Ed. Empíreo, 2015 - 276 páginas |
- "Saudades? Tampouco serve. Nem mesmo pra resumir. Mas quer saber? A vida não foi mesmo feita para ser um resumo. Às 8h55, de uma segunda-feira de carnaval, Izadora Morgan Luchetta viajava por uma rodovia estadual do Paraná. Artista plástica, seguia com a certeza de retomar a Florença, onde faria, em breve, uma exposição. Mas, naquela mesma hora, em outra estrada, um caminhão perde o freio no instante em que a irmã mais velha de Izadora e dois amigos passavam, indo para a praia. Eles nunca mais viram o mar. E Izadora não voltou para a Itália. Um minuto e a vida que tinha deixado de existir Izadora encontra um quarto vazio e uma casa às escuras. A cada dia, retomar a inspiração parece mais surreal. Até que Paolo bate à sua porta. E a paixão, quase secreta, vira tudo de cabeça para baixo, novamente"
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Sempre fui um amante da literatura nacional, o que me leva a pensar como outras pessoas não são. É difícil e triste ter que admitir que desvalorizamos nossa própria cultura, nossa própria identidade, valorizando sempre o que é de fora, o estrangeiro. Ficamos cada vez mais com o olho lá fora do que aqui dentro, e talentos tão espetaculares acabam despercebidos. Temos autores em nosso país mil vezes melhores do que os de outros países. É necessário mudarmos nossos hábitos, nossa postura ante ao que realmente queremos que aconteça. E pra ontem.
Izadora é artista plástica e mora a pouco mais de um ano em Florença, e está prestes a lançar suas obras em um importante museu. Lutara muito por aquilo, só ela sabia o quanto tinha trabalhado para conseguir, e para o momento ficar mais completo para ela, sua família tinha que estar presente, dando apoio, incentivo, e elogiando. Todavia os planos mudam. Após um acidente de carro envolvendo sua família no Brasil, teve que adiar sua exposição. Mas o acidente não fora grave, segundo sua irmã todos estavam bem, contudo não poderiam estar presentes na exposição. De inicio o comportamento de Iza é imaturo, pensa consigo mesma o quanto é azarada de aquilo ter acontecido, choca-se com a noticia, porém se sente com raiva por não ter os membros familiares consigo.
O que se sucede em seguida muda toda a trama. Depois de certos ocorridos, Iza volta para o Brasil. Lá acaba encontrando uma antiga amiga que esta envolvida numa espécie de feira de artes, onde muitas coisas aconteceriam. Iza decide então ajudar sua amiga Luna, se afastando mais ainda de sua exposição em Florença que teve que adiar por mais alguns dias. A partir disso, uma coisa horrível lhe acontece, deixando seu mundo de ponta cabeça. Aquilo que ela jamais quisera para sua vida acaba acontecendo, tendo que viver um dia após o outro, sorrindo quando fosse necessário, balançando a cabeça quando alguém lhe perguntasse algo, ou apenas respirando e seguindo em frente.
Dias Nublados é um livro muito bem escrito, como já falei. Todo o enredo foi bem desenvolvido, com uma dosagem de carga emocional mais alta possível. Iza é uma personagem um tanto imatura em parte do livro. É como se sua vida fosse classificada em duas etapas, que aos poucos nós leitores e ela mesma, a protagonista, percebemos o quanto o que aconteceu foi em parte construtivo para ela. Pois a partir de determinado ponto notamos um amadurecimento de Iza, suas atitudes são mais sensatas e aceitáveis do que as tomadas no inicio da estória. Não estou dizendo que o que aconteceu foi bom para ela, pelo contrário. Acontecem coisas em nossas vidas que simplesmente não damos valor, não damos o real significado para o que acontece. Apenas estamos vivendo nossas vidas, quando de repente estamos diante uma situação que nos faz tomar uma posição mais sisuda, que nos torna mais forte, e nos faz refletir sobre todas as coisas que fazemos.
