Ed. Record, 2018 - 336 páginas |
- "Construído em ritmo de thriller, O pior dos crimes esmiúça o trágico caso que conseguiu estarrecer a opinião pública de um país rotineiramente violento. Em 29 de março de 2008, Isabella, de 5 anos, foi atirada ainda com vida pela janela do sexto andar do apartamento do pai, Alexandre Nardoni, e da madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte da capital paulista, e morreu pouco depois de chegar ao hospital. O que se seguiu foi uma investigação e um processo repletos de pistas mal perseguidas, depoimentos de suspeitos com “pegadinhas”, uso de informações falsas, pressões indevidas para a obtenção de confissões, perícias criminais deficientes e um Ministério Público empolgado com os holofotes. Se o caso Nardoni representou ou não um erro judicial, se houve elementos suficientes para uma condenação “acima de qualquer dúvida razoável”, o leitor será capaz de dizer a partir da leitura deste instigante livro-reportagem."
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Esmagando um pedaço do coração
Nem bem estávamos digerindo o caso Richthofen e cai está bomba tirando nosso fôlego de uma só vez. A morte de Isabella Nardoni, uma criança de cinco anos, arremessada do sexto andar do edifício London. Quem tem filhos deve ter ficado em choque imaginando que poderia ter sido o seu. Quem não tem se condoeu da mesma forma, é um crime bárbaro.
Daí é preciso dar uma resposta rápida à sociedade. O presidente pressiona, o governador pressiona, o secretário de segurança pública pressiona, até chegar à Polícia Civil. É um torniquete que vai apertando de tal forma que não há como não se sentir sufocado. E é aí que começa boa parte da complicação.
Todos acompanharam o bombardeio de imagens pela TV, o 4º poder em toda sua glória e esplendor, todos os canais dando prioridade total ao caso que comoveu e abalou o país.
E é para retomar alguns problemas nas investigações que surge O pior dos crimes: a história do assassinato de Isabella Nardoni (Record, 336 páginas) do jornalista e repórter da Folha de S.Paulo, Rogério Pagnan. Ele participou de tudo, inclusive como testemunha em alguns momentos. Não consegui largar o livro! Além do grande trabalho jornalístico é também de muita qualidade literária.
Quando a mídia escolhe seus culpados a opinião pública vem de roldão e massacra. Já foi assim no caso do deputado cassado Ibsen Pinheiro, entre outros casos menos famosos. O tribunal de bar já havia dado seu veredicto e alterar isso é tão complicado quanto encontrar os culpados.
Revendo os vídeos do caso fiquei com uma sensação ruim, o estômago revirado, não é fácil. Há momentos em que as palavras não me veem, a garganta trava. A imagem do promotor Cembranelli (nome difícil de esquecer) com suas frases de impacto ficaram gravadas a ferro em minha memória. Como advogado que nunca exerceu a profissão eu ficava me imaginando na pele dele. O cara era extremamente capaz, com retórica perfeita e raciocínio rápido. Eu invejava sua verve.
Ainda assim, aquela balbúrdia toda e o repúdio da população me incomodavam. Como diria Vespasiano: “pão e circo para o povo”. Não há como haver justiça num ambiente explosivo como este. Ainda mais com os perfis psicológicos dos réus sendo metralhados a todo momento – Alexandre Nardoni sempre teve tudo, Anna Jatobá princesa que não sabia fazer nada e não assumia as responsabilidades. Como se não bastasse, a informação de um morador, professor Antônio Lúcio Teixeira, primeiro a ligar para a polícia pedindo socorro, colocaria um balde de gasolina na fogueira.
Depois de veiculada uma informação como esta tudo desanda. Não há como reparar, não tem conserto, mesmo que esteja equivocada. Lembrei-me de imediato do caso do deputado cassado Ibsen Pinheiro que teve sua vida arruinada pelo mau jornalismo, pela colocação indevida de uma notícia mal apurada.
Esta informação, tomada grosso modo, contrariava a versão dos réus de que uma terceira pessoa teria defenestrado Isabella. Há também contradições nos depoimentos deles, além de algumas testemunhas (já diria um professor que tive – a prova testemunhal é a prostituta das provas). Espero nunca ser interrogado, porque provavelmente cairia em contradições, tenho péssima memória para datas, nomes, tempo decorrido e orientação espacial (sempre utilizo o GPS e mesmo assim erro o caminho).
