Um Sedutor Sem Coração, Vol. 01 - Série Os Ravenels [Lisa Kleypas]

Ed. Arqueiro, 2018 - 320 páginas

- "Devon Ravenel, o libertino mais maliciosamente charmoso de Londres, acabou de herdar um condado. Só que a nova posição de poder traz muitas responsabilidades indesejadas – e algumas surpresas. A propriedade está afundada em dívidas e as três inocentes irmãs mais novas do antigo conde ainda estão ocupando a casa. Junto com elas vive Kathleen, a bela e jovem viúva, dona de uma inteligência e uma determinação que só se comparam às do próprio Devon. Assim que o conhece, Kathleen percebe que não deve confiar em um cafajeste como ele. Mas a ardente atração que logo nasce entre os dois é impossível de negar. Ao perceber que está sucumbindo à sedução habilmente orquestrada por Devon, ela se vê diante de um dilema: será que deve entregar o coração ao homem mais perigoso que já conheceu? Um sedutor sem coração inaugura a coleção Os Ravenels com uma narrativa elegante, romântica e voluptuosa que fará você prender o fôlego até o final."

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Lisa Kleypas é uma das minhas escritoras prediletas de romances de época, aliás, de contemporâneos também, simplesmente porque ela não se atém somente ao romance entre os protagonistas, vai mais além, criando todo um contexto que dá forma e conteúdo as suas histórias, e quando vejo estou imersa na leitura. Talvez esta seja uma característica que não agrada a todos, mas para mim torna cada livro bem mais saboroso.

Cada um dos seus personagens vai sendo construído durante o decorrer da trama e ao final do livro já estou ansiosa para ler o seguinte, assim se deu em cada série que li dela e em Um Sedutor Sem Coração, voltou a se repetir.

Nessa nova série conhecemos os irmãos Ravenels, dois homens que levam vidas desregradas, gostam de ser solteiros e desimpedidos, não tendo a menor intensão de se casar. Quando inesperadamente Devon Ravenel herda o título de nobreza logo depois da morte do primo, se depara com uma montanha de problemas, já que as propriedades estão num lastimável estado de abandono. Devon e seu irmão West logo chegam a conclusão que o melhor será vender tudo.

Entretanto algo muda dentro de Devon quando ele conhece a linda e desafiadora viúva de seu primo, que, desde o primeiro momento se mostra contraria a decisão de Devon, já que se preocupa com todos aqueles empregados que dependem das propriedades para viver.

"Depois de apenas alguns minutos na companhia de Devon Ravenel, Kathleen não teve mais dúvidas de que todos os rumores que ouvira sobre ele eram verdadeiros. O homem era um idiota egoísta. Um patife repulsivo e rude."

Devon acaba por não ouvir a voz da razão (no caso, a voz de seu irmão mais novo) e decide lutar esta guerra perdida, tentando reerguer as propriedades que herdou. E não é só isso, junto com a herança vieram também às três irmãs do antigo Conde, suas primas, que agora estão desamparadas, sem um dote para que consigam arranjar um casamento decente.

Esta é a premissa da trama, contudo o desenvolvimento de cada personagem dentro dela é que me conquistou. O irmão mais novo de Devon, West, é alcoólatra, mas muito inteligente, acaba se envolvendo, a contragosto, na recuperação das propriedades e foi o personagem que roubou a cena. As irmãs gémeas, Cassandra e Pandora já deixaram saudades com maneiras tão anticonvencionais para a época e prometem ótimos livros solos, e como já é uma de suas características, a autora já nos fez antipatizar pelo protagonista do próximo volume, o Sr. Winterborne (quem não se lembra do que lorde St. Vincent fez com Lillian Bowman em Era uma Vez no Outono fazendo-nos odiá-lo). Só nos resta esperar para conferir como ela vai redimi-lo de tantas atitudes detestáveis.

"- Rhys Winterborne é vulgar, implacável, disposto a passar por cima de qualquer princípio para conseguir algo... qualidades que admiro, é claro... mas ele jamais serviria para lady Helen. Eles seriam muito infelizes juntos."

Acabei achando a participação dos personagens principais um tanto pequena, Devon tem um jeito irreverente que conquista, ao contrário de Kathleen que é totalmente apegada as regras sociais, fato bastante explicável devido o sua rígida criação, entretanto os dois fazem despertar o que há de pior um no outro, criando embates afiados.

E as piadinhas de West tornaram os diálogos sarcásticos e divertidos.

"- Devon não está acostumado com pessoas exclamando de alegria quando ele chega - explicou West, muito sério. - Normalmente elas fazem isso quando ele vai embora."

Lisa Kleypas deixou-me presa às páginas do livro, uma mágica que sabe fazer como ninguém.

Top Comentarista de Março

Gisela Menicucci Bortoloso

Capixaba, leonina, analista de sistemas e mãe. Apaixonada por livros, sou uma leitora compulsiva e como o tempo é curto, leio em todo o lugar: esperando o elevador, dentro do ônibus, no salão de beleza... Ler é meu prazer e minha paixão!

Cortesia da Editora Arqueiro
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