Engenharia Reversa
Parte XLII - Planalto Sem Fim
Carregado de adrenalina, Davi corre na direção de uma grande pedra. Ele está no centro da cratera-garagem de Nova Esperança, cercado por escombros e carcaças de veículos militares. Sons de tiros preenchem ar; a rajada por pouco não o atinge. Davi se abaixa, o coração disparado. Ele salta e aterriza atrás da pedra, que é alvejada por novos disparos. O biohacker estica os braços para posicionar sua arma e então puxa o gatilho. Do outro lado, dois sobreviventes da Divisão Gavião buscam proteção atrás do veículo que os levou até ali, um pequeno blindado de seis rodas.
Davi recolhe sua metralhadora, cessando os disparos para poupar munição. Olha ao redor e vê a fumaça e o fogo que emanam das dezenas de garagens escavadas nas paredes da imensa cratera. Lembra-se que, dias atrás, ele e os outros estavam entrando naquele lugar a bordo do Lobo do Deserto. A imagem de Samuel lhe vem à mente, em seguida Bel, Thiago, Marcela e Maestro, porém, elas desaparecem quando os inimigos voltam a atirar.
- Você não vai escapar, seu forasteiro de merda! - grita um dos soldados.
Rapidamente, o homem posiciona seu rifle no capô do veículo e começa a disparar incessantemente, forçando Davi a se encolher atrás da pedra.
- Vá até lá e surpreenda aquele imbecil - grita por sobre os disparos.
Com sua pistola em riste, o outro responde empreendendo uma corrida na direção da pedra. Então, subitamente, atirador sente algo estranho, uma presença como se alguém o observasse. Ele para de atirar e se vira para trás, a adrenalina estourando nas veias; dá de cara com uma figura encapuzada.
- Renda-se e você viverá - ordena a figura.
- O quê? - o homem aperta com força sua arma, surpreso por ouvir uma voz feminina. Rapidamente ele gira o rifle na direção da encapuzada, contudo, é surpreendido por um soco que lhe atinge o maxilar; o soldado cai desacordado. Amanda abaixa o capuz, arfa e sente o quadril latejar, ignora a dor e apanha o rifle, mirando no outro militar.
A meio caminho de Davi, o soldado estanca e olha para trás, confuso ao perceber que os disparos de cobertura pararam. Ele vê Amanda e a reconhece, tremendo, apontando sua pistola para ela, mas não é rápido o suficiente. O tiro do rifle o atinge no ombro, fazendo-o girar no ar. Ele cai em prantos e solta a pistola. De longe, Amanda o observa, imaginando se vai precisar dar outro tiro, mas não, ele incapacitado porém vai sobreviver. Ela respira com dificuldade, apoia-se no veículo por um momento para recuperar as energias. Um pouco melhor, vai até uma das portas e a abre, sentando-se na poltrona do motorista. Vasculha o interior rapidamente e logo encontra o que procura: o kit de primeiros socorros.
Pega o kit e sai do veículo, indo na direção do soldado abatido. Enquanto caminha, um diagnóstico é exibido em suas retinas: inibidores sinápticos falhando, engrenagens dos servo-motores da perna direita com 40% de eficiência.
Do outro lado, Davi corre para o soldado caído. Vê a pistola e a chuta para longe.
- Quietinho aí! - diz mirando no homem.
O soldado se vira para Davi e, mesmo deitado, levanta os braços em rendição. O sangue jorrando pelo buraco em seu ombro, o medo estampado no rosto.
- Por favor, não me mate! Eu... eu só estava cumprindo ordens.
Amanda os encontra. Davi nota que ela move a perna direita com dificuldade.
- Nossa, seu plano realmente funcionou! Por um momento achei que eles iriam me matar, valeu! E conseguiu achar sua nave? Pegou as células de energia?
Ela toma fôlego, examina o soldado e se volta para Davi:
- Não. Infelizmente tudo foi destruído na queda.
- Droga! E agora? Quanto tempo mais você vai durar?
Amanda ergue as sobrancelhas, então dá de ombros e responde:
- Ainda tenho alguns dias, o suficiente para chegarmos ao abrigo. Com sorte, deve haver alguma fonte de energia por lá que eu possa usar. Mas no momento precisamos cuidar desse homem. Me ajude.
- O quê? Cuidar dele? Esses caras quase nos mataram!
A ciborgue ignora o comentário e aproxima-se do homem ferido, cruzando olhares com ele, que Instintivamente tenta se afastar.
- Calma. Eu não vou te machucar. Se você colaborar podemos te ajudar, caso contrário, você vai sangrar até morrer.
Tremendo, o homem responde:
- Eu... Eu não queria atirar em vocês! Por favor, me desculpem.
- Eu sei, você só estava seguindo ordens.
Ele balança cabeça atônito, confirmando.
- Faço o que você quiser! O que quiser! Nosso esconderijo - ele tosse - eu posso te levar até lá. Temos comida, armas, munição, água, combustível!
- Não é isso que queremos. Escute: a bala atravessou seu ombro, então só precisamos estancar o sangramento e cuidar do ferimento, assim, você vai durar tempo suficiente para ser resgatado por alguma patrulha.
O soldado arregala os olhos ao ver o kit de primeiros socorros.
- Por que você está fazendo isso? Eu vi o que você fez no campo de batalha!
- É bem simples: você me diz onde está instalado o localizador no veículo, assim poupamos tempo e em troca salvamos sua vida.
- Localizador ?