Também é notável que a construção da personagem foi proposital. Dany Fran, que com sua escrita completamente poderosa, viva e real, teve que dar um caminho a Iza onde ela deslumbrava o mundo e aos poucos o via como de fato era. E logo a autora a fez com que acreditasse de novo na vida com a chegada de um personagem carismático e responsável por devolver tudo de bom a Iza.
O único ponto negativo a falar sobre o livro são os personagens secundários. Não senti afeição, ou qualquer outro sentimento por alguns deles, não me importava com eles, não me interessava o que fosse ocorrer. Até queria, mas acredito que a autora faltou trabalhar um pouco mais eles.
No mais, a narrativa da autora é sensacional. Como é em primeira pessoa, tudo fica mais próximo, mais fácil de sentir as emoções. Uma narrativa bem equilibrada, pois quem me conhece sabe que não gosto tanto de narrativas em primeira pessoa. Elas acabam sendo muito descritivas, muitas vezes prolixas, e a forma de escrever de Dany foi na medida certa. A leitura foi agradável e satisfatória. Quero ler mais livros dela.
Livro indicadíssimo.
Izadora é artista plástica e mora a pouco mais de um ano em Florença, e está prestes a lançar suas obras em um importante museu. Lutara muito por aquilo, só ela sabia o quanto tinha trabalhado para conseguir, e para o momento ficar mais completo para ela, sua família tinha que estar presente, dando apoio, incentivo, e elogiando. Todavia os planos mudam. Após um acidente de carro envolvendo sua família no Brasil, teve que adiar sua exposição. Mas o acidente não fora grave, segundo sua irmã todos estavam bem, contudo não poderiam estar presentes na exposição. De inicio o comportamento de Iza é imaturo, pensa consigo mesma o quanto é azarada de aquilo ter acontecido, choca-se com a noticia, porém se sente com raiva por não ter os membros familiares consigo.
“Ouvi tudo atentamente para não perder nenhum detalhe e ter certeza de que a historia que minha irmã contava fazia sentido. Prestei muita atenção para conseguir perceber se ela me escondia algum fato. Como se eu pudesse saber, caso ela quisesse mentir! A velha mania de Izadora de controlar tudo, ou pelo menos tentar.” Pág 21
O que se sucede em seguida muda toda a trama. Depois de certos ocorridos, Iza volta para o Brasil. Lá acaba encontrando uma antiga amiga que esta envolvida numa espécie de feira de artes, onde muitas coisas aconteceriam. Iza decide então ajudar sua amiga Luna, se afastando mais ainda de sua exposição em Florença que teve que adiar por mais alguns dias. A partir disso, uma coisa horrível lhe acontece, deixando seu mundo de ponta cabeça. Aquilo que ela jamais quisera para sua vida acaba acontecendo, tendo que viver um dia após o outro, sorrindo quando fosse necessário, balançando a cabeça quando alguém lhe perguntasse algo, ou apenas respirando e seguindo em frente.
Dias Nublados é um livro muito bem escrito, como já falei. Todo o enredo foi bem desenvolvido, com uma dosagem de carga emocional mais alta possível. Iza é uma personagem um tanto imatura em parte do livro. É como se sua vida fosse classificada em duas etapas, que aos poucos nós leitores e ela mesma, a protagonista, percebemos o quanto o que aconteceu foi em parte construtivo para ela. Pois a partir de determinado ponto notamos um amadurecimento de Iza, suas atitudes são mais sensatas e aceitáveis do que as tomadas no inicio da estória. Não estou dizendo que o que aconteceu foi bom para ela, pelo contrário. Acontecem coisas em nossas vidas que simplesmente não damos valor, não damos o real significado para o que acontece. Apenas estamos vivendo nossas vidas, quando de repente estamos diante uma situação que nos faz tomar uma posição mais sisuda, que nos torna mais forte, e nos faz refletir sobre todas as coisas que fazemos.
Também é notável que a construção da personagem foi proposital. Dany Fran, que com sua escrita completamente poderosa, viva e real, teve que dar um caminho a Iza onde ela deslumbrava o mundo e aos poucos o via como de fato era. E logo a autora a fez com que acreditasse de novo na vida com a chegada de um personagem carismático e responsável por devolver tudo de bom a Iza.