Quando a pressão é grande é preciso encontrar um culpado. Torço para que tenha sido feita justiça mesmo que por vias tortas, porque imaginar que duas pessoas (além dos familiares – filhos, pais, avós) foram condenadas erroneamente ao inferno é penoso demais.
Este livro não desvenda o crime, nem lança luzes sobre a autoria de tal delito, seu objetivo, após ampla investigação é apontar os vícios durante os trabalhos, vícios estes que poderiam ter sido evitados. É uma obra para se refletir sobre “justiça”. Para exemplificar deixo aqui as palavras do cirurgião André Morrone sobre o laudo que apontou asfixia de Isabella:
Alguns poderão dizer: “mas este livro é a versão de Pagnan”. Evidentemente que o é, claro. Mas é uma versão bem convincente.
Nem bem estávamos digerindo o caso Richthofen e cai está bomba tirando nosso fôlego de uma só vez. A morte de Isabella Nardoni, uma criança de cinco anos, arremessada do sexto andar do edifício London. Quem tem filhos deve ter ficado em choque imaginando que poderia ter sido o seu. Quem não tem se condoeu da mesma forma, é um crime bárbaro.
Daí é preciso dar uma resposta rápida à sociedade. O presidente pressiona, o governador pressiona, o secretário de segurança pública pressiona, até chegar à Polícia Civil. É um torniquete que vai apertando de tal forma que não há como não se sentir sufocado. E é aí que começa boa parte da complicação.
“No Brasil, algo raro no mundo, a polícia estadual é dividida em duas partes. Responsável pelo patrulhamento, a Polícia Militar atua na prevenção dos crimes, tentando evitar que aconteçam, enquanto a Polícia Civil fica encarregada de investigá-los depois que acontecem e, o mais desejável, esclarecê-los, prendendo os responsáveis. Assim, cada polícia fica com uma parte do trabalho, o que pode parecer algo simples, mas que nem sempre funciona muito bem. Está mais para uma corrida de bastão na qual, por vezes, os corredores sabotam um ao outro como se a vitória de um não fosse também a vitória do outro (e da sociedade).”
Todos acompanharam o bombardeio de imagens pela TV, o 4º poder em toda sua glória e esplendor, todos os canais dando prioridade total ao caso que comoveu e abalou o país.
“A partir desse momento, em especial no final da tarde de segunda-feira, o assassinato da criança ganharia destaque em uma série de programas de TV, colocando a investigação como um dos principais assuntos do país.
Ninguém é capaz de explicar exatamente como isso ocorre, quais os elementos intangíveis que envolvem esse tipo de movimento, mas as pessoas, em massa, passaram a ter muito interesse na elucidação do crime e a debater quem era o culpado pela morte de Isabella Nardoni. Teses e teses foram defendidas.
(...) A negativa do casal na participação do crime, inocência reforçada pela própria família da mãe biológica, era a pitada de mistério necessária para ajudar a alavancar a “trama” e dar ares de ficção a um drama real. O interesse das pessoas era ainda maior porque não se tratava da morte de uma vilã, mas de uma criança (...)”
E é para retomar alguns problemas nas investigações que surge O pior dos crimes: a história do assassinato de Isabella Nardoni (Record, 336 páginas) do jornalista e repórter da Folha de S.Paulo, Rogério Pagnan. Ele participou de tudo, inclusive como testemunha em alguns momentos. Não consegui largar o livro! Além do grande trabalho jornalístico é também de muita qualidade literária.
Quando a mídia escolhe seus culpados a opinião pública vem de roldão e massacra. Já foi assim no caso do deputado cassado Ibsen Pinheiro, entre outros casos menos famosos. O tribunal de bar já havia dado seu veredicto e alterar isso é tão complicado quanto encontrar os culpados.
“Envolvida no empurra-empurra, a maior parte dos repórteres não percebeu que uma senhora de meia-idade gritava em direção ao casal.
— Assassino! — dizia a mulher aos berros.
Era a delegada Maria José Figueiredo, que, até momentos antes, estava atrás do balcão de atendimento daquele distrito. A mulher havia abandonado o posto de trabalho para acompanhar (e xingar) a saída do casal.”