Amanda aguarda em silêncio, fitando o soldado. Temeroso, ele rapidamente volta a falar:
- Ah, sim, sim! O localizador! Está embaixo do último eixo; é uma caixa prateada com uma luzinha verde, não tem como errar.
- E é a senha ? - inquere Amanda.
- Cinco três nove, dois sete quatro, oito seis um - o militar responde.
- Ótimo - ela se vira para Davi. - Vampiro, me ajude a sentá-lo para que eu possa tratar o ferimento.
- Como você sabia que tem uma senha no localizador? - pergunta o biohacker.
- Eu não sabia, apenas deduzi.
- Me agradeça, rapaz, eu acabei de salvar suas vidas - responde o soldado, ao que Davi dá de ombros.
Três dias depois.
O pequeno blindado cruza o gigantesco planalto em alta velocidade, passando por pequenas árvores tortas e sem folhas. Pelo caminho existem algumas poucas estruturas em ruínas, restos de máquinas e grandes cilindros enferrujados, ecos de um passado não tão distante. Amanda vai ao volante, enquanto Davi, no banco do carona, observa um mapa que eles encontraram no porta-luvas.
- Tem uma coisa estranha aqui, e acho que estamos nos aproximando dela.
- Como assim, estranha?
- É um retângulo, como os outros que representam as cidades em ruínas que passamos, só que esse é vermelho.
- Deixe-me ver.
Davi mostra o mapa para Amanda que, no mesmo instante, acessa com dificuldade seus bancos de memória e obtém o mapa obtido do Datacrys, então os compara.
- Realmente é muito estranho. Essa marcação não aparece no mapa digital. E pior: a cinco quilômetros atrás passamos por uma cidade em ruínas, que está presente em ambos os mapas, porém depois dela já deveríamos estar vendo um pequeno monte, Pedra do Camelo - Amanda dá uma pausa -, a entrada para o abrigo fica na encosta desse monte.
- O quê? Pedra do Camelo? Cara, se existia alguma coisa assim por aqui pode apostar que foi dinamitada, e a porra do abrigo foi junto, ou seja, estamos ferrados!
Amanda fica em silêncio, os olhos fixos na rota. Davi passa a mão pelo rosto removendo o suor.
- Vamos morrer aqui, Amanda, vamos morrer no meio desse fim de mundo!
- Não temos opção. Devemos continuar seguindo o mapa, continuar até o ponto vermelho. Talvez ele seja o abrigo.
- Ou talvez seja outra cidade em ruínas, e está em vermelho porque deve ter algo perigoso por lá. Radiação, mutantes, canibais... vai saber. Está percebendo? De qualquer jeito estamos ferrados!
- Bem, em todo caso você terá o veículo e o mapa, talvez encontre encontre um povoado. Não se preocupe, antes de morrer lhe passo a localização exata do abrigo, e a senha.
Subitamente Davi fica em silêncio. Ele olha para Amanda, reparando no rosto chamuscado dela.
- Quanto tempo você ainda tem?
- No máximo, dois dias e meio, talvez três.
Ele não sabe o que dizer. Observa por alguns segundos a paisagem desolada, areia a perder de vista.
- Eu lamento, mesmo.
- Não. Você não tem do que se lamentar.
- É claro que tenho!
- Não seja cínico.
- O quê? Como você consegue ser assim?
- Assim como?
- Indiferente a tudo! Até a sua própria morte!
Amanda permanece quieta, Davi, exaltado, continua:
- Você passou sua vida inteira fazendo o serviço sujo para os dono do mundo, e agora vai terminar aqui, no meio do nada! Foi abandonada por eles, né? Quando não precisaram mais de você te descartaram como uma máquina defeituosa, como uma droga de uma geladeira velha!
Amanda não responde.
- Então você simplesmente aceita que vai morrer nesse lugar desgraçado?
- Por que você se importa?
Davi congela. Ele busca uma resposta em sua mente e, perplexo, não encontra nada. Então, perplexo, se dá conta de sua reação. Abre a boca pronto para falar alguma coisa, mas nenhuma palavra se forma.
O motor range fazendo o blindado acelerar. Um jato de fumaça negra explode pelo escapamento.
Dois dias depois.
O veículo começa a desacelerar. O som da borracha contra o chão de cascalho vai ganhando espaço frente ao ruído moribundo do motor. Um grupo de quatro homens armados, envoltos em mantos marrons das cabeça aos pés, observa com atenção os últimos movimentos do pequeno blindado diante deles. Os encapuzados movem-se cercando o veículo, o que deixa Davi apreensivo; rapidamente ele pega sua arma e a destrava.
- Eu sabia! Eu sabia que ia dar merda! Por que você parou? Passe por cima deles!
Davi começa a levantar sua pequena metralhadora afim de fazer mira, mas é impedido por Amanda, que toca em seu braço forçando-o a abaixar a arma.
- Ei! O que você tá fazendo !?
- Controle-se, Vampiro. Eles estão com as armas abaixadas, faça o mesmo. Poderiam ter atirado em nós, mas não o fizeram. O morro deveria estar bem na nossa frente, mas não há nada, é tudo muito estranho e eu quero obter respostas.
Relutante, o biohacker obedece, mas logo fica novamente apreensivo ao ver que um dos quatro está se aproximando pelo seu lado, enquanto os outros, mais afastados, ajustam as armas.
