Ed. Rocco, 2018 - 416 páginas |
- "Os hóspedes é ambientado na Inglaterra pós-Primeira Guerra, uma era de grandes desilusões e demanda por mudanças. Numa Londres em que a fome e o desemprego são realidade, uma empobrecida viúva e sua filha se veem obrigadas a alugar um quarto de sua outrora elegante casa em Camberwell para tentar sobreviver aos novos tempos. A chegada do jovem e moderno casal Barber, no entanto, transforma a vida das esnobes Sra. Wray e Frances de forma inesperada quando uma paixão devastadora vem à tona, suscitando profundos questionamentos sobre os valores de uma época."
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Pensa numa pessoa que tava numa expectativa pra ler um livro.
Pois é, essa era eu com Os Hóspedes. Vamos combinar que a sinopse é bastante promissora e autora me tinha sido muitíssimo bem recomendada por uma amiga que leu Toque de Veludo, que é o romance de estreia dela. Aí vi esse livro na lista da Rocco e com essa capa que, convenhamos está lindíssima e pensei: “Pronto, é agora que eu vou finalmente ler Sarah Waters”.
Mas nem tudo na vida são flores e se tem uma coisa que que eu posso dizer que aprendi nesses vinte e oito anos de vida é que criar expectativa em torno de qualquer coisa só faz com que você se decepcione. Digo que aprendi, mas é apenas licença poética, porque, como vemos por esse relato, eu não aprendi coisíssima nenhuma e criei uma expectativa gigante em torno desse livro. O que provavelmente contribuiu para o fato de eu não ter gostado tanto assim da obra. Afinal, algo precisa ser realmente muito bom pra superar ou mesmo se igualar à uma expectativa bem construída.
Esse é o sentimento que eu tenho ao chegar ao fim do livro. Não chega a ser ruim, mas eu esperava mais. Se eu não não soubesse nada sobre o livro ou sobre a autora, poderia ser supreendida pela e história e talvez até gostar mais dela do que gostei.
Mas estou divagando, bora pra resenha.
Se segure na cadeira e desligue qualquer preconceito que você possa ter, porque essa aqui é a história de um romance lésbico na Inglaterra Vitoriana!
Se você já leu alguma resenha minha já deve ter percebido que eu sou bastante curiosa e de jeito nenhum nego uma nova experiência literária (se você buscar pelo meu nomezinho entre os resenhistas desse site, vai notar que que li de quase tudo) e no começo desse ano, quando surgiu uma discussão sobre livros com personagens LGBT, eu percebi que nunca tinha lido um livro em que o protagonista fosse assumidamente gay (O Retrato de Dorian Gray conta?) e comecei 2018 disposta a remediar essa falha. Esse livro, faz parte do meu movimento nessa direção.
Ambientado na Inglaterra pós primeira guerra, o livro conta a história de Frances Wray, uma jovem a beira dos trinta (já considerada solteirona pra época) que mora com a mãe na antiga casa da família. As duas perderam muito com a guerra: primeiro entes queridos, depois a posição social e a estabilidade financeira.
E é precisamente aqui que a nossa história começa. A fim de conseguir alguma fonte de renda, Frances e a mãe decidem alugar parte da casa para um jovem casal que está apenas começando sua vida conjugal e essa decisão vai mudar drasticamente a rotina e a vida das Wray.
Frances é uma personagem interessantíssima. Embora seja uma mulher de seu tempo e até se preocupe com a imagem que a sociedade (e principalmente a mãe) tem dela, é antes de qualquer coisa uma mulher prática, que entende que de nada adianta manter as aparências se não tiver como pagar a conta do açougue ou do leiteiro. É dela a decisão de alugar parte da casa e, por mais que ter que conviver com estranhos a incomode, ela está decidida a superar esse incômodo se isso puder por comida na mesa.
A senhora Wray, mãe da Frances é uma figura meio apática. Sempre preocupada com a opinião da sociedade e com o que os vizinhos possam dizer, mas sem uma personalidade muito forte ou força de vontade suficiente pra fazer qualquer coisa. Já os Barber, são um casal curioso. Ela uma criatura vivaz e bastante peculiar. Gostei dela de cara, não sei dizer ao certo o porque. Por mais invasivo que fosse ter aquele casal dentro de casa, eu tive desde o início uma simpatia pela Sra. Barber. Já do marido eu não gostei em momento nenhum. Tomei ranço dele nas primeiras páginas. E é só isso que posso dizer sem te dar spoillers.