Revendo os vídeos do caso fiquei com uma sensação ruim, o estômago revirado, não é fácil. Há momentos em que as palavras não me veem, a garganta trava. A imagem do promotor Cembranelli (nome difícil de esquecer) com suas frases de impacto ficaram gravadas a ferro em minha memória. Como advogado que nunca exerceu a profissão eu ficava me imaginando na pele dele. O cara era extremamente capaz, com retórica perfeita e raciocínio rápido. Eu invejava sua verve.
Ainda assim, aquela balbúrdia toda e o repúdio da população me incomodavam. Como diria Vespasiano: “pão e circo para o povo”. Não há como haver justiça num ambiente explosivo como este. Ainda mais com os perfis psicológicos dos réus sendo metralhados a todo momento – Alexandre Nardoni sempre teve tudo, Anna Jatobá princesa que não sabia fazer nada e não assumia as responsabilidades. Como se não bastasse, a informação de um morador, professor Antônio Lúcio Teixeira, primeiro a ligar para a polícia pedindo socorro, colocaria um balde de gasolina na fogueira.
“— Eu tenho uma coisa para contar para a senhora — começou o professor. — Uma coisa que ouvi e está me causando um desconforto muito grande. Eu não quero ser injusto, eles falaram de ladrão, mas ouvi claramente uma criança gritando “Papai, papai, papai, para, para”.”
Depois de veiculada uma informação como esta tudo desanda. Não há como reparar, não tem conserto, mesmo que esteja equivocada. Lembrei-me de imediato do caso do deputado cassado Ibsen Pinheiro que teve sua vida arruinada pelo mau jornalismo, pela colocação indevida de uma notícia mal apurada.
Esta informação, tomada grosso modo, contrariava a versão dos réus de que uma terceira pessoa teria defenestrado Isabella. Há também contradições nos depoimentos deles, além de algumas testemunhas (já diria um professor que tive – a prova testemunhal é a prostituta das provas). Espero nunca ser interrogado, porque provavelmente cairia em contradições, tenho péssima memória para datas, nomes, tempo decorrido e orientação espacial (sempre utilizo o GPS e mesmo assim erro o caminho).
“(...) “Pressionados pela imprensa, delegados e investigadores andaram divulgando boatos e meras hipóteses como se fossem informações verdadeiras. Alguns equívocos que resultaram desse comportamento: dois investigadores ouvidos pela Veja relataram que, horas antes de sua morte, Isabella teria recebido um safanão no salão do prédio onde moram os pais de Anna Carolina (Jatobá). Essa festa não ocorreu e as investigações não confirmaram se Nardoni repreendeu ou agrediu a filha antes do crime.””
Quando a pressão é grande é preciso encontrar um culpado. Torço para que tenha sido feita justiça mesmo que por vias tortas, porque imaginar que duas pessoas (além dos familiares – filhos, pais, avós) foram condenadas erroneamente ao inferno é penoso demais.
Este livro não desvenda o crime, nem lança luzes sobre a autoria de tal delito, seu objetivo, após ampla investigação é apontar os vícios durante os trabalhos, vícios estes que poderiam ter sido evitados. É uma obra para se refletir sobre “justiça”. Para exemplificar deixo aqui as palavras do cirurgião André Morrone sobre o laudo que apontou asfixia de Isabella:
“Posso dizer que não era uma unanimidade o que estava sendo escrito ali, e os dois lados sabiam disso. Isso eu posso te garantir”, disse, já fora da polícia de São Paulo. “Às vezes, o que menos interessa é a verdade.”
Alguns poderão dizer: “mas este livro é a versão de Pagnan”. Evidentemente que o é, claro. Mas é uma versão bem convincente.
Rodolfo Luiz Euflauzino
Ciumento por natureza, descobri-me por amor aos livros, então os tenho em alta conta. Revelam aquilo que está soterrado em meu subconsciente e por isso o escorpiano em mim vive em constante penitência, sem jamais se dar por vencido. Culpa dos livros!
Cortesia do Grupo Editorial Record
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Oi, Rodolfo.
ResponderExcluirÉ impossível esquecer desse monstruoso acontecimento, né?
