Paixão por Chocolate [Care Santos]

Ed. Record, 2016 - 448 páginas:

      Ah, o chocolate! Um dos produtos mais consumidos de todos os tempos, ele acalma, conforta e aquece o coração e a alma. Uma chocolateira muito especial, da mais fina porcelana branca, guarda uma história que atravessa séculos e une três mulheres muito especiais: Sara, proprietária de uma das confeitarias mais tradicionais de Barcelona, orgulha-se de administrar a loja fundada por sua família; Aurora, órfã, é a criada fiel de uma família aristocrata barcelonense do século XIX. Uma jovem encantadora para quem o chocolate é algo proibido; Mariana, esposa do fabricante de chocolate mais famoso do século XVIII e inventor de uma prodigiosa máquina que acaba virando alvo de conspiração. Um romance com aroma e sabor, que vai deixar os leitores inebriados. Vibrante e viciante, um verdadeiro prazer para os sentidos.

Onde comprar:

Submarino, Saraiva, Fnac, Travessa, Cultura

Sabe aquela expressão “se essas paredes falassem!” cabe muito bem para esse romance delicioso, há muito não encontrava uma historia tão bem estruturada e pensada, não que eu seja expert nessas coisas, reles mortal que sou, mas me encantei tanto com o livro que queria dar seis estrelas para ele. Enfim, vamos ao livro, que não fala de uma parede, mas de uma chocolateira que sobrevive há séculos desde a sua fabricação e que “vive” as mais emocionantes historias.

Vamos começar a conta-la pelo final, quando por um descuido, a bela chocolateira se quebra em pedaços, mas não falaremos apenas dela, mas das três belas mulheres que guardaram a linda chocolateira em diferentes séculos.

Começando por Sara, dona de uma das confeitarias mais tradicionais de Barcelona, que descobre a chocolateira em um antiquário, num dia anormal com seus então amigos, que a propósito muito embriagados a esperam do lado de fora da loja. Sara também é uma tradicionalista historiadora, que procurou, mesmo que sem resultados, a história da linda chocolateira, que chegou a suas mãos com o bico rachado, sem tampa e sem moedor. Sara, assim como o chocolate que produz com muita maestria, vive uma paixão inebriante e viciante como o tal.

Partimos então para Aurora uma órfã que vive em uma época injusta e, perdida em meio às loucuras da vida, acaba por “roubar” a linda chocolateira da família para quem trabalhava há anos, quando sua vida numa reviravolta, a faz ficar sem um teto e onde trabalhar. Mas a certas coisas que acontecem para que aprendamos a crescer e foi o que aconteceu com a jovem moça, que por indicação da velha patroa, vai morar na casa do famoso médico da cidade, e acaba por conhecer a maravilha do chocolate e do amor em sua forma mais pura.

E por fim, a bela Mariana, uma das primeiras mulheres a fabricar o delicioso chocolate em Barcelona. Quando perde seu querido esposo quase tem sua vida arruinada por conta da ambição dos comerciantes da cidade, que querem a todo custo a prodigiosa maquina que o homem inventou. Ela vive uma das historias mais tragicamente bonitas que já li. E a partir dela, se conta a historia da chocolateira que após vários infortúnios chega a suas mãos, por um cavalheiro mandado por Madame Adélaïde de France, sexta filha do rei Luís XV da França, da qual não falarei para manter o mistério.

Care Santos nos apresenta três histórias com personagens totalmente diferentes, de séculos diferentes, unidas por um único ponto em comum: o chocolate. Cada uma dessas histórias são contadas do início ao fim, sem intercalações. A primeira, de Sara, é narrada em terceira pessoa e se passa nos dias atuais, já Aurora narra a sua própria história vivida no século XIX e a última é narrada em forma de cartas escritas por Victor Philibert Guillot, o secretário pessoal de Madame Adélaïde, no século XVIII.

Uma obra extremamente deliciosa, tocante e inteligente, recomendável para todas as pessoas.

Cortesia do Grupo Editorial Record

Tainá Rodrigues Cunha

Guarapariense, gastrônoma e apaixonada por todos os tipo de arte. Ler é uma forma de escape prazeroso da nossa realidade. Assim como as comidas que cozinho me alimentam o corpo, os livros alimentam minha alma.

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