Passo após passo o estranho fica mais parto, até que para a menos de dois metros da porta de Davi e abaixa o capuz, revelando uma máscara que lhe envolve nariz e boca, porém, seus olhos estão bem visíveis, são pequenos e acinzentados. O sujeito levanta os braços, a arma balança pendurada pela bandoleira, ele aponta para a porta e faz um gesto, indicando para os tripulantes saírem do veículo.
- Obedeça! - sussurra Amanda. - E pareça triste, você precisa parecer extremamente triste, entendeu? Deixe o resto comigo.
- Espero que você tenha um bom plano.
- Vá logo! Vou sair pelo outro lado.
De pé, Devi fecha a porta encarando o homem mascarado, esforçando-se para parecer o mais desolado possível. Amanda dá a volta pela frente do blindado, estudando o estranho, olhando de soslaio para seus companheiros. Ela nota que as armas deles, apesar de grandes como fuzis de atirador, parecem ser feitas de madeira.
Amanda e Davi estão lado a lado, bem diante do mascarado. Finalmente ele abaixa os braços. Uma voz sintetizada, meio robótica, meio humana, sai de sua máscara em um tom cordial:
- Faz muito tempo que não recebemos granitenses por aqui. Soubemos por alto o que aconteceu por lá. Suponho que vocês sejam militares, outros também conseguiram sair de Nova Esperança? Estão vindo para cá?
Amanda analisa cada palavra, procurando decifrar o que a voz do mascarado pode esconder. Mas seus processadores neurais estão trabalhando abaixo da capacidade, e ela tem que usar a parte biológica de seu cérebro. Decide então que precisa ganhar tempo.
- Sinceramente, eu não sei - ela responde, a voz arrastada. - Estávamos na muralha quando tudo começou, e foi muito rápido. Corremos para nos juntar ao resto dos soldados mas era tarde , os invasores nos derrotaram em um piscar de olhos. Então recebemos ordens para ajudar os civis a fugir da cidade, tentar chegar a um dos abrigos nas proximidades.
- E o que aconteceu?
- Conseguimos montar um pequeno comboio, mas os abrigos também foram atacados, então seguimos para longe, buscando um lugar seguro onde poderíamos nos reagrupar e planejar os próximos passos. Mas no meio da estrada fomos interceptados por uma facção de expurgados. Na confusão, o comboio foi forçado a se separar. Lutamos muito para escapar, e acabamos perdendo o sinal de rádio , por sorte, conseguimos chegar até aqui.
Os olhos cinzentos estudam Amanda por alguns segundos, criando um silêncio incômodo.
- Entendo. Mas afinal, quem atacou vocês?
- Não sabemos. Como eu disse, foi tudo muito rápido. Mas pelo poder de fogo demostrado, não são... - ela geme, tocando na perna que volta a latejar forte - ... não são da Terra Maldita.
O mascarado dá de ombros, aproxima-se do veículo e o escrutina. Observa com atenção as marcas de bala ao longo da blindagem, toca em cada uma delas com cuidado, analisando as ranhuras. Por fim, volta-se para Davi.
- Qual a sua patente?
O biohacker começa a tremer. Amanda olha para ele com uma expressão de seriedade, o que o força a se recompor.
- Sou oficial de comunicações, cabo Yagami.
- E você? - volta-se para Amanda.
- Sargento Fernandes, segunda divisão de Infantaria.
Novamente o homem os observa por mais alguns segundos. Os olhos inquietos, piscando incessantemente, como se por trás deles uma tempestade estivesse se formando.
- E se me permite, senhor, quem é você? - pergunta Davi, nervoso.
O mascarado ergue uma sobrancelha. Amanda arregala os olhos.
- Anteros Castelo, general de Delta - responde sinalizando para os encapuzados.
Em segundos os homens avançam com suas armas em riste, rapidamente fechando um círculo ao redor dos forasteiros e forçando-os a ficar de joelhos. Davi se desespera, recusando-se, mas é brutalmente empurrado.
- Boa tentativa, Fernandes, ou seja lá quem você for - diz Anteros.
- Espere, por favor! Eu confesso: não somos granitenses, somos viajantes! Estávamos de passagem por Nova Esperança quando tudo aconteceu, nossa única chance de escapar foi roubando esse veículo - ela diz .
- É claro que não são granitenses, moça! Se fossem, jamais se aproximariam de Delta, e saberiam muito bem quem é Anteros Castelo - zomba um dos encapuzados, a voz sintética meio máquina, meio gente.
- Aposto que vocês sabem de muito mais, e vão nos contar tudo. Precisamos saber em detalhes o que aconteceu em Nova Esperança. Agora, saibam que só estão vivos porque quero interrogá-los. Mas não se preocupem, se colaborarem, terão um julgamento justo.
- Senhor, só queremos chegar até o abrigo, que deveria estar aqui - grita Davi. - Não infringimos nenhuma de suas leis! Não podemos ser julgados por crimes que não cometemos!
- Vocês entraram no território protegido da Comunidade Deltiana - responde Anteros. - Um crime passível de execução. Agora Chega, vamos levá-los em custódia. Homens, ajudem ela a se levantar, e revistem os dois.
O cogumelo de fogo começa a se transformar em fumaça, elevando-se a mais de dez metros do chão. Ao longe, Davi para de andar para observar os momentos finais da explosão onde antes estava o blindado; ele lamenta, pois agora não existe mais possibilidade de fuga.
- Vamos, mova-se! - grita um encapuzado.