Ao meu ver, não restam dúvidas de que eles são os assassinos, mas, às vezes, eu ficava pensando na possibilidade de ter uma terceira pessoa (cúmplice) nessa história.
Depois de tantas provas averiguadas coletadas, porque os dois nunca se declararam culpados?
Eles podem ter seus motivos (e, talvez, foram orientados a se declarem inocentes), mas não sei, acho que alguma coisa não bate...
cara Daiane, inesquecível é pouco, ficou marcado a ferro na memória. ao contrário de ti sempre estive cheio de dúvidas e elas foram se acumulando até que eu parasse de assistir à TV quando falavam do crime. quanto a sua pergunta há 2 respostas: primeira - eles podem não ser culpados, segunda - o réu não é obrigado a produzir provas contra si mesmo. agora, que alguma coisa não bate, ahhhh isso você tem razão. e se por acaso ler este livro ficará com mais dúvidas ainda. bjos
ExcluirLembro desse caso como se fosse hoje. Desejo muitíssimo ler esse livro.
ExcluirEntão, eu até entendo que eles podem não se declararem culpados, mas na minha mente, isso não faz o menor sentido.
Com certeza algum detalhe passou despercebido... Talvez por causa daquele calor do momento, com a mídia e todos pressionando em busca de respostas, o caso não foi muito desempenhado como deveria ter sido.
Eu tinha e ainda tenho uma leve desconfiança de uma pessoa ligada a eles... Mas, categoricamente, não posso afirmar nada, são apenas desconfianças...
cara Daiane, entendo e respeito seu ponto de vista. apesar de que as justificativas daqueles que se empenharam em puni-los tenha sido (aí é opinião pessoal) exacerbada. como você também fico com esta pulga de que havia uma terceira pessoa. mas com processo transitado em julgado pouca coisa poderá ser feita. obrigado pela seu comentário e por sua opinião. fico imensamente feliz quando alguém consegue adentrar no terreno das resenhas para compartilhar pensamentos e emoções. bjos
ExcluirLi a resenha deste livro a primeira estes dias e me doeu. Agora lendo aqui, mais uma dor. Semelhante demais, beirando a igualdade. Impossível não recordar da avalanche de informações que iam chegando na época, seja na tv, internet, jornais.
ResponderExcluirE em meio a todo esse circo, muita coisa errada. A gente, por mais que não entenda de nada, sabe que tiveram erros demais, tanto na parte de acusação, quanto na parte da defesa.
Será que algum dia, alguém de fato saberá o que houve naquela noite fatídica??
Acredito que não!
O livro está na lista de desejados e espero sinceramente poder ler ele em breve.
Beijo
querida, esta dor tem a qualidade de não cessar, infelizmente. como você eu apenas acompanhava o processo esperando um desfecho que fizesse justiça. por fim acabei ficando triste com o que estava acontecendo, com o linchamento que estavam fazendo dos réus sem possibilidade de defesa, o tribunal de rua é cruel. ainda espero a elucidação deste, mesmo com o julgamento. leia também este livro. bjos
ExcluirImagino como deve ser tensa e forte a leitura do livro. Lembrar do acontecido e remoer detalhes e ir além, saber de pontos de vista de alguém que acompanhou de perto tudo aquilo. É muito difícil julgar, pois realmente não consigo aceitar o fato de que um pai pudesse fazer algo tão ruim à filha. Por outro lado já aconteceram fatos de crimes de pais contra seus filhos por motivos tão estúpidos que nem dá para acreditar. Lembro de um que envolvia separação, onde o pai não aceitava... Resumindo, quero muito ler essa obra. Excelente resenha.
ResponderExcluirsim sim, rememorar detalhes das investigações e dos depoimentos não é tarefa fácil. mas a curiosidade do ser humano também não tem limites, rs. de qualquer forma este livro é especial, colocou uma pulga enorme atrás da orelha. leia e me diga o que achou. obrigado pelas palavras carinhosas.
ExcluirOi Rodolfo, lembro quando aconteceu isso tudo, eu era bem nova na época. Mas mesmo assim lembro de todo mundo comentando sobre o caso, você ligava a tv e só passava isso. E não era pra menos! Não tem como você não ficar revoltada com o que aconteceu!