“E de supetão o beijei. Forte e segura. Rapidamente sua boca correspondeu com a mesma vontade, quase me engolindo. O beijo foi quente e bom. Mas assim que soltamos os lábios nada restou. A minha frente um garotinho eufórico sem saber o que fazer.” Pág 33
O único ponto negativo a falar sobre o livro são os personagens secundários. Não senti afeição, ou qualquer outro sentimento por alguns deles, não me importava com eles, não me interessava o que fosse ocorrer. Até queria, mas acredito que a autora faltou trabalhar um pouco mais eles.
No mais, a narrativa da autora é sensacional. Como é em primeira pessoa, tudo fica mais próximo, mais fácil de sentir as emoções. Uma narrativa bem equilibrada, pois quem me conhece sabe que não gosto tanto de narrativas em primeira pessoa. Elas acabam sendo muito descritivas, muitas vezes prolixas, e a forma de escrever de Dany foi na medida certa. A leitura foi agradável e satisfatória. Quero ler mais livros dela.
Livro indicadíssimo.
Douglas Brandão
Geminiano, formado em Magistério e futuro professor de História. Mora na Bahia e louco por livros. Um pouco ciumento e orgulho. Fanático por Harry Potter e chegou a receber o apelido de "Vírgula" por sempre dar uma opinião ou comentário, porque sempre usa "Entretanto", "Contudo" e "Todavia" por ser sempre "Do Contra". Sincero ao extremo e venho para compartilhar meu gosto de leitura com vocês.
Cortesia do Autor
*Sua compra através dos links deste post geram comissão ao blog!
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Eu também não entendo como ainda existam leitores que não consigam olhar com outros olhos nossa literatura nacional.
ResponderExcluirA cada dia que passa, mais e mais autores e autoras vem chegando e mudando este cenário. Esse ano que está se encerrando trouxe uma grata surpresa a mim:Raphael Montes!Me apaixonei por suas letras e quero poder acompanhar a carreira desse autor maravilhoso.
Dany eu ainda não conheço as letras,mas o nome dela também andou borbulhando no mundo literário.
Esse crescer da personagem, a história por trás da tristeza.
Pena o detalhe dos personagens secundários, é bom quando todos fazem realmente parte do enredo.
Mesmo assim, quero muito ter a oportunidade de ler o livro em breve!
Capa maravilhosa.
Beijo
Eu passaria um bom tempo admirando essa capa, ela foi o que primeiro me chamou a atenção no livro e lendo a sinopse a história parece ser cheia de sentimentos e pela resenha animadora e apesar dos personagens secundários não terem conseguido te despertar empatia, a história no geral parece ser muito boa e fiquei interessada nela. Também acho que a literatura nacional tem que ser mais apreciada e acho que resenhas assim já ajudam muito nesse processo ;)
ResponderExcluirOlá Douglas! Infelizmente não valorizamos nossa cultura como deveríamos, muitos desconhecem como a literatura nacional é rica e maravilhosa. Achei a trama bem desenvolvida, onde o leitor pode acompanhar a evolução da personagem e crescer com ela. É uma pena a autora pecar no que se refere aos personagens secundários. Eu prefiro a narrativa em primeira pessoa, acho que nos conectamos melhor com as personagens mas confesso que às vezes as descrições possam se tornar exaustivas. Achei a capa incrível. Beijos
ResponderExcluirOi Douglas.
ResponderExcluirÉ muito animador saber que existe talentos tão bons na cultura nacional, eu confesso que não leio muitos livros nacionais não, todavia os que li foram os melhores dentre até mesmo os estrangeiros, achei uma pena o fato de que a construção dos personagens secundários deixou a desejar para você, infelizmente isso é algo que acontece muito, enfim, gostei e estou curiosa.
Bjs.
Olá, a obra conta com uma protagonista difícil de se cativar, mas que vai ganhando o coração dos leitores aos poucos, afinal o mesmo começa a entender o motivo de Iza ser como é. Não gosto de livros com desenvolvimento superficial, mas com tantos elogios à escrita de Dany vontade não falta para ler. Beijos.
