Ed. Aleph , 2014 - 64 páginas: |
A verdade e a confiabilidade das memórias são o fio condutor de Violent Cases, a primeira e famosa colaboração do escritor Neil Gaiman com o artista Dave McKean. Pressagiando muito do estilo e dos temas que ambos viriam a tratar em criações futuras, a graphic novel mistura ficção e realidade de forma tão singular quanto combina texto e imagem, e traz em seu cerne o poder e a magia de contar histórias. O protagonista nos conta que, quando tinha quatro anos e meio, uma altercação com o pai levou-o a um osteopata para tratar o braço. Este médico dos ossos, de procedência incerta, aparência imprecisa e passado nebuloso, é o pivô das memórias do narrador que, mesmo sem muita segurança, entrelaça os mundos de violência na família, das festas infantis e dos famosos gângsteres do período da Lei Seca.
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Quando quadrinhos deixaram de ser coisa de criança
Sempre vejo pessoas que nunca leram revistas em quadrinhos, considerar todo material assim, "coisa de criança". Quando Gaiman e Mckean fizeram este trabalho, em 1987, o mundo estava mudando, mas o mercado americano de quadrinhos ainda era completamente voltado para os Super Heróis.
Enquanto isso, na Europa, o mundo já experimentava a mudança. Um novo público já acessava material deste porte e se deliciava. Os supers eram bons, mas nada melhor do que ver a arte dos quadrinhos usada para expressar mais do que isso, para expressar a própria vida. Foi isso que aconteceu!!
Ainda estamos engatinhando no Brasil, na tentativa de mudar essa visão de que quadrinhos são "infantis", mas já é perceptível a mudança, mas ainda há muito a ser feito para que a mudança seja de todo aceita.
Violent Cases é um material de extrema qualidade, um texto delicioso e envolvente. Uma criança, que levada ao osteopata, descobre que este cuidava de Al Capone. Quando em sua inocência, questiona quem é essa figura, descobre que ele era um "cara mal". O interessante é que parece que a história é narrada pelo próprio Neil Gaiman o que a torna ainda mais interessante.
A arte de Dave Mckean é um show a parte. A revista, publicada originalmente em Preto e Branco, recebeu um tratamento de cores, tornando-se um belíssimo trabalho em tons sépia, que lhe confere um arde sonho e pesadelo ao mesmo tempo.
O título Violent Cases não foi traduzido para o português por se tratar de um jogo de palavras que pode ser entendido de várias maneiras. Inicialmente pensamos em "Casos Violentos", porém há a possibilidade de pensarmos em "Estojo de Violino" (Cases pode ser casos ou também pode ser traduzido como "estojo". Violents é traduzido como violento, mas os mafiosos americanos costumavam carregar armas em estojos de violino, que acabava nomeando estes estojos de Violent Cases 'Violin Cases'), então para preservar essa possibilidade, o título não foi traduzido.
Pessoalmente não gostei muito da fonte usada no texto, achei que ela dificulta um pouco a leitura, mas a edição, arte, papel, tudo é de extremo bom gosto e de muita qualidade.
Há, no fim da edição, comentários de Alan Moore e Neil Gaiman, para a edição de 1987, e mais outros textos de Gaiman de 2003 e posfácio para esta edição. Uma imensa galeria com artes de Dave Mckean, que são de encher os olhos. Tudo isso, confere a edição extremo bom gosto e qualidade.
Sempre vejo pessoas que nunca leram revistas em quadrinhos, considerar todo material assim, "coisa de criança". Quando Gaiman e Mckean fizeram este trabalho, em 1987, o mundo estava mudando, mas o mercado americano de quadrinhos ainda era completamente voltado para os Super Heróis.
Enquanto isso, na Europa, o mundo já experimentava a mudança. Um novo público já acessava material deste porte e se deliciava. Os supers eram bons, mas nada melhor do que ver a arte dos quadrinhos usada para expressar mais do que isso, para expressar a própria vida. Foi isso que aconteceu!!
