A Paciente Silenciosa [Alex Michaelides]

Cortesia do Grupo Editorial Record

Antes de qualquer coisa e sem querer me gabar (mas já me gabando) eu gostaria de contar pra vocês que eu li esse livro antes de ele ser lançado. Isso pode parecer besteira pra quem tem blog e tá acostumado com isso, mas eu (pessoalmente) nunca tinha passado por essa experiência. E quer saber? Achei maraaaaaaaaa. Me senti a ultima bolacha do pacote. Ou a última resenhista da blogosfera. Ok. Talvez não seja pra tanto, mas eu tô me sentindo.

Achei a coisa mais linda o livro vir numa caixa com mimos relacionados ao enredo. Há uma mini tela de pintura, em homenagem à profissão de Alicia, há uma espécie de cadernetinha que pode muito bem ser usada como diário e um marca-página. Achei o máximo e vou deixar uma foto aqui pra vcs verem que coisa mais linda. Record, vocês estão de parabéns, continuem mandando caixas maravilhas pq eu curti muito ser VIB.

Título: A Paciente Silenciosa
Autor: Alex Michaelides
Tradutor: Clóvis Marques
Editora: Record
Gênero: Thriller, Psicológicos Mistério
Páginas: 350
Edição: 1ª
Ano: 2019
❤ Favorito

Onde comprar: Amazon

Mas deixando de lado a minha felicidade por esse blog ser super-vip-premium-master-platinum-especial-exclusive e receber livros antes de serem publicados, vamos conversar sobre a trama.

O que leva uma mulher apaixonada a matar o homem que ama e, em seguida cair em silêncio profundo? O que leva uma pessoa normal cometer um crime odioso e se recusar a falar sobre esse assunto (ou qualquer outro)?

Alicia é uma pintora relativamente bem sucedida, muito bem casada e aparentemente feliz. Até atirar no marido à sangue frio e emudecer… Ela não tenta se defender no julgamento. Não tenta escapar da condenação. Apenas aceita, emudecida as decisões sobre ela tomadas desde a fatídica noite em que seu marido foi assassinado.

E isso intriga profundamente Theo, um psicoterapeuta que carrega consigo os próprios traumas de uma infância baseada em violência e rejeição. Theo pretende fazer Alícia voltar falar e, pra isso, aceita uma vaga no hospital psiquiátrico em que ela foi internada após o julgamento.

O livro é inteiro narrado em primeira pessoa, na maior parte do tempo por Theo, mas a história conta com inserções muito bem colocadas de trechos do diário de Alicia. É nesses trechos do diário que a gente consegue entender melhor quem é essa personagem e os dilemas e aflições que ela enfrentou nas semanas anteriores ao “incidente”. Alicia está longe de ser uma pessoa mentalmente equilibrada e seus relatos no diário atestam exatamente isso, mas também elucidam um pouquinho à respeito da dinâmica entre ela e o marido.

Aliás, ninguém nesse livro é exatamente equilibrado. Os personagens principais são repletos de camadas e subtextos. Nada é preto-no-branco e a dicotomia bem vs. mal é completamente inutilizada. E eu acho isso ótimo.

Theo, embora seja um psicoterapeuta, também não é lá o cúmulo do equilíbrio e tem plena consciência disso e, em parte por esse motivo, está muito empenhado em ajudar Alicia.

Acho que já comentei isso por aqui (provavelmente quando falei sobre O Sorriso da Hiena), mas eu simplesmente AMO livros que misturam temas relativos à psicologia. É sério, acho simplesmente fantástico quando o autor se dispõe a analisar a mente dos personagens de um ponto de vista um pouco mais “profissional”. E acho que casar a psicologia com histórias de mistério/crime é uma sacada excelente e geralmente rende bons resultados (quando essa mistura é bem executada, claro). A Paciente Silenciosa é um desses casos em que a psicologia foi usada pra agradar valor ao enredo de forma muito eficiente.

“O autorretrato — por algum motivo ele era importante, eu bem sabia, e entender o motivo seria fundamental para desvendar o mistério. Essa pintura era a única comunicação de Alicia, seu testemunho. Dizia algo que eu ainda precisa compreender.”

Pra desvendar os mistérios de Alicia e entender o que a fez se calar, Theo resolver dar uma de detetive e investigar por conta própria aqueles que conheceram sua nova paciente antes da tragédia e, quem sabe, encontrar no passado as respostas que ela não é capaz de verbalizar.

E o leitor vai junto, recolhendo cada informação que possa ajudar a montar esse quebra cabeças. Confesso que teci várias teorias à respeito, inventei vários culpados e construí altas histórias… Só pra no final ser surpreendida pelo autor. Sério gente: dentre todas as coisas que eu fui capaz de imaginar, nenhuma correspondeu ao desfecho criado pelo autor. Particularmente, acho isso ótimo. Gosto quando o autor consegue resolver a história com algo que, mesmo sendo perfeitamente plausível, não tenha passado pela minha cabeça nem nas soluções mais loucas que consegui idealizar.

Me despeço reforçando que A Paciente Silenciosa é um dos melhores livros que li nos últimos tempos (e olha que eu tô muito veloz e já li um montão de coisas esse ano). Recomendo fortemente. Principalmente pra quem curte thriller psicológico.

Um beijo pra você que leu até aqui. Fica na paz e não esqueça de se hidratar.
Até!

Top Comentarista de Junho