimentos em seu corpo, então, após todos esses anos ela finalmente entende. Um calafrio corta seu corpo dos dedos dos pés até a cabeça.
- Eu... Eu não sou humana. Eu sou um biocomputador! Eu sou herdeira de Alfa Um!
- Isaías! Traga os escolhidos! - Grita Zardor, não se contendo de tanta felicidade. O grande guerreiro corre para uma pequena porta, nos fundos do laboratório. Ele a abre e então um grupo de vinte adolescentes e jovens adultos entra na sala.
- Chegou o momento, escolhidos. Chegou a hora de vocês realizarem o que nasceram para fazer! Vão! Recebam a graça de nossa amada Mãe! - diz Zardor, com o estranho capacete em sua cabeça piscando alucinadamente.
O grupo se dirige para as cadeiras, e, um a um, começam a sentar. Isaías e Sabrina prontamente fixam os grilhões nos pés e nas mãos dos jovens. Logo todos estão sentados e presos. Zardor volta a se concentrar em Bel, e com um novo comando, ele grita para a mulher:
- Mãe! Compartilhe seu conhecimento, compartilhe seu poder e nos dê uma nova prole!
Bel é acometida por um choque, uma dor terrível nasce em sua cabeça e se estende por todo seu corpo. Ela grita, grita como se sua vida estivesse acabando.
Sobre cada cadeira, sobre cada escolhido, lâminas de metal descem através dos tubos da grande máquina. Uma lamina para um escolhido. O metal perfura o couro cabeludo, e os jovens gritam em pranto. Rios de sangue escorrem por suas roupas maltrapilhas, as placas de circuitos presas nelas se acendem, iluminando os cadáveres como se eles fossem árvores de natal malditas. Dentro de cada um, no meio do cérebro, uma pequena esfera de metal é criada através de um líquido introduzindo pela lâmina, diminutos filamentos saem da esfera, se espelhando pela massa encefálica. Na maca, estarrecida, Bel sente o sofrimento e a dor de cada um dos escolhidos, que não dura mais do que um segundo enquanto eles morrem em desespero. Os olhos de Zardor brilham, revelando uma satisfação incomensurável.
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André Luis Almeida Barreto
Aspirante a escritor, inquieto por natureza, ainda tenho vontade de mudar o mundo ou pelo menos colocar um monte de gente para pensar. Viciado em livros, games, idéias loucas e sempre procurando coisas que desafiem minha imaginação.
Apesar dos temas não ser uns dos meus favoritos, e nem me chama muita atenção, mas pelas muitas resenhas positivas e pelo histórico de postagens do mesmo nesse site, tô começando a considerar o livro.
ResponderExcluirÓtima resenha :D
Oii, apesar de não gostar do tema desse livro também achei muito interessante,me parece ser muito bom, quem sabe não mudo de ideia e começo a lê-lo...
ResponderExcluirBjoss
Oi André! Fiquei meio perdido com essa resenha porque ainda não conhecia a série. Mas confesso que li ela e não me interessei. Sei lá... Gosto de ambientes futurísticos, mas como o foco desses livros é mais engenharia, tecnologia.. não gostei muito não. Mas quem sabe um dia, né? Abraços!
ResponderExcluirTranquilo Arthur! E só para esclarecer pessoal, não é uma resenha, é um livro que está sendo publicado de forma seriada aqui no blog, um capítulo de cada vez! Valeu!
ResponderExcluirOi André :) Quando comecei a ler achei estranho e até pensei que estivesse em algum lugar errado hahaha Mas depois entendi o que estava acontecendo! Quando olhei a capa me veio logo a cabeça, X- Man, e acho que o livro tem um pouco disso pelo que pude ver nesse capítulo. Eu não gosto muito desse gênero, então acredito que não irei acompanhar, até porque já comecei a ler bem tarde!
ResponderExcluirOi, Isabella! Tranquilo! Abraços!
ExcluirOi, André. Eu fiquei perplexo com este capítulo do livro. Confesso que me arrepiei por completo a cada momento que narrava os rios de sangue, principalmente no fim do capítulo quando as lâminas perfuram seus respectivos escolhidos. Agoniante!
ResponderExcluirÉ, Ycaro, realmente a coisa ficou feia nesse capítulo. Também fiquei agoniado quando pensei e escrevi essa parte, mas tinha que acontecer. Obrigado pelo comentário, abraços!
ExcluirEstou adorando acompanhar essa book série, está cada vez melhor, estou adorando acompanhar e adorei essa parte XVII, estou aguardando ansiosamente a próxima parte e espero a continuação.
ResponderExcluir: )
ExcluirValeu!, Mariele!
Adorando acompanhar a book série. Gostei bastante desse capítulo e espero que o próximo seja ótimo também.
ResponderExcluirAh, certamente, Gislaine! Abraços!
ExcluirOlá,André,mas uma vez por aqui acompanhando seu trabalho.
ResponderExcluirLembro do grupo indo em direção à liberdade,estava mais curiosa pra saber o que tinha naquela direção,então a Bel que eles deixaram não é humana?...parece que ela é importante.
Oi Helen, pois é, a Bel não humana, e ela muito valiosa! Em breve você vai saber quem são as pessoas que querem colocar as mãos nela... Valeu!
ExcluirAndré!
ResponderExcluirAos poucos os segredos vem sendo revelados e estou cada vez mais curiosa e interessa...
Bel tem passado por poucas e boas e mais essa agora, hein?
Continua, vai...
”Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida.”(Sócrates)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Que bom que está gostando, Rudy! Sim, vou continuar mesmo até o fim!
ExcluirAbraços!
Estou gostando bastante de acompanhar esse books série. Bom confesso que estou um pouco desatualizada, mas vou começar a me atualizar.. Estou amando a leitura. :D
ResponderExcluirEita que a coisa está ficando melhor a cada capítulo. E só em ver que já estamos no 17º capítulo, vemos que o tempo voa.
ResponderExcluir@_Dom_Dom