Ainda estamos engatinhando no Brasil, na tentativa de mudar essa visão de que quadrinhos são "infantis", mas já é perceptível a mudança, mas ainda há muito a ser feito para que a mudança seja de todo aceita.
Violent Cases é um material de extrema qualidade, um texto delicioso e envolvente. Uma criança, que levada ao osteopata, descobre que este cuidava de Al Capone. Quando em sua inocência, questiona quem é essa figura, descobre que ele era um "cara mal". O interessante é que parece que a história é narrada pelo próprio Neil Gaiman o que a torna ainda mais interessante.
A arte de Dave Mckean é um show a parte. A revista, publicada originalmente em Preto e Branco, recebeu um tratamento de cores, tornando-se um belíssimo trabalho em tons sépia, que lhe confere um arde sonho e pesadelo ao mesmo tempo.
O título Violent Cases não foi traduzido para o português por se tratar de um jogo de palavras que pode ser entendido de várias maneiras. Inicialmente pensamos em "Casos Violentos", porém há a possibilidade de pensarmos em "Estojo de Violino" (Cases pode ser casos ou também pode ser traduzido como "estojo". Violents é traduzido como violento, mas os mafiosos americanos costumavam carregar armas em estojos de violino, que acabava nomeando estes estojos de Violent Cases 'Violin Cases'), então para preservar essa possibilidade, o título não foi traduzido.
Pessoalmente não gostei muito da fonte usada no texto, achei que ela dificulta um pouco a leitura, mas a edição, arte, papel, tudo é de extremo bom gosto e de muita qualidade.
Há, no fim da edição, comentários de Alan Moore e Neil Gaiman, para a edição de 1987, e mais outros textos de Gaiman de 2003 e posfácio para esta edição. Uma imensa galeria com artes de Dave Mckean, que são de encher os olhos. Tudo isso, confere a edição extremo bom gosto e qualidade.
Marcos Graminha
Marcos Graminha é leitor viciado em terror e vampiros. Conta com um acervo de mais de 1500 livros sobre esses assunto. Proprietário de um sebo na cidade de Vila Velha, dedica sua vida a desvendar os mistérios desses "filhos da noite". contato: marcos.graminha@gmail.com
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Oi Marcos,
ResponderExcluirSempre fui fã de HQ's e acho muito legal quando saem da temática super-heróis. é muito bom ter um conteúdo diversificado. Achei bem legal a explicação do título e seu jogo de palavras.
Beijos
Oi Marcos.
ResponderExcluirQue historia interessante, entretanto tenho que confessar que não gosto quando os livros tem imagens e gravuras, então apesar de ter gostado essa não é uma leitura para mim.
P.S uma pena que a fonte não foi uma das melhores, quando não são bem escolhidas atrapalha muito a leitura.
Bjs.
Oi mano, esse negócio de quadrinho é coisa de criança é furada e me deixa tão revoltada quando escuto que anime é o mesmo que Cartoon. Mas voltando ao assunto original eu gostei da história e na verdade gostaria de ver um pouco da arte dentro da revista mas OK. Vou procurar saber um pouco mais sobre esse quadrinho.
ResponderExcluirOi Marcos! Eu sempre adorei quadrinhos e só quem acha que é de criança é quem não leu. Acho inclusive que animes passam pelo mesmo preconceito. Não conhecia Violent Cases mas achei a premissa bem interessante!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Desde criança eu sempre adorei quadrinhos, mas com o tempo eu fui lendo mais livro e acabou que os quadrinhos ficaram meio esquecidos, não que eu ache coisa de criança mas não tenho muito tanto interesse, mas se for bom quem sabe esse me pareceu muito bom.
ResponderExcluirAté mais!!
Eu amo quadrinhos e não os considero "coisas de crianças", e espero sinceramente que essa mentalidade negativa seja deixada para trás futuramente, as pessoas não sabem o que estão perdendo!
