Cortesia do Grupo Companhia das Letras
Foram pouquíssimos os clássicos literários que li durante minha vida escolar. Confesso que, a obrigatoriedade de lê-los, na época, foi um dos principais motivos que me fizeram ter um pouco de aversão ao gênero. Mas, hoje, mais maduro em relação a isso, não pensei duas vezes em me aventurar nessa obra.
Título: MacunaímaOnde comprar: Amazon
Autor: Mário de Andrade
Editora: Penguin Companhia
Gênero: Romance
Páginas: 232
Edição: 1ª
Ano: 2016
"Macunaíma" é um dos mais conhecidos clássicos da nossa Literatura. Conta a história de um herói sem caráter algum, e que tem como principal característica, a preguiça. Mário de Andrade, através de uma rapsódia, vai tecendo a formação do Brasil, utilizando provérbios e folclores nacionais. O mais interessante é que vamos reconhecendo "características brasileiras" nas ações e índoles das personagens.
“Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o insitavam a falar exclamava:
- Ai! Que Preguiça!... e não dizia mais nada.” Posição 656
- Ai! Que Preguiça!... e não dizia mais nada.” Posição 656
Outro ponto interessante é que, mesmo sendo publicado em 1928, muitas situações, infelizmente, ainda estão presentes em nossa sociedade atual. Isso mostra que as mazelas são antigas (violência contra a mulher é uma delas), e muito pouco se faz para resolvê-las.
Um dos pontos que não me agradou como leitor, foi a característica de aproximar a forma escrita da forma falada. Isso travou bastante minha leitura, sem falar em muitos termos aos quais não conhecia, e sempre parava para pesquisar o significado delas.
“- Olha, si algum passo cantar não secunda não, mano, sinão adeus minhas encomendas!
O herói mexeu a cabeça que sim. Maanape atirava com a sarabatana e Macunaíma recolhia por detrás do zaiacúti a caça caindo. Caça caía com estrondo e Macunaíma aparava os macucos macacos micos monos mutuns jacus jaós tucanos, todas essas caças.” Posição 1158
O herói mexeu a cabeça que sim. Maanape atirava com a sarabatana e Macunaíma recolhia por detrás do zaiacúti a caça caindo. Caça caía com estrondo e Macunaíma aparava os macucos macacos micos monos mutuns jacus jaós tucanos, todas essas caças.” Posição 1158
Entendo a importância e relevância dessa obra não apenas na nossa Literatura, mas na nossa História também. Mas, confesso que, a obra não me cativou como leitura de entretenimento. Ainda assim, defendo a leitura desses clássicos na vida. São belos instrumentos para entendermos melhor o contexto histórico da sociedade na época, e fazer um paralelo com a atual.
Finalizo a resenha indicando para quem gosta de clássicos literários com forte teor nacionalista, amantes do nosso Folclore e História do Brasil.
Vou fazer uma comparação boba: quando li Dom Quixote na versão original, meu ex cunhado me deu folhas e folhas com a tradução das palavras e toda hora eu precisava parar a leitura e pesquisar o significado.
ResponderExcluirIsso atrapalhou muito o desenrolar da história e terminei a obra meio de nariz torcido.
Talvez seja esse o maior medo de leitores que ainda não se aventuraram nos clássicos, o medo do vocabulário.
Não me recordo de ter lido esse livro, nem na época forçada pela escola rs(mas devo ter passado por isso e deletei da memória)
Mas todo clássico, toda leitura nacional deve sim, ser lida e relida!!!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na Flor
Oi, Nardonio! Faço parte desse grupo que temia os clássicos na fase escolar. Hoje, reconheço a importância dessas obras na vida de todo leitor e sempre incluo nas minhas leituras. Clássicos são sempre atuais, conversam mto em inúmeras questões presentes nos dias de hoje. Esse parece ser bem interessante.
ResponderExcluirOi, Nardonio!
ResponderExcluirSim, eu concordo demais com o que disse, principalmente porque foi o que aconteceu comigo. Na adolescência, não consegui ler Dom Casmurro, achava chato, difícil, pedante mesmo. E todo mundo vivia falando da importância e eu não conseguia sair das primeiras páginas. Esse ano, voltei com meu hábito de leitura e coloquei na cabeça que ia ler clássicos e esse livro foi um dos primeiros que veio em mente pra ler e olha, quando se tem maturidade é totalmente diferente. Eu amei a leitura!
Mas enfim, Macunaíma era muito falado na época do cursinho. Todos os professores deixavam bem claro que se tratava de um livro difícil. Por isso, nunca nem me dei o trabalho de ler e acho que fiz certo, depois de ler os trechos que você deixou. Eu fiquei boiando, pra ser sincera. Hahahaha Certamente me irritaria ao tentar ler. Mas fiquei bem feliz de ver resenha de um clássico da literatura brasileira por aqui.
ola
ResponderExcluirnunca li esse livro ,tambem faço parte do time que lia classico por obrigaçao . estou querendo ler alguns classicos nacionais .esse não vou por na lista porque não me chamou tanto a atençao ,não me despertou o interesse em le-lo .
