O Poderoso Chefão [Mario Puzo]

Ed. Record, 2016 - 444 páginas:

      Publicada em 1969, a saga O Poderoso Chefão é, ainda hoje, a mais perfeita reconstrução das famílias mafiosas de Nova York. O carismático Don Vito Corleone é o chefão de uma delas. Apesar de implacável, Don Vito é, essencialmente, um homem justo. Padrinho benevolente, nada recasa a seus afilhados: conselho, dinheiro, vingança e até mesmo o assassinato de alguém. Em troca, o poderoso chefão pede apenas o respeito e a amizade de seus protegidos. Mas ninguém pode vencer as trapaças da idade. Quando todos os seus inimigos resolverem atacar, e seu bem mais precioso, a família, estiver por um fio, o velho Corleone terá de escolher, entre seus filhos, um sucessor à altura. Mario Puzo constrói, de maneira hábil, um mundo de intrigas, decisões cruéis e honra, num legado de tradição e sangue.

Onde comprar:

Submarino, Saraiva, Travessa

Posso dizer com toda certeza que esse livro contrariou todas as minhas expectativas, e de uma maneira muito, mas muito boa!

Embora o título seja um clássico e já tenha sido mundialmente reconhecido como uma grande obra, ainda mais depois da adaptação para o cinema, meu contato e familiaridade com O Poderoso Chefão não passava das referências citadas nos episódios de “Todo Mundo Odeia o Chris”. Logo, era de se imaginar que a imagem que eu tinha da história era bem vaga e distorcida pra dizer o mínimo.

O Poderoso Chefão começa nos ambientando no cenário de Nova Iorque pós Segunda Guerra Mundial, mas, mais que isso, Puzo nos mostra através de ações de outros personagens quem é Vito Corleone.

Don Corleone é chefe de uma das cinco famílias da máfia Italiana que “controla” a cidade, porque, ao contrário do que eu pensava antes de ler o livro, no fundo a máfia é exatamente isso: uma grande rede de influência e controle. Quando somos apresentados a Don Corleone vemos um chefe de família, muito íntegro e apegado às tradições, que é extremamente calmo e que coloca seus familiares e “afilhados” acima de tudo. Uma figura que impõe respeito e é respeitado por todos, e apesar de que várias pessoas possam temê-lo, a relação que têm com Don Vito vai muito além do medo, as pessoas realmente o têm em alta estima.

O desenrolar do enredo se dá a partir do momento que trazem à roda da máfia a possibilidade de passar a trabalhar com o tráfico de cocaína, o que apesar de ser bom aos olhos das outras famílias e até de alguns integrantes da família Corleone, não agrada nem um pouco ao Padrinho, e aí está declarada uma verdadeira guerra!

A primeira parte do livro é mais ambientação e logo, um pouco mais lenta que as seguintes, mas nem por isso menos interessante: é nela que vemos toda a importância das hierarquias e tradições em meio à máfia e como ela funciona como um enorme quebra-cabeça. No início foi um pouco difícil me acostumar com o tipo de narrativa que Mario Puzo faz, que é diferente dos livros atuais: as mudanças de cenário e ponto de vista são bem repentinas e apesar de termos uma visão geral da história, a cada cena temos a mesma de forma bem limitada e depende de nós juntar os pedaços pra colocar em ordem as coisas que acontecem simultaneamente.

Quando a Gisela me entregou o livro disse que tinha sido um dos melhores livros que ela já havia lido, e agora entendo e sei que é quase impossível discordar disso! Puzo criou personagens e panos de fundo tão completos que não tem furo algum, e os acontecimentos são do tipo que te fazem querer engolir um capítulo após o outro. O Poderoso Chefão é aquele tipo de livro que em algum momento da vida você tem que ler e saibam que cada página vale a pena!

Cortesia do Grupo Editorial Record

Laiara Dias

Baiana, criada no Mato Grosso, casada com um mineiro e cai de paraquedas nas terras capixabas. Viciada em Youtube e Netflix, chocólatra assumida, devoradora de chick-lits. Amo um bom romance açucarado e não resisto a um toque de pimenta na literatura, nem a uma colher de farinha no prato. Choro a toa, rio alto, e não consigo decidir entre ser ogra ou princesa! Muito prazer, essa sou eu!

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