A Sereia [Kiera Cass]

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Ed. Seguinte, 2016 - 368 páginas:

      Anos atrás, Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, precisa usar sua voz para atrair as pessoas para se afogarem no mar. Kahlen está decidida a cumprir sua sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o garoto é tudo o que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar — pois a voz da sereia é fatal —, logo surge uma conexão intensa entre os dois. É contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, Kahlen será obrigada a abandonar Akinli para sempre. Mas pela primeira vez em muitos anos de obediência, ela está determinada a seguir seu coração.

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Acredito que depois de sete resenhas posso me denominar como um verdadeiro fã de Kiera Cass. Já faz alguns anos desde que caí nos encantos de A Seleção, série que deu nome á escritora, e, apesar de não muito animado, quis me arriscar a ler esse romance.

O livro conta a historia de Kahlen, que recebeu a bênção (ou maldição) de se tornar indestrutível por um século. Como é bem previsível pelo título do livro, Kahlen é uma sereia. Mas não daquelas com cauda de peixe e que vivem no mar com sutiãs de conchas, ela é uma serva. Setenta anos antes, a jovem tinha sido vítima de um naufrágio com sua família, e, implorando pela vida, foi salva pela água, que lhe poupou da morte e a tornou como mais uma de suas filhas. Agora, junto com suas irmãs de água (jovens na mesma situação que a protagonista), Kahlen atrai humanos com seu canto mortal, causando naufrágios e alimentando a força que lhe devolveu a vida. Ela só seria liberta para voltar á uma vida normal depois de 100 anos de serventia. Bom, até agora.

Kahleen e suas irmãs vivem isoladas, visto que até mesmo um sussurro de alguma delas faria um humano se afogar voluntariamente no mesmo segundo. Sendo assim, o amor é proibido e todas as irmãs tendem a passar o resto de seus 100 anos em silêncio, só autorizadas a conversar umas com as outras quando estão longe de qualquer civilização.

Kahlen sempre sonhou com seu casamento, mas foi impedida de realizar seu desejo no minuto em que pulou na água daquele naufrágio. Amar pra ela estava fora de questão enquanto vivesse como sereia. Até que encontra Akinli, o garoto de seus sonhos. E, acho que a partir daí já é possível imaginar o rumo da historia.

Apesar de ser um livro leve, toda a mitologia não é tão fácil assim de explicar, oque é um ponto positivo da obra. Ao mesmo tempo que é algo tão simples, também é profundo e intrigante. A relação da Água com kahleen é um ponto interessante do livro. Há ódio, amor, medo, gratidão e uma mistura de emoções que realmente fazem o leitor se pôr no lugar da protagonista. Como amar quem tirou a vida de toda a sua família e a obriga a atrair para a morte outras incontáveis? Mas também como não amar o ser que te protege e poupou a sua própria vida?

A Sereia foi publicado por Kiera Cass de forma independente há oito anos, o que faz dele o primeiro livro da autora. Sendo a primeira experiência de Kiera, dá pra se notar que sua escrita evoluiu em livros posteriores. O fato que mais me incomodou foram os diálogos, bastante superficiais, mas que passam batidos se você só quer ler um livro pra relaxar e passar o tempo.

Outro fator que me fez aprovar a leitura foi o desfecho da historia: sem furos aparentes e não tão previsível. Confesso que algumas dezenas de páginas faltando para terminar a leitura pra mim estava claro que o final de Kahlen seria o mais clichê possível. Felizmente, eu estava errado. A protagonista, apesar de ser irritante em alguns poucos momentos, sacrifica a si mesma pelo bem alheio a todo instante, oque faz dela uma boa personagem.

A parte boa de ter sido publicado independentemente há tantos anos atrás foi o fato de que a obra não é uma série de livros (pelo menos não até agora) e apresenta um final definitivo na historia. Sabemos que, se fosse publicado nos tempos atuais, A Sereia seria prolongado assim como aconteceu com A Seleção, que passou de três livros para sete volumes, com muitos outros contos e extras.

Resumindo: A Sereia cumpre o seu papel como um livro de romance sobrenatural. Uma leitura rápida, calma e mesmo assim cativante.

Samuel Teixeira de Almeida

17 anos, capricorniano, apaixonado por livros desde que se possa imaginar. Vive a base de boas sagas, músicas e séries de TV. Viciado em Divergente e da facção da Franqueza. Eventualmente se arrisca em tentar escrever resenhas e as compartilha na internet.

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