O grupo segue para o norte. Por todos os lados existe apenas o planalto sem fim, sem plantas, sem ruínas, sem vegetação rasteira. Anteros vai à frente, ditando o ritmo. Atrás dele, Davi é escoltado por um guarda, e mais atrás segue Amanda, amparada pelos outros dois encapuzados. O sol forte começa a castigar os forasteiros, mas devido a suas vestes, os captores permanecem ilesos.
- Por favor, por acaso vocês teriam água? - diz Davi.
Ninguém responde, e Anteros aperta o passo, acelerando o ritmo da caminhada. Contudo, os dois homens que carregam Amanda começam a ter dificuldades, não conseguindo acompanhar o líder.
- Comandante! - grita um dos encapuzados.- É muito estranho, senhor, parece que ela ficou mais pesada, parece que é feita de ferro!
- Exatamente! Nunca vi algo assim - complementa o outro.
Anteros aproxima-se dos três, ficando diante de Amanda. Repara que ela é alta, talvez da mesma altura que ele, e que a cabeça está caída contra o peito, o rosto escondido atrás do capuz.
- Pode ser um truque, mas parece que ela desmaiou. Coloquem-na deitada - ordena.
Os homens obedecem com alguma dificuldade. De longe, Davi observa com apreensão.
Anteros remove o capuz de Amanda e surpreende-se ao ver o corte na testa dela, que revela em meio a pele chamuscada algumas partes brilhantes, claramente artificiais. Então ele passa as mãos pela cabeça dela, afastando tufos de cabelo e encontrando a superfície à mostra do cérebro positrônico.
- Não pode ser! - diz Anteros, que saca um facão e faz Davi se desesperar.
Com um golpe rápido, o mascarado corta o tecido do manto que Amanda está usando, exibindo o tórax dela repleto de placas de metal e partes cibernéticas à mostra.
- Minha nossa! - assusta-se o homem ao lado de Davi. Os outros dois ajoelham-se, juntam as palmas das mãos acima das cabeças e começam a pronunciar palavras em um dialeto desconhecido.
- Seu desgraçado, tire as mãos dela! - grita Davi, que tenta correr até o líder mascarado mas é detido pelo guarda atrás dele.
Com um impulso Anteros se levanta, os olhos inquietos. Ele guarda o facão e leva as duas mãos à cabeça. - Isso é impossível! Não, não pode ser! - repete para si mesmo. Após vários minutos, ele diz em voz alta:
- Controle de Delta, solicito suporte aéreo imediato. Código Vermelho.
Segundos depois, ao norte distante deles e sobre o imenso planalto sem fim, um retângulo de luz começa a tomar forma no meio do ar, flutuando a poucos metros acima do solo morto. Ele se expande para todos os lados, ficando duas, quatro, oito vezes maior e emitindo um som agudo e pulsante, atraindo a atenção de todos. No chão, Davi não acredita em seus olhos: dentro do retângulo é possível ver uma imensa floresta, e depois dela, uma cidade de torres de vidro, torres verdes como esmeraldas erguendo-se na encosta de uma pequena montanha rochosa.
- A Pedra do Camelo - diz Davi, incrédulo.
https://www.facebook.com/engenhariareversalivroDavi recolhe sua metralhadora, cessando os disparos para poupar munição. Olha ao redor e vê a fumaça e o fogo que emanam das dezenas de garagens escavadas nas paredes da imensa cratera. Lembra-se que, dias atrás, ele e os outros estavam entrando naquele lugar a bordo do Lobo do Deserto. A imagem de Samuel lhe vem à mente, em seguida Bel, Thiago, Marcela e Maestro, porém, elas desaparecem quando os inimigos voltam a atirar.
- Você não vai escapar, seu forasteiro de merda! - grita um dos soldados.
Rapidamente, o homem posiciona seu rifle no capô do veículo e começa a disparar incessantemente, forçando Davi a se encolher atrás da pedra.
- Vá até lá e surpreenda aquele imbecil - grita por sobre os disparos.
Com sua pistola em riste, o outro responde empreendendo uma corrida na direção da pedra. Então, subitamente, atirador sente algo estranho, uma presença como se alguém o observasse. Ele para de atirar e se vira para trás, a adrenalina estourando nas veias; dá de cara com uma figura encapuzada.
- Renda-se e você viverá - ordena a figura.
- O quê? - o homem aperta com força sua arma, surpreso por ouvir uma voz feminina. Rapidamente ele gira o rifle na direção da encapuzada, contudo, é surpreendido por um soco que lhe atinge o maxilar; o soldado cai desacordado. Amanda abaixa o capuz, arfa e sente o quadril latejar, ignora a dor e apanha o rifle, mirando no outro militar.
A meio caminho de Davi, o soldado estanca e olha para trás, confuso ao perceber que os disparos de cobertura pararam. Ele vê Amanda e a reconhece, tremendo, apontando sua pistola para ela, mas não é rápido o suficiente. O tiro do rifle o atinge no ombro, fazendo-o girar no ar. Ele cai em prantos e solta a pistola. De longe, Amanda o observa, imaginando se vai precisar dar outro tiro, mas não, ele incapacitado porém vai sobreviver. Ela respira com dificuldade, apoia-se no veículo por um momento para recuperar as energias. Um pouco melhor, vai até uma das portas e a abre, sentando-se na poltrona do motorista. Vasculha o interior rapidamente e logo encontra o que procura: o kit de primeiros socorros.
