Cortesia do Grupo Companhia das Letras
Distopias sempre estiveram na minha listinha de gêneros literários preferidos, então, assim que esse livro apareceu como opção de leitura, aceitei na hora. E, ao saber que foi escrito por uma autora portuguesa, percebi que foi uma decisão acertada.
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Título: A Nossa Alegria ChegouOnde comprar: Amazon
Autor: Alexandra Lucas Coelho
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Distopia
Páginas: 176
Edição: 1ª
Ano: 2021
Toda a trama é desenvolvida em um período de 12 horas, contadas de forma decrescente, indicando ao leitor que algo com grandes consequências acontecerá. Trata-se da realização de um plano criado por três amigos (Aurora, Ira e Ossi), para destronar o Rei. Paralelo a isso, vamos acompanhando outras personagens dividindo o mesmo cenário fictício. Cada capítulo é equivalente a uma hora, e em cada um deles, todas as visões são mostradas. Creio que essas mudanças de visões no mesmo capítulo diminuíram um pouco o ritmo da trama, mas nada que atrapalhasse absurdamente o desenrolar do que estava sendo contado.
Um ponto positivo foi o desenvolvimento de algumas personagens, como o trio Aurora, Ira e Ossi, e Úrsula e Félix (mãe e filho), aos quais a autora desenvolveu um pouco mais suas histórias e personalidades. O cenário criado também é um ponto bastante positivo, pois Alexandra criou uma região fictícia, com direito a suas próprias geografia, cultura e lendas.
“Os três abraçam-se, só respiração, só corpo (oxigénio, hidrogénio, nitrogénio, carbono), até esse pó de estrelas la no começo. Nem a vida na Terra teria começado sem estrelas, nenhuma bactéria, nenhum coração. Três corações a bater juntos: afastam-se. Ira segue para a direita, em direção à foz, Ossi vai desamarrar o barco, Aurora corre para a duna.” Posição 481
Em relação a escrita, gostei bastante. A autora consegue dar características diferentes a cada uma das visões narrativas. Em uma, ela utiliza uma espécie de jogo de palavras, que deixa o texto próximo ao poético. Em outra, utiliza termos e expressões de Portugal. Enfim, em meio a tantas visões, conseguimos, sem muitos esforços, distinguir qual núcleo está sendo acompanhado.
“O sol dá-lhes em cheio. Três corações, seis pulmões, biliões de nervos numa cama de rede, tórax com tórax, boca com nuca, côncavos, recôncavos, convexos. Jovens como a flor do cacto de Alendabar, a praia onde acordam.” Posição 31
Um dos pontos negativos que achei foi a questão do não aprofundamento da distopia em si. Ficou apenas nos relatos e/ou comentários das personagens. Senti falta de foco em cenas e ações que mostrassem, de fato, o que fez/faz Alendabar ser considerada uma sociedade distópica. Temos a figura do Rei, mas, sinceramente, não consegui nutrir uma antipatia pelo mesmo, pois foram poucos os relatos sobre sua tirania. Outra coisa que me incomodou foi a frágil conexão entre as histórias paralelas. Imaginei que, em algum momento, a interação entre elas seria bem maior, mas ficou apenas uma sensação de tramas soltas em um mesmo cenário.
Finalizo a resenha indicando aos amantes de uma trama levemente distópica e com uma pegada mais objetiva.
Dom!
ResponderExcluirTRiste ver que todo universo distópico ficou aquem do que deveria, entretanto, como as personagens parecem ter vida própria e uma personalidade diferenciada, acredito que vale a pena ler.
cheirinhos
Rudy
Acho difícil contar uma distopia num período tão curto de tempo, pois distopias geralmente possuem histórias profundas, e precisa de tempo para explicar as causas.
ResponderExcluirJá que disse que não há aprofundamento da história, realmente deve ter deixado a desejar.
Danielle Medeiros de Souza
danibsb030501@yahoo.com.br
Oi, Nardonio! Eu adoro distopias! Pena saber que o cenário distópico não foi tão bem desenvolvido. Achei interessante a estrutura narrativa e a forma como a autora trabalhou a escrita.