ResponderExcluirEm relação a Violent Cases, confesso que não me interessei pela trama mas se eu tiver a oportunidade de ler esse livro vou ler sim, quem sabe eu acabe gostando?!
Abraços!
Esse não é minha prioridade,mas sou fã de HQs e gostaria de ter para deixar cada vez mais completo meu cantinho Gaiman.
ResponderExcluirAdorei a explicação da permanência do título,não sabia
Realmente ainda há uma visão de que HQ's é coisa para criança, uma pena, mas que bom, mesmo que a passos lentos,isso está mudando. Gostei do enredo deste HQ's. Gostei também desta explicação de porque o título não foi traduzido. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
A Arte de Escrever
Olá! Ainda não li nenhum HQ, pretendo ler em breve..
ResponderExcluirGostei deste enredo, parece ser bom, apesar de não me prender tanta atenção, mas vou anotar a dica...
Bjs
Não acho que HQ seja coisa de criança, mas não gosto muito do formato, mesmo. Lia muito na infância, mas só Turma da Mônica e afins hahaha
ResponderExcluirUma pena que a fonte não seja muito agradável de ler, estou passando por esse problema com a minha leitura atual.
Muito bom que não tenham traduzido o título, bacana dar essa abertura em relação à tradução.
Duas Leitoras - no Top Comentarista de Março você pode escolher entre 4 livros!
As HQ estão cada vez mais ganhando espaço e umas até diferentes estão surgindo. Acho que HQ são para todas as idades elas são boas demais adoro rs. As ilustrações dão um ar mais alegre a obra. Li muitos quando era mais nova e até hoje leio mas muito pouco, quero mudar isso. Ainda não li nada do autor, mas fiquei interessada nesse.
ResponderExcluirOi Marcos, tudo bem?
ResponderExcluirApesar de não ter lido tantos quadrinhos quantos gostaria, fico muito brava sempre que ouço alguém falando que isso "é coisa de criança". Se essas pessoas ao menos pegassem e lessem, queria ver o que iriam falar.
Ainda não tive a chance de ler Violent Cases, mas fica a dica.
Beijos
Quanto Mais Livros Melhor
Marcos!
ResponderExcluirTenho visto tantas HQs com conteúdos bem adultos que acredito que a percepção de que são leituras para infantos está mudando.
Aqui o inusitado é ver uma obra do tipo ser escrita há 30 anos atrás, isso sim pode ter sido um choque para os leitores da época.
Desejo uma semana abençoada!
“A simplicidade é o último degrau da sabedoria.” (Khalil Gibran)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Olá!!! Não é um gênero que costumo ler, mas fiquei bastante interessada com a história e a ilustração é linda. Parabéns pela resenha.
ResponderExcluirOlá, sempre adorei HQ, gibis, sempre adoreis historias em quadrinhos mas faz muito tempo que li porém adoraria voltar a ler de novo e com certeza seria uma experiencia com historias novas...adorei esse Hq me pareceu historia de policial, eu acho...achei interessante o titulo!!
ResponderExcluir
ResponderExcluirSempre gostei de HQ e amo quando a historia foge do tradicional super-herói. Ter Neil Gaiman como colaborador já é sinal de qualidade. Gostei do enredo e do titulo do livro.
Oi!
ResponderExcluirGosto muito quando as editoras trazem as HQ com temas mais variados, achei bem interessante o enrendo dessa historia, ainda mais por não conhecer a escrita do Neil Gaiman fiquei ainda mais curiosa para ler algo dele, e adorei esse jogo de palavras que o titulo nos trás !!
Não costumo ler HQ's, principalmente por não ser muito fã de heróis e por conta da grande maioria ser sobre super-heróis, acabo deixando de lado, mas achei super legal os autores fugirem desse tema, fiquei curiosa para saber mais e quem sabe para ler.
ResponderExcluirBeijos!