Pega o kit e sai do veículo, indo na direção do soldado abatido. Enquanto caminha, um diagnóstico é exibido em suas retinas: inibidores sinápticos falhando, engrenagens dos servo-motores da perna direita com 40% de eficiência.
Do outro lado, Davi corre para o soldado caído. Vê a pistola e a chuta para longe.
- Quietinho aí! - diz mirando no homem.
O soldado se vira para Davi e, mesmo deitado, levanta os braços em rendição. O sangue jorrando pelo buraco em seu ombro, o medo estampado no rosto.
- Por favor, não me mate! Eu... eu só estava cumprindo ordens.
Amanda os encontra. Davi nota que ela move a perna direita com dificuldade.
- Nossa, seu plano realmente funcionou! Por um momento achei que eles iriam me matar, valeu! E conseguiu achar sua nave? Pegou as células de energia?
Ela toma fôlego, examina o soldado e se volta para Davi:
- Não. Infelizmente tudo foi destruído na queda.
- Droga! E agora? Quanto tempo mais você vai durar?
Amanda ergue as sobrancelhas, então dá de ombros e responde:
- Ainda tenho alguns dias, o suficiente para chegarmos ao abrigo. Com sorte, deve haver alguma fonte de energia por lá que eu possa usar. Mas no momento precisamos cuidar desse homem. Me ajude.
- O quê? Cuidar dele? Esses caras quase nos mataram!
A ciborgue ignora o comentário e aproxima-se do homem ferido, cruzando olhares com ele, que Instintivamente tenta se afastar.
- Calma. Eu não vou te machucar. Se você colaborar podemos te ajudar, caso contrário, você vai sangrar até morrer.
Tremendo, o homem responde:
- Eu... Eu não queria atirar em vocês! Por favor, me desculpem.
- Eu sei, você só estava seguindo ordens.
Ele balança cabeça atônito, confirmando.
- Faço o que você quiser! O que quiser! Nosso esconderijo - ele tosse - eu posso te levar até lá. Temos comida, armas, munição, água, combustível!
- Não é isso que queremos. Escute: a bala atravessou seu ombro, então só precisamos estancar o sangramento e cuidar do ferimento, assim, você vai durar tempo suficiente para ser resgatado por alguma patrulha.
O soldado arregala os olhos ao ver o kit de primeiros socorros.
- Por que você está fazendo isso? Eu vi o que você fez no campo de batalha!
- É bem simples: você me diz onde está instalado o localizador no veículo, assim poupamos tempo e em troca salvamos sua vida.
- Localizador ?
Amanda aguarda em silêncio, fitando o soldado. Temeroso, ele rapidamente volta a falar:
- Ah, sim, sim! O localizador! Está embaixo do último eixo; é uma caixa prateada com uma luzinha verde, não tem como errar.
- E é a senha ? - inquere Amanda.
- Cinco três nove, dois sete quatro, oito seis um - o militar responde.
- Ótimo - ela se vira para Davi. - Vampiro, me ajude a sentá-lo para que eu possa tratar o ferimento.
- Como você sabia que tem uma senha no localizador? - pergunta o biohacker.
- Eu não sabia, apenas deduzi.
- Me agradeça, rapaz, eu acabei de salvar suas vidas - responde o soldado, ao que Davi dá de ombros.
Três dias depois.
O pequeno blindado cruza o gigantesco planalto em alta velocidade, passando por pequenas árvores tortas e sem folhas. Pelo caminho existem algumas poucas estruturas em ruínas, restos de máquinas e grandes cilindros enferrujados, ecos de um passado não tão distante. Amanda vai ao volante, enquanto Davi, no banco do carona, observa um mapa que eles encontraram no porta-luvas.
- Tem uma coisa estranha aqui, e acho que estamos nos aproximando dela.
- Como assim, estranha?
- É um retângulo, como os outros que representam as cidades em ruínas que passamos, só que esse é vermelho.
- Deixe-me ver.
Davi mostra o mapa para Amanda que, no mesmo instante, acessa com dificuldade seus bancos de memória e obtém o mapa obtido do Datacrys, então os compara.
- Realmente é muito estranho. Essa marcação não aparece no mapa digital. E pior: a cinco quilômetros atrás passamos por uma cidade em ruínas, que está presente em ambos os mapas, porém depois dela já deveríamos estar vendo um pequeno monte, Pedra do Camelo - Amanda dá uma pausa -, a entrada para o abrigo fica na encosta desse monte.
- O quê? Pedra do Camelo? Cara, se existia alguma coisa assim por aqui pode apostar que foi dinamitada, e a porra do abrigo foi junto, ou seja, estamos ferrados!
Amanda fica em silêncio, os olhos fixos na rota. Davi passa a mão pelo rosto removendo o suor.
- Vamos morrer aqui, Amanda, vamos morrer no meio desse fim de mundo!
- Não temos opção. Devemos continuar seguindo o mapa, continuar até o ponto vermelho. Talvez ele seja o abrigo.
- Ou talvez seja outra cidade em ruínas, e está em vermelho porque deve ter algo perigoso por lá. Radiação, mutantes, canibais... vai saber. Está percebendo? De qualquer jeito estamos ferrados!
- Bem, em todo caso você terá o veículo e o mapa, talvez encontre encontre um povoado. Não se preocupe, antes de morrer lhe passo a localização exata do abrigo, e a senha.
Subitamente Davi fica em silêncio. Ele olha para Amanda, reparando no rosto chamuscado dela.
- Quanto tempo você ainda tem?
- No máximo, dois dias e meio, talvez três.