ResponderExcluirEu comecei a ler e gostar de livros de não ficção faz pouco tempo, vou adicionar esse na minha lista!
cara Theresa, foi notícia durante muito tempo, até os patrocinadores das TVs ficaram em segundo plano, tudo pela audiência, rs. livros de não ficção também têm atrativos que nos deixam ligados. que bom que você está saindo da zona de conforto. espero que goste deste também. bjos
ExcluirRodolfo!
ResponderExcluirInfelizmente os recurosos da nossa justiça e da polícia, são parcos e precários.
Diante de uma exposição tão grande da mídia (que condena ou absolve quando quer), a pressão fica grande e tem de se apontador um culpado.
E por causa de tudo isso, muitos casos não tem resolução ou, quando tem como aqui, sempre ficamos nos perguntando se foi feita mesma a justiça?!...
Deve ser um livro intenso, mas ainda assim, gostaria de ler a visão de alguém que acompanhu boa parte do processo.
Sua resenha como sempre impecável.
Desejo uma ótima semana!
“Um homem pode ser destruído, mas não derrotado.” (Ernest Hemingway)
cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA MAIO – 4 livros + vários kits, 5 ganhadores, participem!
BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!
cara Rudynha, você tocou num ponto crucial, nas investigações o que conta são os recursos e a modernidade dos mesmos, sem eles é "quase" impossível apontar culpados. é um livro intenso sim, principalmente porque rememoramos episódios doloridos e muitos deles irritantes e até insuportáveis. bora ler também. bjos
ExcluirRodolfo, o caso Isabella permanece bem nítido, doloroso, impactante, e assim como você tentei nao me deixar levar pela avalanche de sentimentos que só conduziam a um veredicto. Meu filho era pequeno à época, ficamos todos mal com o caso dominando os programas de tv, meu olhar se voltava todo para a mãe da criança (e meu coração, minha alma). Me recusei a imaginar o casal praticando essa barbárie, a acreditar nessa possibilidade, é o pior dos pesadelos. Enfim, considerando isso tudo, pulei algumas citações para nao ler algo que fizesse emergir das profundezas essa dor inimaginável que abalou o Brasil... mas acabei lendo justamente o que mais me chocou, o depoimento que conta dos gritos da menina... Aí a gente monta o cenário do horror, né? Não tenho condições de ler os trechos, imagine um livro desses. O caso Richthofen ja havia sido demasiado contundente para me tirar o sono e a paz, Nardoni superou com vantagem. Um livro desses tem sua importância e vale ser refletido, pq se há furos na condução ou conclusão do caso, meu Deus, será mesmo que a opinião pública determinou o que a justiça supostamente nao conseguiu revelar? Vc leu o livro da Ilana Casoy? Ja falei uma vez que vc é um cara corajoso, dessa vez se revestiu dos poderes do seu herói preferido (que lutou com o meu) para encarar essa descida vertiginosa e completamente escura e perigosa. Como vc ficou durante e depois? 😮
ResponderExcluircara Manuh, nós pais acabamos por nos deixar levar muito mais pela emoção, não queríamos estar na pele de nenhum dos envolvidos (culpados ou inocentes). assim como você não queria acreditar na culpa daqueles que deveriam protegê-la. no caso da citação os gritos da menina também são dúbios, poderiam ser tanto para que o pai parasse de fazer algo que estava machucando a criança, quanto pedindo socorro ao pai num momento de desespero, porque a reação vale nos dois sentidos. penso sempre se houve justiça neste e em inúmeros outros casos porque não há como se voltar atrás, é como uma pena de morte em vida (aliás sou completamente contra a pena de morte, que fique bem claro, acho que este tipo de punição tira do indivíduo a possibilidade de aprender, de retomar seu caminho para a luz, enfim é uma visão espírita e espiritual). quero ler o livro da Ilana também, mas sei que ela se baseou na análise do processo, talvez não tenha acompanhado de perto e nem vivenciado as situações. se for assim não será tão eficiente ou fidedigno, afinal de contas há muitos furos na condução do mesmo.