O livro trás discussões interessantíssimas a cerca do papel da mulher na sociedade, da necessidade de se manter uma aparência de distinção e normalidade mesmo que a vida não seja mais a mesma e, nesse ponto, me lembrou a obra de Érico Veríssimo. Assim como nos livros de Veríssimo, temos aqui uma família que desfrutava de uma posição financeira ou social da qual já não goza mais. No caso das Wray, a guerra e perda dos homens da família as deixa em maus lençóis. E é engraçado que o nosso primeiro pensamento (como criaturas do nosso tempo) é de supor que elas arranjariam um trabalho e a vida seguiria seu curso normal, mas imagine você, como filha bem criada de uma família inglesa abastada, se sujeitando a virar uma simples vendedora de loja ou a empregada de alguém. Vale lembrar que nessa época o simples ato de trabalhar era tido como impróprio pela sociedade. Trabalho no começo da revolução industrial, é coisa pra os mais pobres. Ninguém com um sobrenome minimamente respeitável se sujeitaria à passar por isso.
No começo do livro, existe inclusive uma passagem onde a autora diz que Frances deixa pra limpar a casa quando a mãe não está em casa pois partiria o coração da velha senhora ver a filha desempenhando as funções que originalmente eram das criadas que já não possuíam.
Agora imagine você o quão abalada a Sra. Wray ficaria se soubesse que a filha está tendo um romance com uma pessoa casada. E ainda por cima, mulher!
Eu gosto da maneira como a autora costurou o relacionamento das duas. É tórrido, é intenso e é real. São mulheres muito diferentes em valores e crenças, mas que ainda assim se apaixonam perdidamente, a despeito de todo o risco que corriam só por cogitar uma coisa dessas. Por que se você acha que o povo tá preconceituoso hoje é porque não viu a sociedade inglesa do início do século!
E…
Pararemos por aqui. Se eu te contar muito mais que o que já contei até agora vou acabar entregando demais a trama e estragando a sua experiência de leitura e nem eu nem você queremos isso, não é mesmo?
Os hóspedes é um livro bom, mas que poderia ter sido ótimo se tivesse duzentas páginas a menos. A premissa da história é muito boa e realmente levanta questões muito interessantes. As descrições são primorosas e eu realmente me senti numa Inglaterra pós-guerra. Mas (infelizmente) o livro é beeeeem mais longo do que deveria. A autora se estende por páginas a fio narrando coisas que não têm uma relevância real para a trama, mas acho que não chega a estragar a experiência da leitura.
Vale a pena a leitura? Eu diria que sim. Mas baixe suas expectativas e vá com calma, caso contrário você pode se frustrar.
Então é isso! Se você já leu Os Hóspedes, deixa aí nos comentários o que achou e se você já leu outros livros com personagens LGBT, gostaria que soubesse que estou aceitando indicações.
A gente se encontra na próxima resenha.
Mas nem tudo na vida são flores e se tem uma coisa que que eu posso dizer que aprendi nesses vinte e oito anos de vida é que criar expectativa em torno de qualquer coisa só faz com que você se decepcione. Digo que aprendi, mas é apenas licença poética, porque, como vemos por esse relato, eu não aprendi coisíssima nenhuma e criei uma expectativa gigante em torno desse livro. O que provavelmente contribuiu para o fato de eu não ter gostado tanto assim da obra. Afinal, algo precisa ser realmente muito bom pra superar ou mesmo se igualar à uma expectativa bem construída.
Esse é o sentimento que eu tenho ao chegar ao fim do livro. Não chega a ser ruim, mas eu esperava mais. Se eu não não soubesse nada sobre o livro ou sobre a autora, poderia ser supreendida pela e história e talvez até gostar mais dela do que gostei.
Mas estou divagando, bora pra resenha.
Se segure na cadeira e desligue qualquer preconceito que você possa ter, porque essa aqui é a história de um romance lésbico na Inglaterra Vitoriana!
Se você já leu alguma resenha minha já deve ter percebido que eu sou bastante curiosa e de jeito nenhum nego uma nova experiência literária (se você buscar pelo meu nomezinho entre os resenhistas desse site, vai notar que que li de quase tudo) e no começo desse ano, quando surgiu uma discussão sobre livros com personagens LGBT, eu percebi que nunca tinha lido um livro em que o protagonista fosse assumidamente gay (O Retrato de Dorian Gray conta?) e comecei 2018 disposta a remediar essa falha. Esse livro, faz parte do meu movimento nessa direção.
Ambientado na Inglaterra pós primeira guerra, o livro conta a história de Frances Wray, uma jovem a beira dos trinta (já considerada solteirona pra época) que mora com a mãe na antiga casa da família. As duas perderam muito com a guerra: primeiro entes queridos, depois a posição social e a estabilidade financeira.
E é precisamente aqui que a nossa história começa. A fim de conseguir alguma fonte de renda, Frances e a mãe decidem alugar parte da casa para um jovem casal que está apenas começando sua vida conjugal e essa decisão vai mudar drasticamente a rotina e a vida das Wray.