Sou da turma que lia clássicos na escola. A grande maioria dos livros eu adorei ler. Mas Macunaíma foi a grande exceção. Os pontos que você levantou foi um dos motivos para a leitura não ter sido tão legal
ResponderExcluirJá eu sempre gostei de ler os clássicos! Acho que sempre serviu como um estímulo pra mim, mesmo a leitura sendo difícil muitas vezes. Eu entendo que não são os escolhidos para uma tarde de diversão, são vistos mais como uma atividade, mas vale muito a pena! Conhecemos muito sobre nossa cultura, nosso país :D
ResponderExcluirNão lembro de ter incentivo para ler clássicos na escola, ao contrário de todo mundo, aparentemente. Hoje em dia, não são livros que me chamam atenção e que eu tenho vontade de ler, mas acho sempre bom conhecer um pouquinho sobre eles.
ResponderExcluirBeijos
Oi, Nardonio!
ResponderExcluirNa minha adolescência li vários clássicos literários, felizmente não foi por obrigação por causa da minha vida escolar mas sim porque ficava curiosa em relação aos clássicos, perdi as contas de quantas vezes os professores passavam como tarefa a leitura de um determinado clássico e eu já tinha lido faz tempo rsrs.
Em relação a Macunaíma, eu não li e confesso que não tenho interesse em lê-lo, mas esse ponto que você citou, sobre a característica de aproximar a forma escrita da forma falada, pra mim também é um ponto negativo, nesses momentos glossários e rodapés são sempre bem-vindos para mim, acho que as edições dos clássicos deveriam sempre posduir isso, facilitaria muito a leitura para o leitor...
Bjos!
Dom!
ResponderExcluirRealmente a leitura desse livro é um tanto complicada, principalmente porque acredito que ela foi escrita mais para ser uma produção teatral e dificulta a leitura.
Mas como falou, os clássicos, são clássicos e devem ser lidos.
cheirinhos
Rudy
Li dois clássicos apenas na escola, mas li alguns pra passar o tempo. A leitura desse livro é difícil e cansativa por ser clássico histórico, aborda bem a cultura nacional.
ResponderExcluirEu confesso que fugi de todos os clássicos na época escolar, mas agora pretendo mudar isso.
ResponderExcluirInteressante saber sobre Macunaíma, ainda mais com uma temática que permanece atual. Não tenho tanta expectativa, mas vou tentar ler em algum momento.
Abraços
Olá Nardônio!
ResponderExcluirConfesso que também não sou muito afeiçoado a clássicos. Como todo mundo, fui obrigado a ler vários títulos na época do ensino médio e, como você mesmo disse, isso afasta a gente de tentar absorver as histórias com boa vontade rsrsrsrsrs.
Bom saber que aqui Mário de Andrade não poupa esforços para retratar as características da época, mas vejo que a linguagem realmente exige uma certa paciência do leitor para pausar a leitura e pesquisar termos desconhecidos.
Infelizmente sabemos que a violência contra a mulher está mais atual do que nunca, e a obra, nesse sentido, se torna mais uma fonte de reflexão.
Beijos.
Olá Nardônio!
ResponderExcluirEu tive um professor de português que idolatrava Macunaíma, mas nunca tive vontade de ler. Esse jeito falado de narrativa dificulta um pouco as coisas, já que muitas vezes somos estimulados a ler para aumentar nosso vocabulário, a leitura dessa obra seria difícil para mim. Essa representação do "jeitinho brasileiro" seria cômico se não fosse trágico, mas seguimos na luta para consertar essa visão que as pessoas têm de nós.
Beijos
Tenho até hoje preconceito com livros classicos nacionais. A escola me traumatizou completamente com a pressão de ler o guarani. A linguagem nos deixa perdidos e a pressao estraga tudo. Queria coragem para hoje em dia voltar aos classicos
ResponderExcluirOlá! Eu enfrentei os mesmos problemas na minha época de escola, essa obrigatoriedade em realizar algumas leituras é bastante desanimador.
ResponderExcluirGostar dos clássicos literários, eu gosto, so preciso ter um pouco mais de atenção. Nunca li esse livro nos tempos da escola, o que é uma pena, mas quem sabe eu tenha oportunidade de ler esse livro agora.
ResponderExcluirAcho que as coisas quando são obrigadas acabam ficando menos interessantes, por isso, esse sofrimento de nós pobres estudantes injustiçados (risos), brincadeiras a parte, eu também não sou muito fã (até o momento) dos clássicos nacionais e para ser sincera só os quotes destacados já me deixaram para lá de confusa, acho que ia demorar uma eternidade para concluir a leitura.
ResponderExcluirOi, Dom
ResponderExcluirGosto dos clássicos nacionais, mas esse não tenho muita vontade de ler não, e por você não ter sido conquistado também pela leitura, acho que nem vou começar kkkk
É que li um de contos do Mário de Andrade pro vestibular. E foi bem na obrigação, sabe? Porque era muito arrastado, daí já tenho ranço do autor kkkk
Bjs
Olá, Nardonio
ResponderExcluirNa escola também fugi desses clássicos, até tentei ler alguns e não entendia nada. Para provas e vestibular li resumos.
Hoje tenho mais maturidade como leitora é tenho vontade de ler esses clássicos.
Essa edição tem uma capa linda! Poderia ser um livro comentado, com glossário para ficar fácil e prático na hora de ler.
Beijos
Macunaíma é muito chato de ler. Cansativo até. Em qualquer ocasião, obrigado ou não.
ResponderExcluirTornou-se um Clássico devido ao politicamente correto.