Excluirdurante a leitura fiquei triste, as lembranças não são boas e acabei me jogando nos vídeos que pululam a net e foi traumatizante. este sentimento de impotência faz mal a gente, não nos traz alívio algum, pelo contrário, fica um peso enorme sobrepondo tudo, tirando nosso apetite. após a leitura me joguei em outras menos contundentes, por isso no momento tudo me parece uma foto antiga, em sépia, mas está lá e a "justiça" é palavra séria demais para que possamos deixar de lado. não me sinto convencido de que o caso está encerrado. será que todos que vivenciaram tudo aquilo de perto dormem tranquilos?
Oi Rodolfo, esse é um daqueles casos que gostaríamos que nunca tivessem existido, é triste demais e como ele existem muitos :( As vezes penso que o ser humano não deveria ter a capacidade de mentir, pois é difícil analisar uma situação onde um diz uma coisa e outro aponta pra outra verdade, e há casos dúbios onde houveram condenados que foram injustiçados (não dizendo que seja esse o caso), é bem complicado quando um caso ganha muita visibilidade, a mídia é uma especie de arma e tanto pode ser boa como ruim e se entendi bem esse livro também faz o leitor refletir sobre esse ponto, além de não deixar cair no esquecimento esse que foi um caso tão chocante.
ResponderExcluircara Lili, você disse tudo, caso fosse um livro de ficção ficaríamos ligados no thriller e após seu final tudo voltaria ao normal, à nossa vida pacata. mas não foi e nem é assim, a vida é bem mais perigosa do que imaginamos. o caso chocou e não deve cair no esquecimento, devemos aprender com os erros né? bjos
ExcluirOlá Rodolfo!
ResponderExcluirImpossível se esquecer desse crime tão cruel...
Na minha opinião são culpados, não tem como não ser...
O que dói é saber que um pai é capaz de fazer com a própria filha, é inaceitável isso, ainda não sei pq eles não se assumem culpados...Eu não tenho coragem de ler livros do gênero, imagino que seja bem chocante assim como o crime...
Bjs!
cara Aline, é impossível sim e é melhor que assim seja, devemos sempre ter em mente aquilo que causa repulsa para que o erro não se repita. talvez você devesse ler o livro sim, mesmo que isso lhe doa, pode ser que você não mude de ideia, mas colocará dúvidas em muitos pontos no mínimo obscuros. bjos
ExcluirVou tentar um dia Rodolfo...
ExcluirBjs!
Olá Rodolfo
ResponderExcluirVocê trouxe um livro bem diferente dessa vez. Eu acredito que o caso da Isabella Nardoni, ainda mexe com todos nós, foi algo brutal, desumano, a vida de uma criança inocente foi interrompida de forma barbara. A nossa justiça é muito falha, e eu acredito sim, que os dois são culpados. Infelizmente nada vai trazer a Isabella de volta, mais só o fato da justiça ser feita, já me deixava mais aliviada!
Inclusive Rodolfo, quero aproveitar que estamos falando sobre esse tema, para te indicar a série "Anatomia do Crime" da Netflix, eles falam sobre alguns casos parecidos com o da Isabella.
cara Alice, ao contrário de ti não tenho convicção sobre a autoria desta barbárie e após ler este livro minhas dúvidas aumentaram ainda mais, mas respeito seu ponto de vista. obrigado pela dica, vou procurar esta série sim. bjos
ExcluirOI Rodolfo.
ResponderExcluirEi em lembro das noticias que saiu na tv na época e apesar de ser muito nova para entender o que estava verdadeiramente acontecendo, só posso dizer que sinto pela Isabella que foi a vítima em tudo isso e acabou morrendo de uma maneira tão trágica, em relação aos pais, eu não sei bem o que pensar e espero um dia, saber o que realmente aconteceu naquele dia. Admiro sua coragem em ler livros como esse, eu com certeza não teria estomago para isso.
P.S eu se fosse interrogada, séria e maior das contradições, quando estou nervosa costumo gaguejar e esquecer de tudo, isso com certeza não seria algo bom em uma situação como essa.
Bjs.
cara Marlene, este sentimento que você expressou é o que trazemos no peito, todos morremos um pouco com a morte de Isabella. assim como você eu seria massacrado em um interrogatório, tenho péssima memória. bjos e obrigado pelas palavras carinhosas.