ResponderExcluirOi, Douglas. Estou de pleno acordo. Infelizmente, há mais investimentos em autores estrangeiros do que nos brasileiros. O que é uma pena, né?
ResponderExcluirAcredito que a dor da perda serviu como uma lição para a Isadora, para ela rever suas atitudes, e até mesmo mudar!
Douglas!
ResponderExcluirSempre gostei muito de conhecer nossos autores nacionais e esse ano tive oportunidade de conhecer muitos bons e bom ver que esse livro é bem escrito, o enredo é bem elaborado, mesmo que as pesonagens secundários não tenham sido tão bem delineados,
Um Novo Ano repleto de realizações!!
“Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.” (Carlos Drummond de Andrade)
cheirinhos
Rudy
Olá!
ResponderExcluirBom, eu gosto muito de livros nacionais, já li torno de dois livros e gostem muito, eu pretendo ler mais. Esse me deixou muito curiosa sobre os acontecimentos que passou na vida da personagem. Com certeza será um livro que será muito emotivo.. Gostei muito!
Meu Blog:
Tempos Literários
Gosto de livros nacionais e cada vez mais vou descobrindo novos autores. A historia parece que mexe com a gente, não gosto de personagens que ficam reclamando quando as coisas dão errado, mas esses acontecimentos tiveram seu proposito na vida da personagem para que ela aprendece com eles a ser uma nova pessoa, assim como acontece na realidade; deve ser uma leitura que nos deixa pensando na vida e seus percalços.
ResponderExcluirNão conhecia o livro e nem a autora, sua resenha me deixou um pouco com dúvida: me interesso ou não por essa história? Ultimamente andamos um pouco exigentes com as leituras que encontramos, falando por mim, penso que existe tanto do mesmo no mercado que vale a pena dar uma chance ao desconhecido e talvez tirar dali algo bom, essa leitura me parece um pouco disso, um terreno desconhecido...
ResponderExcluirOi, Douglas!
ResponderExcluirAssim como você também sou uma amante da nossa literatura nacional e também não entendo esse preconceito que as pessoas têm contra ela, ah se eles soubessem o que estão perdendo!
Quanto a Dias Nublados, essa imaturidade da Izadora é um ponto bastante negativo pra mim por isso fico contente em saber que a partir de um certo ponto do livro se nota o amadurecimento da protagonista... Não conhecia esse livro e já adicionei na minha lista de leitura. Valeu pela dica
Oi, Douglas!
ResponderExcluirAssim como você também sou uma amante da nossa literatura nacional e também não entendo esse preconceito que as pessoas têm contra ela, ah se eles soubessem o que estão perdendo!
Quanto a Dias Nublados, essa imaturidade da Izadora é um ponto bastante negativo pra mim por isso fico contente em saber que a partir de um certo ponto do livro se nota o amadurecimento da protagonista... Não conhecia esse livro e já adicionei na minha lista de leitura. Valeu pela dica
Olá! Adoro conhecer autores nacionais, pois gosto muito da nossa literatura, esse livro me deixou bem intrigada, Izadora parece ser uma personagem bem complexa, e ela vai passar por muitos acontecimentos, curiosa para saber como ela lidará com todos esses eventos.
ResponderExcluirOi, Douglas!!
ResponderExcluirRealmente temos que valorizar mais os nossos autores nacionais, temos tantos escritores maravilhosos que não conhecemos!! Adorei esse estória e a premissa é muito atrativa!! Que indicação!!
Bjoss
Oi Douglas ;)
ResponderExcluirConcordo com tudo que você disse. As vezes é difícil para nós darmos valor aos livros nacionais, e eu imagino o quanto autores independentes, por exemplo, penam para conseguir divulgar suas obras e atingir um público.
Não conhecia Dias Nublados e nem a autora, mas gostei da premissa do livro. Apesar de ser imatura, que bom saber que a protagonista amadurece ao longo do livro.
A obra parece ter uma narrativa fluida e que envolve o leitor, espero gostar da leitura assim como você ;)
E obrigada pela indicação!
Abç
Fiquei mega empolgada com essa resenha,adoro historias complicadas com reviravoltas
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