Ele não sabe o que dizer. Observa por alguns segundos a paisagem desolada, areia a perder de vista.
- Eu lamento, mesmo.
- Não. Você não tem do que se lamentar.
- É claro que tenho!
- Não seja cínico.
- O quê? Como você consegue ser assim?
- Assim como?
- Indiferente a tudo! Até a sua própria morte!
Amanda permanece quieta, Davi, exaltado, continua:
- Você passou sua vida inteira fazendo o serviço sujo para os dono do mundo, e agora vai terminar aqui, no meio do nada! Foi abandonada por eles, né? Quando não precisaram mais de você te descartaram como uma máquina defeituosa, como uma droga de uma geladeira velha!
Amanda não responde.
- Então você simplesmente aceita que vai morrer nesse lugar desgraçado?
- Por que você se importa?
Davi congela. Ele busca uma resposta em sua mente e, perplexo, não encontra nada. Então, perplexo, se dá conta de sua reação. Abre a boca pronto para falar alguma coisa, mas nenhuma palavra se forma.
O motor range fazendo o blindado acelerar. Um jato de fumaça negra explode pelo escapamento.
Dois dias depois.
O veículo começa a desacelerar. O som da borracha contra o chão de cascalho vai ganhando espaço frente ao ruído moribundo do motor. Um grupo de quatro homens armados, envoltos em mantos marrons das cabeça aos pés, observa com atenção os últimos movimentos do pequeno blindado diante deles. Os encapuzados movem-se cercando o veículo, o que deixa Davi apreensivo; rapidamente ele pega sua arma e a destrava.
- Eu sabia! Eu sabia que ia dar merda! Por que você parou? Passe por cima deles!
Davi começa a levantar sua pequena metralhadora afim de fazer mira, mas é impedido por Amanda, que toca em seu braço forçando-o a abaixar a arma.
- Ei! O que você tá fazendo !?
- Controle-se, Vampiro. Eles estão com as armas abaixadas, faça o mesmo. Poderiam ter atirado em nós, mas não o fizeram. O morro deveria estar bem na nossa frente, mas não há nada, é tudo muito estranho e eu quero obter respostas.
Relutante, o biohacker obedece, mas logo fica novamente apreensivo ao ver que um dos quatro está se aproximando pelo seu lado, enquanto os outros, mais afastados, ajustam as armas.
Passo após passo o estranho fica mais parto, até que para a menos de dois metros da porta de Davi e abaixa o capuz, revelando uma máscara que lhe envolve nariz e boca, porém, seus olhos estão bem visíveis, são pequenos e acinzentados. O sujeito levanta os braços, a arma balança pendurada pela bandoleira, ele aponta para a porta e faz um gesto, indicando para os tripulantes saírem do veículo.
- Obedeça! - sussurra Amanda. - E pareça triste, você precisa parecer extremamente triste, entendeu? Deixe o resto comigo.
- Espero que você tenha um bom plano.
- Vá logo! Vou sair pelo outro lado.
De pé, Devi fecha a porta encarando o homem mascarado, esforçando-se para parecer o mais desolado possível. Amanda dá a volta pela frente do blindado, estudando o estranho, olhando de soslaio para seus companheiros. Ela nota que as armas deles, apesar de grandes como fuzis de atirador, parecem ser feitas de madeira.
Amanda e Davi estão lado a lado, bem diante do mascarado. Finalmente ele abaixa os braços. Uma voz sintetizada, meio robótica, meio humana, sai de sua máscara em um tom cordial:
- Faz muito tempo que não recebemos granitenses por aqui. Soubemos por alto o que aconteceu por lá. Suponho que vocês sejam militares, outros também conseguiram sair de Nova Esperança? Estão vindo para cá?
Amanda analisa cada palavra, procurando decifrar o que a voz do mascarado pode esconder. Mas seus processadores neurais estão trabalhando abaixo da capacidade, e ela tem que usar a parte biológica de seu cérebro. Decide então que precisa ganhar tempo.
- Sinceramente, eu não sei - ela responde, a voz arrastada. - Estávamos na muralha quando tudo começou, e foi muito rápido. Corremos para nos juntar ao resto dos soldados mas era tarde , os invasores nos derrotaram em um piscar de olhos. Então recebemos ordens para ajudar os civis a fugir da cidade, tentar chegar a um dos abrigos nas proximidades.
- E o que aconteceu?
- Conseguimos montar um pequeno comboio, mas os abrigos também foram atacados, então seguimos para longe, buscando um lugar seguro onde poderíamos nos reagrupar e planejar os próximos passos. Mas no meio da estrada fomos interceptados por uma facção de expurgados. Na confusão, o comboio foi forçado a se separar. Lutamos muito para escapar, e acabamos perdendo o sinal de rádio , por sorte, conseguimos chegar até aqui.
Os olhos cinzentos estudam Amanda por alguns segundos, criando um silêncio incômodo.
- Entendo. Mas afinal, quem atacou vocês?
- Não sabemos. Como eu disse, foi tudo muito rápido. Mas pelo poder de fogo demostrado, não são... - ela geme, tocando na perna que volta a latejar forte - ... não são da Terra Maldita.
O mascarado dá de ombros, aproxima-se do veículo e o escrutina. Observa com atenção as marcas de bala ao longo da blindagem, toca em cada uma delas com cuidado, analisando as ranhuras. Por fim, volta-se para Davi.
- Qual a sua patente?