ExcluirOlá Rodolfo,
ResponderExcluirSendo sincera, acompanhei o caso de forma que não queria, como estava por todo o lado não teria como não "entrar" nele, mas me dava um embrulho no estômago só de ver o que aconteceu com a menina, e não tem nem como negar, culpei o pai e a madrasta já nas primeiras entrevistas. Sei que o jornalismo é todo contraditório, e que muitas vezes nos é passado informações que nem sempre são verdadeiras ou muitas vezes incompleta, mas foi algo tão impactante..
Como você desejo que a justiça de fato tenha sido feita, de uma forma ou de outra, ou se quer uma tentativa dela, já que para mim em um caso de morte a "justiça" é apenas algo significativo.
Beijos
cara Vitória, este foi o assunto mais abordado naquela época, onde estávamos havia comentário, não tinha como fugir. e como vc mesma diz, a justiça é algo significativo, a morte besta e desumana é que não tem explicação. bjos querida e obrigado por aparecer por aqui!
ExcluirOi, Rodolfo!
ResponderExcluirPois é, é um crime bárbaro, até hoje me lembro com um nó na garganta e um coração apertado a morte da pequena Isabella Nardoni, sempre que lembro do testemunho do professor Antônio Lúcio Teixeira meus olhos enchem de lágrimas... por isso não tenho coragem de ler O pior dos crimes: a história do assassinato de Isabella Nardoni.
Mas assim como você torço para que a justiça tenha sido feita... Abraços!
Any, tive que voltar aos vídeos todos e reviver o pesadelo e a dor dos envolvidos. entendo seu sentimento e sua resistência em ler este livro. de qualquer forma agradeço sua presença. abraços!
ExcluirOlá! Esse é um daqueles livros que mesmo tendo um tema tão difícil, por retratar um fato que ocorreu, e não há muito tempo atrás, deve ser lido por todos, pois nos permite acompanhar outro lado desse crime tão bárbaro, e que foi realmente muito (mal) explorado pela mídia.
ResponderExcluircara Elizete, também tenho esta opinião, além de uma curiosidade que não cabe no universo, rs. este livro tem a visão de um repórter que vivenciou cada fase do processo, portanto é testemunha viva de tudo o que ocorreu após o crime. livro muito bom. bjos
ExcluirParece bastante instigante, mas imagino que o fato de não dar uma certeza possa causar um sentimento de frustração fortíssimo, não? Um caso tão chocante como esse, parece ter sido vivido pela gente. Gera uma sede de verdade tremenda!
ResponderExcluircara Anny, foi realmente frustrante, mas beirando à indignação, já que tenho cá inúmeras dúvidas que não me deixam em paz. há sempre que se buscar justiça para nos acalmar a alma.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirO livro me pareceu bem intrigante, uma historia que realmente comove ao leitores. Eu não tinha visto essa notícia, apesar que não sou muito de noticiário mas vejo que só pelo fato de me conta me deixa bem impactada com essa situação. Não sei se leria mas quem sabe né.
cara Lily, é investigação de primeira linha, apontando fatos que poderiam alterar o julgamento. incrível você não conhecer esta história, ela foi e ainda é notícia. de qualquer forma é um bom momento para você tomar contato com este crime bárbaro. quem sabe?
ExcluirParece que foi ontem essa monstruosidade e já se passaram 10 anos,até hoje essa história continua sem desfecho esperado,quero muito ler esse livro quero entender o motivo...
ResponderExcluircaro Gilmar, por mais que tenhamos esta curiosidade o "motivo" nunca será compreendido, porque não há razão para tal ato desumano. ficaria aliviado se houvesse confissão dos culpados. leia também pra gente prosear mais a respeito. abraços
ExcluirEsse livro fecha as lagunas ou nos enche de mais dúvidas? Fico pensando que depois de tanto tempo a verdade já devia ter sido dita e o Nardoni deve isso a sociedade...
ResponderExcluircara Paola, Pagnan nos apresenta alguns pontos obscuros do processo, por isso levanta mais questionamentos que soluções. é um livro que nos faz pensar a respeito do que seja "justiça".
ExcluirOi, Rodolfo!!
ResponderExcluirLembro que acompanhei esse caso pelos noticiários e todos os dias surgia novas informações e especulações sobre o que teria realmente acontecido com a Isabella Nardoni. Até hoje dez anos depois muitas coisas não ficaram tão claras assim nesse caso, e por causa disso gostaria muito de ler mais sobre o que pode ter acontecido com a Isabella.