Frances é uma personagem interessantíssima. Embora seja uma mulher de seu tempo e até se preocupe com a imagem que a sociedade (e principalmente a mãe) tem dela, é antes de qualquer coisa uma mulher prática, que entende que de nada adianta manter as aparências se não tiver como pagar a conta do açougue ou do leiteiro. É dela a decisão de alugar parte da casa e, por mais que ter que conviver com estranhos a incomode, ela está decidida a superar esse incômodo se isso puder por comida na mesa.
A senhora Wray, mãe da Frances é uma figura meio apática. Sempre preocupada com a opinião da sociedade e com o que os vizinhos possam dizer, mas sem uma personalidade muito forte ou força de vontade suficiente pra fazer qualquer coisa. Já os Barber, são um casal curioso. Ela uma criatura vivaz e bastante peculiar. Gostei dela de cara, não sei dizer ao certo o porque. Por mais invasivo que fosse ter aquele casal dentro de casa, eu tive desde o início uma simpatia pela Sra. Barber. Já do marido eu não gostei em momento nenhum. Tomei ranço dele nas primeiras páginas. E é só isso que posso dizer sem te dar spoillers.
O livro trás discussões interessantíssimas a cerca do papel da mulher na sociedade, da necessidade de se manter uma aparência de distinção e normalidade mesmo que a vida não seja mais a mesma e, nesse ponto, me lembrou a obra de Érico Veríssimo. Assim como nos livros de Veríssimo, temos aqui uma família que desfrutava de uma posição financeira ou social da qual já não goza mais. No caso das Wray, a guerra e perda dos homens da família as deixa em maus lençóis. E é engraçado que o nosso primeiro pensamento (como criaturas do nosso tempo) é de supor que elas arranjariam um trabalho e a vida seguiria seu curso normal, mas imagine você, como filha bem criada de uma família inglesa abastada, se sujeitando a virar uma simples vendedora de loja ou a empregada de alguém. Vale lembrar que nessa época o simples ato de trabalhar era tido como impróprio pela sociedade. Trabalho no começo da revolução industrial, é coisa pra os mais pobres. Ninguém com um sobrenome minimamente respeitável se sujeitaria à passar por isso.
No começo do livro, existe inclusive uma passagem onde a autora diz que Frances deixa pra limpar a casa quando a mãe não está em casa pois partiria o coração da velha senhora ver a filha desempenhando as funções que originalmente eram das criadas que já não possuíam.
Agora imagine você o quão abalada a Sra. Wray ficaria se soubesse que a filha está tendo um romance com uma pessoa casada. E ainda por cima, mulher!
Eu gosto da maneira como a autora costurou o relacionamento das duas. É tórrido, é intenso e é real. São mulheres muito diferentes em valores e crenças, mas que ainda assim se apaixonam perdidamente, a despeito de todo o risco que corriam só por cogitar uma coisa dessas. Por que se você acha que o povo tá preconceituoso hoje é porque não viu a sociedade inglesa do início do século!
E…
Pararemos por aqui. Se eu te contar muito mais que o que já contei até agora vou acabar entregando demais a trama e estragando a sua experiência de leitura e nem eu nem você queremos isso, não é mesmo?
Os hóspedes é um livro bom, mas que poderia ter sido ótimo se tivesse duzentas páginas a menos. A premissa da história é muito boa e realmente levanta questões muito interessantes. As descrições são primorosas e eu realmente me senti numa Inglaterra pós-guerra. Mas (infelizmente) o livro é beeeeem mais longo do que deveria. A autora se estende por páginas a fio narrando coisas que não têm uma relevância real para a trama, mas acho que não chega a estragar a experiência da leitura.
Vale a pena a leitura? Eu diria que sim. Mas baixe suas expectativas e vá com calma, caso contrário você pode se frustrar.
Então é isso! Se você já leu Os Hóspedes, deixa aí nos comentários o que achou e se você já leu outros livros com personagens LGBT, gostaria que soubesse que estou aceitando indicações.
A gente se encontra na próxima resenha.
Andressa Freitas
Mineira, aspirante à escritora e estudante de cinema. Se pudesse moraria em uma biblioteca, como não posso, estou empenhada em transformar minha casa no mais próximo disso possível. Viciada em séries e filmes, adoro ler, comer e viajar. Nerd assumida, fotógrafa de profissão, amo aprender coisas novas e imaginar histórias alternativas pra absolutamente tudo.
Cortesia da Editora Rocco
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Oi, Adriana,
ResponderExcluirEu imaginei que o livro seria voltado para o mistério aparentemente inserido. Foi isso que me fazia querer lê-lo. No entanto, vejo que o livro é denso, com fatores discutíveis.
E a gente nunca aprende! Não adianta.rs Vemos uma capa bonita e pah? Nos apaixonamos e nem sempre o enredo é o que esperávamos.