O biohacker começa a tremer. Amanda olha para ele com uma expressão de seriedade, o que o força a se recompor.
- Sou oficial de comunicações, cabo Yagami.
- E você? - volta-se para Amanda.
- Sargento Fernandes, segunda divisão de Infantaria.
Novamente o homem os observa por mais alguns segundos. Os olhos inquietos, piscando incessantemente, como se por trás deles uma tempestade estivesse se formando.
- E se me permite, senhor, quem é você? - pergunta Davi, nervoso.
O mascarado ergue uma sobrancelha. Amanda arregala os olhos.
- Anteros Castelo, general de Delta - responde sinalizando para os encapuzados.
Em segundos os homens avançam com suas armas em riste, rapidamente fechando um círculo ao redor dos forasteiros e forçando-os a ficar de joelhos. Davi se desespera, recusando-se, mas é brutalmente empurrado.
- Boa tentativa, Fernandes, ou seja lá quem você for - diz Anteros.
- Espere, por favor! Eu confesso: não somos granitenses, somos viajantes! Estávamos de passagem por Nova Esperança quando tudo aconteceu, nossa única chance de escapar foi roubando esse veículo - ela diz .
- É claro que não são granitenses, moça! Se fossem, jamais se aproximariam de Delta, e saberiam muito bem quem é Anteros Castelo - zomba um dos encapuzados, a voz sintética meio máquina, meio gente.
- Aposto que vocês sabem de muito mais, e vão nos contar tudo. Precisamos saber em detalhes o que aconteceu em Nova Esperança. Agora, saibam que só estão vivos porque quero interrogá-los. Mas não se preocupem, se colaborarem, terão um julgamento justo.
- Senhor, só queremos chegar até o abrigo, que deveria estar aqui - grita Davi. - Não infringimos nenhuma de suas leis! Não podemos ser julgados por crimes que não cometemos!
- Vocês entraram no território protegido da Comunidade Deltiana - responde Anteros. - Um crime passível de execução. Agora Chega, vamos levá-los em custódia. Homens, ajudem ela a se levantar, e revistem os dois.
O cogumelo de fogo começa a se transformar em fumaça, elevando-se a mais de dez metros do chão. Ao longe, Davi para de andar para observar os momentos finais da explosão onde antes estava o blindado; ele lamenta, pois agora não existe mais possibilidade de fuga.
- Vamos, mova-se! - grita um encapuzado.
O grupo segue para o norte. Por todos os lados existe apenas o planalto sem fim, sem plantas, sem ruínas, sem vegetação rasteira. Anteros vai à frente, ditando o ritmo. Atrás dele, Davi é escoltado por um guarda, e mais atrás segue Amanda, amparada pelos outros dois encapuzados. O sol forte começa a castigar os forasteiros, mas devido a suas vestes, os captores permanecem ilesos.
- Por favor, por acaso vocês teriam água? - diz Davi.
Ninguém responde, e Anteros aperta o passo, acelerando o ritmo da caminhada. Contudo, os dois homens que carregam Amanda começam a ter dificuldades, não conseguindo acompanhar o líder.
- Comandante! - grita um dos encapuzados.- É muito estranho, senhor, parece que ela ficou mais pesada, parece que é feita de ferro!
- Exatamente! Nunca vi algo assim - complementa o outro.
Anteros aproxima-se dos três, ficando diante de Amanda. Repara que ela é alta, talvez da mesma altura que ele, e que a cabeça está caída contra o peito, o rosto escondido atrás do capuz.
- Pode ser um truque, mas parece que ela desmaiou. Coloquem-na deitada - ordena.
Os homens obedecem com alguma dificuldade. De longe, Davi observa com apreensão.
Anteros remove o capuz de Amanda e surpreende-se ao ver o corte na testa dela, que revela em meio a pele chamuscada algumas partes brilhantes, claramente artificiais. Então ele passa as mãos pela cabeça dela, afastando tufos de cabelo e encontrando a superfície à mostra do cérebro positrônico.
- Não pode ser! - diz Anteros, que saca um facão e faz Davi se desesperar.
Com um golpe rápido, o mascarado corta o tecido do manto que Amanda está usando, exibindo o tórax dela repleto de placas de metal e partes cibernéticas à mostra.
- Minha nossa! - assusta-se o homem ao lado de Davi. Os outros dois ajoelham-se, juntam as palmas das mãos acima das cabeças e começam a pronunciar palavras em um dialeto desconhecido.
- Seu desgraçado, tire as mãos dela! - grita Davi, que tenta correr até o líder mascarado mas é detido pelo guarda atrás dele.
Com um impulso Anteros se levanta, os olhos inquietos. Ele guarda o facão e leva as duas mãos à cabeça. - Isso é impossível! Não, não pode ser! - repete para si mesmo. Após vários minutos, ele diz em voz alta:
- Controle de Delta, solicito suporte aéreo imediato. Código Vermelho.
Segundos depois, ao norte distante deles e sobre o imenso planalto sem fim, um retângulo de luz começa a tomar forma no meio do ar, flutuando a poucos metros acima do solo morto. Ele se expande para todos os lados, ficando duas, quatro, oito vezes maior e emitindo um som agudo e pulsante, atraindo a atenção de todos. No chão, Davi não acredita em seus olhos: dentro do retângulo é possível ver uma imensa floresta, e depois dela, uma cidade de torres de vidro, torres verdes como esmeraldas erguendo-se na encosta de uma pequena montanha rochosa.