Bjos
cara Marta, a única certeza neste caso é que Isabella nos deixou, que sua vida foi breve e isso nos faz o coração sangrar. ainda esperamos por justiça ou algo que se aproxime dela. leia este livro também, reviver tudo não é tarefa fácil, mas precisamos que nada disso caia no esquecimento. bjos
ExcluirOi Rodolfo,
ResponderExcluirO que aconteceu com a Isabella foi uma injustiça, cometida através de um ato de crueldade e covardia, por isso até hoje me revolto com esse crime e é o tipo de tragédia que marca a vida de qualquer pessoa. O que acompanhei da história de Isabella foi pelos noticiários na época que o crime ocorreu, por isso sempre tive uma certa curiosidade em ter mais acesso a conteúdos que pudessem me fornecer mais informações. O Pior dos Crimes me parece trazer um bom conteúdo e sei que não trás provas concretas sobre os culpados, pois o objetivo do livro não é esse. Eu acredito que a justiça não errou na condenação do casal ou talvez isso seja só meu desejo para que alguma justiça fosse feita.
cara Gislaine, o que aconteceu a esta garotinha é inominável, não há explicação para tanta crueldade. e você foi perfeita em sua frase - "talvez isso seja só meu desejo para que alguma justiça fosse feita". pensamos sempre nestes termos e passados 10 anos ainda fica aquele gostinho de que poderia ter sido melhor. será que os culpados realmente estão pagando pelos crimes? havia mais alguém? são perguntas que não se calam. espero que o futuro ainda nos traga respostas.
ExcluirNão tenho coragem de ler esse livro, me deixa muito mal mesmo só de lembrar, é triste imaginar como as pessoas podem ser tão más a esse ponto e ainda mais se tratando de uma criança. Infelizmente a nossa justiça é falha demais e eu acredito que mesmo condenados esse caso ainda tinha muitas coisas a serem averiguadas mas que infelizmente foram deixadas embaixo do tapete. Eu li que esse livro também tenta trazer uma parte do passado dos acusados tentando entender os motivos que podem ter levado esse dois a fazerem isso mas na minha concepção não há explicação pra isso.
ResponderExcluircara Luana, como você mesma apurou, este livro traz flashes do passado de cada um dos envolvidos e em momento algum confirma a autoria deste crime. ele nasceu para que muitas coisas sejam colocadas às claras na mesa. caso mude de ideia leia também, é no mínimo um livro instigante.
ExcluirLembro quando vi sobre esse crime e fiquei completamente em choque com tamanha crueldade vindo daqueles que deviam protege-la. Assisti até uma série nova na netflix esses dias que fala sobre esse caso e outros.
ResponderExcluirGosto bastante de ler livros sobre criminalística, e acho legal podermos ver todas as versões em si. Fico imaginando se haveria uma terceira pessoa ou se eles foram realmente capaz dessa monstruosidade toda com essa que parecia ser uma adorável criança. O que mais me choca é a violência que ela havia sofrido antes mesmo de ser jogada, e fico em dúvida se o casal é realmente culpado ou foi desespero da polícia simplesmente prender logo alguém devido a mídia que havia em cima.
beijinhos
She is a Bookaholic
cara Nicole, este episódio nos mostrou o quanto de dor somos capazes de tolerar e para os envolvidos o quanto são capazes de suportar. quanto a suas indagações saiba que são também as minhas e de acordo com este livro, provavelmente não houve esta tal "violência" anterior. são versões e mais versões. leia também e volte pra prosearmos mais a respeito. bjos
ExcluirOlá, Rodolfo!
ResponderExcluirEsse fato não tem como não esquecer. Um absurdo fazer isso com uma criança inocente, cheia de vida que poderia ter um futuro lindo e não pode, infelizmente.
Gosto de ler livros assim com esse tipo de assunto, mas eu nem consigo imaginar a dor que a mãe sentiu perder a filha de uma maneira tão barbara.
Ainda penso será que foi só os dois envolvidos nessa sujeira ou se tem mais pessoas envolvidas nisso.
Beijos.
cara Luana, e não é para deixar cair no esquecimento mesmo, isso fará com que não cometamos mais os mesmos erros. e será que eles são mesmo os autores? há mais perguntas que resposta.
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