ResponderExcluirDistopia não é um gênero que leio muito, mas sei que, geralmente, são histórias longas, as vezes até viram séries. Tudo para melhor desenvolver o enredo.
ResponderExcluirCom personagens tão interessantes e a premissa, se houvesse mais desenvolvimento seria A distopia
Vivemos na era das distopias reais rs e por isso, sempre esperamos mais dos livros que tratam do gênero.
ResponderExcluirMas mesmo assim, eu achei muito interessante o universo criado com estes três personagens e curiosa com a amizade entre eles.
O Rei deve ser meio... rs chato? rs
Mas mesmo com todas as ressalvas, senti muita vontade ler sim!
Beijo
Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor
Olá, Nardonio
ResponderExcluirUns anos atrás eu amava ler distopia, acho que tava bem em alta na época, mas confesso que hoje em dia eu nem procuro tanto.
Que pena que a autora não aprofundou muito no tema em si, já que é o que a gente gosta de ler quando pega um livro do tema.
beijos
Olá
ResponderExcluirConfesso que distopia não é um gênero que me atrai.
Uma pena que a autora não aprofundou sobre os temas abordados no livros e deixou pontas soltas.
Bjs
Eu não conheço muito da distopia, dos que li não gostei muito e acabei deixando de lado, como Divergente. Mas esse ano estou encarando os gêneros que nunca dei tanto valor, tenho aqui pra ler 1984 e estou bem animada.
ResponderExcluirMas me pareceu interessante esse aspecto de ser contado em 12 horas :)
Distopia é um gênero que está me chamando muita atenção, então já gostei de saber sobre esse livro. Interessante que a história se desenvolve em 12 anos, mas é uma pena que falte aprofundamento.
ResponderExcluirAbraços
ResponderExcluirOlá! Quando vi o número de páginas já desconfiei que não ia dar para desenvolver tão bem assim essa distopia hein, mas mesmo o enredo tendo ficado assim um pouco superficial demais, achei bem interessante o plot do livro.
Oi, Nardonio!
ResponderExcluirConfesso que distopia não é um gênero que costumo ler, até li um livro distopico e apesar de ter gostado não me aventurei a ler outros, mas pretendo ler outros livros desse gênero futuramente, o problema é que é difícil de uma distopia despertar o meu interesse a ponto de me fazer decidir lê-la...
Quanto à A nossa alegria Chegou, não conhecia, mas se a oportunidade de o ler surgir arriscarei a leitura sim, gosto dessapegada mais objetiva.
Bjos!
Olá Nardonio!
ResponderExcluirEu também adoro distopias, mas confesso que faz tempo que não leio uma. Gostei de saber desses recursos usados pela autora no seu estilo de escrita, realmente é um diferencial. Histórias que enfatizam o valor da amizade e companheirismo sempre me emocionam. Uma pena alguns pontos terem deixado a desejar. Não sei se é uma série, mas a autora poderia escrever uma continuação para compensar esses pontos e explicar melhor sobre o rei e o universo em que se passa a história.
Beijos
Li poucos livros de distopia, sempre tive um pouco de dificuldade para ler esse estilo. Mas curto dependendo da leitura. Vi os pontos positivos e negativos e não sei se leria, achei essa história um pouco fraca, faltou algo para ficar completa.
ResponderExcluirOi, Nardonio
ResponderExcluirO universo criado pela autora é interessante, como ela pensou em tudo, seus personagens buscando o melhor e se livrar de rei tirano.
Mas uma pena que ela não trouxe um enredo com mais profundidade.
Claro que mesmo com essa ressalva estou curiosa para ler, beijos.
Ahhh, uma pena a distopia não ter sido explorada de maneira mais ampla, fiquei bem animada quando vi que se tratava de uma, pois gosto muito do gênero, mas confesso que ao ler a resenha num todo acabei me decepcionando um pouco.
ResponderExcluirOi, Dom
ResponderExcluirAmooo distopias!
Esse parece legal.
Com uma escrita que cativa, embora um tanto rasa. Mas já me deixou curiosa.
Parece ser bem leve também, o que tenho optado por ler nos últimos dias.
Bjs