O Silêncio das Águas, Vol. 03 - Série Elements [Brittainy C. Cherry]

Ed. Record, 2017 - 364 páginas

- "Quando a pequena Maggie May presencia uma cena terrível à margem de um rio, sua vida muda por completo. A menina alegre que vive saltitando de um lado para o outro e tem uma paixonite por Brooks Griffin, o melhor amigo de seu irmão, sofre um trauma tão grande que acaba perdendo a voz. Sem saber como lidar com o problema, sua família se vê em uma posição difícil e tenta procurar ajuda, mas nenhum tratamento vai adiante. Ao longo dos anos, Maggie aprende sozinha a conviver com os ataques de pânico e, sem conseguir sair de casa, encontra refúgio nos livros. A única pessoa capaz de compreendê-la é Brooks, que permanece sempre ao seu lado. A cumplicidade na infância se transforma em amizade na adolescência, até que um dia eles não conseguem mais negar o amor que sentem um pelo outro. Mas será que o forte sentimento que os une poderá resistir aos fantasmas do passado e a um acontecimento inesperado, que os forçará a navegar por caminhos diferentes?"

Onde comprar:

Amazon, Submarino, Travessa, Cultura

Confesso que o que primeiro me chamou a atenção para esta série foram as capas dos livros, todas lindas, mas também pelo excelente Sr. Daniels, primeiro livro que li da autora e me encantei. Para quem ainda precisa de apresentação, Brittainy C. Cherry é daquelas autoras que cria personagens apaixonantes e ela os faz sofrer até o último suspiro, logicamente nós fazendo sofrer junto com eles. Eu chorei em todos os quatro livros, de tristeza ou de felicidade, só posso dizer que Brittainy sabe como emocionar o seu leitor e invariavelmente os leva as lágrimas.

O Silêncio das Águas é o terceiro volume da Série Elements, contudo os livros não são ligados entre si, são estórias únicas e podem ser lidos fora de ordem. Meu preferido ainda é "O ar que ele respira", acho sua trama imbatível. Os outros que vem na sequencia também são bons, aliás, se você já conhece a autora e gosta do seu estilo vai gostar de todos eles, mesmo que ao meu ver, não se igualem ao drama de Tristan e Liz (inesquecíveis protagonistas do "O ar que ele respira").

Neste livro os personagens principais se encontram ainda crianças, Maggie May, aos seis anos muda-se com seu pai para casa de sua namorada, Katie, que tem dois filhos, Calvin, também com seis anos e Cheryl, com 5 anos. É então nessa nova vida que Maggie conhece Brooks, vizinho e amigo inseparável de Calvin.

Aos dez anos, Maggie se apaixona por Brooks e acredita que seu amor é correspondido, apesar do menino negar veementemente. Ela é uma garota alegre e falante, não se deixa abalar pelos foras que recebe de Brooks, sempre avante, planeja seu casamento com ele.

"- A gente não vai se casar! Nem hoje, nem amanhã, nem nunca! Tenho nojo de você e só fui legal na última carta porque Jamie disse que, se eu escrevesse mais alguma coisa grosseira, ele contaria ao nossos pais e eu teria problemas. Tá bom? Então chega desse papo de casamento."

É quando o destino prega-lhe uma peça, e Maggie acaba por vivenciar uma cena de pesadelo, traumatizando-a a ponto de deixa-la muda. Esse trauma vivenciado por Maggie não somente muda sua vida, mas também de toda a sua família, que sofre juntamente com ela. Até Brooks e também a vizinha, Sra. Boone, se envolvem na sua dor.

O estilo da autora é sempre o mesmo, trabalha muito bem os dramas familiares, criando personagens que são muito próximos de nós, acabamos por nos sentir envolvidos pelos seus problemas, o que leva  muitas vezes a nos identificarmos com eles.

"Sempre que Cheryl e eu brigamos, mamãe diz isso para mim: a família sempre se apoia. Principalmente nos dias difíceis, quando é complicado até olhar para a outra pessoa."

A medida que eles vão crescendo, também cresce a animosidade entre Cheryl e Maggie, já que por causa de seu trauma, a família acaba dando muito mais atenção a Maggie, deixando Cheryl muitas vezes de lado. Brooks visita Maggie todos os dias e os dois tem uma maneira especial de se comunicar, já que Maggie nunca mais falou depois da cena terrível que presenciou. No fundo, todos que convivem com Maggie sofrem, pois se sentem de algum modo culpados com o que ocorreu com a menina, apesar de ninguém realmente ter culpa alguma.

Brooks é daquelas pessoas que todos amam logo de cara, charmoso, sociável e lindo. Sempre tinha uma namorada, mas todo dia passava no quarto de Maggie para lhe perguntar se estava bem, chamava sua amiga de Magnet, pois se dizia atraído pela sua amizade.

"- Você está bem hoje, Magnet? - perguntou ele."

Meus sentimentos foram contraditórios durante todo o livro, muitas vezes sentia pena de Maggie, uma menina com um coração grande e lindo, mas ao mesmo tempo ficava com raiva dela por não lutar contra seus fantasmas, sabendo que sua "doença" estava destruindo sua família, minando o amor dos seus pais, trazendo para eles um sofrimento sem fim. Achei que ela não lutou nem pelo seu amor por Brooks, foi sempre passiva demais.

"Cada um dos integrantes da minha família encontrou um jeito de lidar comigo e o meu silêncio nos últimos oito anos."

Mesmo não achando este o melhor livro da autora, com certeza gostei da leitura, pois aprecio aquele friozinho na barriga que seus livros me causam. Brittainy C. Cherry tem a capacidade de mexer com minhas emoções e no fim das contas é isso que queremos ao ler um livro.

Clique nas capas para ler as resenhas dos livros anteriores:

Top Comentarista de Dezembro

Gisela Menicucci Bortoloso

Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!

Cortesia do Grupo Editorial Record
*Sua compra através dos links deste post geram comissão ao blog!