- A Pedra do Camelo - diz Davi, incrédulo.
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Eu sempre tenho que dar um relida no capítulo anterior para me situar.. rs mas é nítido como esta parte da história está mais repleta de ação e aventura!!
ResponderExcluirCom isso do seguir ordens, acaba-se descobrindo mais e mais segredos escondidos e também, revela-se quem está do lado ou não!
E enfim, A Pedra do Camelo!!!
Mesmo não sendo um universo que eu domine, ando adorando tudo isso.rs
Beijo
Pois é! Ficamos um tempo sem postar, mas agora voltamos com tudo! Obrigado!
ExcluirAh, que incrível!
ResponderExcluirConfesso que preciso procurar as cenas anteriores para entender melhor.
Mas esse capítulo está cheio de ação w adrenalina, gostei muito!
Beijos
Obrigado, Ludyanne
ExcluirOlá Gisela!
ResponderExcluirNesta nova parte da história o leitor não pode reclamar da falta de ação, visto que temos uma sequência de cenas frenéticas envolvendo Davi e seus perseguidores. E já vi que pela frente temos novos cenários, que pelas descrições acima parecem ter inspiração no mundo de Oz (ou talvez seja só a minha percepção haha).
Beijos.
Como sou nova no blog, corri nos posts anteriores e que capítulo eletrizante! Me prendeu do início ao fim!
ResponderExcluirDavi passou por poucas e boas não é?
Olá, Chelle. Sim! É um personagem que, por tudo que passou, tá na hora de evoluir! Obrigado!
ExcluirOi, André
ResponderExcluirAdoro ler cada episódio!
Li tão rápido que fiquei querendo mais, ansiosa para mais capítulos... Muita ação, aventura.
Quero saber se Amanda vai ter uma chance de vida, beijos!
Luana, obrigado! O próximo capítulo já está pronto e vai sair em breve! Então, a situação da Amanda tá... você vai ler!
ExcluirAndré!
ResponderExcluirEstava com saudades da continuação da história.
Trouxe um capítulo agitado e cheio de reviravoltas.
Que será que vem agora?
Gostei da capa.
cheirinhos
Rudy
Olá, Rudy! Estamos de volta! E finalmente, na reta final. Obrigado!
ExcluirOlá! Capítulo bem intenso, repleto de ação e reviravoltas, esse final me deixou bem curiosa pela continuação.
ResponderExcluirElizete, valeu! Que bom que gostou!
ExcluirOlá!
ResponderExcluirFazia tempo que não lia um capitulo dessa historia. Fiquei bem impressionada com os avanços que teve e algumas coisas ficaram bem aberto para mim, já que passei alguns tempinhos sem acompanha mas adorei.
Meu blog:
Tempos Literários
Oi, Lily. Fico feliz que tenha curtido os avanços, obrigado!
ExcluirOlá André!
ResponderExcluirCreio que mudamos de cenário em relação ao capítulo anterior. Me surpreendi com os personagens, se entendi bem Davi é um Vampiro? Genial. Senti um forte clima de romance no ar entre ele e Amanda. O que será que aconteceu com ela? Alguma pane? Ansiosa pelo próximo capítulo.
Beijos
Aline, de certa forma, Davi é um vampiro sim, mas o um "vampiro de dados". Esse é o codi-nome dele no mundo do crime. Romance? Pode ser que sim, pode ser que não, rs. Muito obrigado!
ExcluirOi, André!
ResponderExcluirDesde que comecei a ler Engenharia Reversa fico acompanhando com atenção os acontecimentos que envolve Amanda, não sei se já te disse mas ela é o meu personagem preferido da história, estou torcendo por ela!
Parabéns por mais esse capítulo, aguardando ansiosa o próximo! Bjos!
Sim! Eu me lembro bem, Any, que você curte a Amanda :)
ExcluirFico muito feliz por você estar com a gente esse tempo todo! Obrigado!
Hey André,
ResponderExcluirMais um capítulo com muito ação em Engenharia Reversa!
A Pedra do Camelo parece um cenário interessante para se explorar.
Oi, Helen. Pois é, um cenário bem no cerrado brasileiro. Obrigado por acompanhar a história esse tempo todo! Valeu!
ExcluirOi André,
ResponderExcluirNão tenho acompanhado todos os capítulos dessa história, mas algo admirável para mim é sua atenção aos detalhes e em como descrevê-los. Suas cenas, realmente, inserem o leitor na história de forma natural, sem exageros. Outro ponto são os diálogos, as palavras escolhidas são bem comuns e digo isso porque muitas vezes ao ler um livro, os personagens, principalmente no meio de briga ou aventura, falam como se tivessem fazendo um discurso com palavras pomposas demais para quem está passando por um momento de adrenalina. Mas o melhor mesmo é que ao final de cada capítulo sempre tem alguma surpresa, o que desperta curiosidade a ansiedade para o que virá a seguir.
:)
ExcluirAdorei seu comentário, Gislaine, fico muito agradecido. Só me estimula a continuar! Obrigado!
Oi, André!!
ResponderExcluirQue capitulo mais emocionante!! Cheio de ação e adrenalina!! Gostei bastante do capitulo já estou curiosa para o próxima postagem!!
Bjos
Valeu, Marta! Estou curioso para ver as reações no próximo capítulo! Obrigado!
ExcluirNil, muito obrigado por acompanhar a história! Estamos chegando nos finalmente, e o próximo capítulo será impactante, eu acho, rs. Obrigado!
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