ResponderExcluirEstava pensando estes dias sobre como os livros com esta temática LGBT começaram a chegar com força, trazendo não somente os romances em si, mas também toda a delicadeza dos sentimentos e isso é maravilhoso.
Não sabia nada sobre este livro acima e gostei muito de tudo que li. Pois além do romance construído, já traz também uma era onde os tabus já eram prontos e todos os costumes!
Mesmo com os pontos negativos, se puder, quero muito conferir sim.
Beijo
Andressa!
ResponderExcluirApesar de ser um romance LGBT e até interessante, ando fugindo de livros maçantes.
Não conhecia o livro e é a primeira resenha que leio e já não gostei.
cheirinhos
Rudy
Quando eu vi a capa imaginei de cara que era um terror mas me surpreendi lendo a resenha.
ResponderExcluirAchei a premissa boa, e gosto de histórias que retratam como era a vida da mulher em outras épocas. Vou colocar na lista!
OI Andressa, essa capa é mesmo linda e mesmo que o livro não tenha atendido tanto tuas expectativas a resenha tá bem interessante. Essa é o primeira resenha que vejo desse livro e curti, não sabia que era um romance lésbico de tempos atrás e autora parece ter conduzido bem o tema, mesmo que tenha se estendido um pouco demais com a história ;)
ResponderExcluirOlá! A capa do livro chama bastante atenção, é só por ela é impossível imaginar do que o livro trata, também não estou acostumada a ler romances LGBT, mas apenas por falta de oportunidade, achei muito interessante a autora retratar esse romance no início do século XX, e ter duas mulheres envolvidas (e ainda uma casada!), em razão de toda opressão que elas sofriam naquela época, fiquei curiosa para conferir.
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEu gostei do livro, tem uma premissa ótima.. E saber eu nesse meio tempo de leitora não cheguei a encontrar livros que os personagens LGBT seja mulheres, e difícil de encontrar. Gostei de saber sobre esse livro e me deixou bem curiosa por ele.
Meu blog:
Tempos Literários
Oi, Andressa!!
ResponderExcluirGostei da indicação do livro, acho bem interessante a história retratar a Inglaterra Pós-Primeira Guerra e como a sociedade é nessa época. Também achei bem interessante a autora trazer um romance LGBT e fiquei curiosa para fazer essa leitura.
Bjoss
Quando vi a capa eu achei totalmente que era um livro de terror/suspense. Já estava lendo a sinopse preparada para uma história assim, convencida de que leria logo as palavras "fantasmas", "mistérios"... Não tinha reparado em quantas páginas o livro tem até chegar no fim da sua resenha, esses detalhes desnecessários são chatos demais. Colocamos expectativas demais as vezes e acabamos nos decepcionando mesmo. Fiquei curiosa para saber como a história se desenrolou no final, o que aconteceu com as duas, com a mãe e com o marido da outra menina. Apesar disso não rolou aquela curiosidade doida a ponto de querer ler o livro imediatamente.
ResponderExcluirOi, Andressa!
ResponderExcluirNo momento estou fugindo de livros longos, onde o autor só fica enrolando, estou numa fase de livros com poucas páginas, com enredos leves e simples... Mas quem sabe no futuro eu leia Os Hóspedes?!... Abraços!
Eu infelizmente não conheço a autora ou alguma obra da mesma, mas, realmente, a sinopse desta deixa aquela curiosidadezinha.
ResponderExcluirQue pena que a leitura não foi tão agradável. Eu também tenho esse problema de nutrir expectativas demais e acabar me decepcionando. Vou tentar segurar as minhas, haha.
Achei interessante que seja um LGBT emoldurado numa época diferente, acho que nunca li nada parecido.
Oi Andressa!
ResponderExcluirFiquei interessada porém vou tentar não criar mta expectativa com esse livro.
Parece bom, vamos ver qdo surgir oportunidade de ler.
Bjs!
Acho muito bom sair da zona de conforto e experimentar gêneros que não lemos habitualmente. Eu não conhecia o livro, realmente o enredo, embora interessante, talvez tenha se estendido sem ter outros elementos para deixá-lo movimentado por tantas páginas. Refletindo sobre a questão, tem tantas coisa que ainda não li. Especificamente sobre LGBT, li esses dias Com amor, Simon. Foi uma leitura rápida, fluída e bastante interessante.
ResponderExcluirOi, Andressa
ResponderExcluirAinda não li nenhum livro com o tema LGBT, mas quero muito poder ler logo.
Tinha visto o lançamento do livro, mas nunca pensei que se trata de um romance gay.
Gostei da estória e adoro livros que se passam no cenário de guerra e pós guerra.
Beijos
Quando vi a capa desse livro sem ler a resenha pensei que se tratava de um livro de suspense ou alguma distopia depois descobri personagens LGBT,simplesmente inesperada essa trama ainda mais por ser de época
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