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16.5.22

Uma Família Feliz [David Safier]

David Safier

Fazendo piada com os relacionamentos familiares

Ao escolher Uma família feliz (Planeta, 287 páginas), num primeiro momento o fiz pela capa, depois pela sinopse um tanto quanto amalucada. E tive uma grata surpresa, o livro é hilário, divertidíssimo!

Uma Família Feliz
Título: Uma Família Feliz
Autor: David Safier
Tradutor: Mariana Ribeiro de Souza
Editora: Planeta
Gênero: Fantasia com comédia
Páginas: 288
Edição:
Ano: 2013
Onde comprar: Amazon

De cara nos deparamos com Emma, a mãe, e sua vida enfadonha e cheia de monotonia:

“Pela enésima vez, meu celular tocou durante o expediente... Primeiro minha filha adolescente Fee me preparando psicologicamente para a notícia de sua reprovação... Depois seu irmão caçula Max que me ligou para dizer que não podia entrar em casa, porque tinha esquecido a chave outra vez (será que existe Alzheimer em crianças?)... Dessa vez vi pelo visor que era o meu marido Frank. Provavelmente para me comunicar que, como sempre, chegaria tarde do escritório (o que significava, primeiro, que eu teria que brigar de novo sozinha com a Fee por causa de sua preguiça olímpica em relação à escola, depois enfrentar, sem nenhum tipo de ajuda o caos que reinava em casa...)”

Sua filha Fee não fica atrás e detona tudo a sua volta:

“Mas hoje refleti pela primeira vez sobre os celenterados. Na verdade são criaturas felizes: não têm uma mãe lerda, um pai estressado, um irmão irritante, nem aulas chatas sobre celenterados... Mas o melhor de tudo é que um celenterado não pode ser suspenso só porque não sabe nada sobre celenterados.”

O caçula Max não consegue se enquadrar em nada, mesmo com todo o esforço feito pela mãe:

“Nos últimos anos, Max se tornara um rato de biblioteca, extremamente tímido, pois adorava mergulhar no mundo da fantasia. A realidade era realista demais para ele. Eu até conseguia entender isso, mas não podia permiti-lo. Primeiro eu tinha tentado que ele estudasse música, mas sua professora de coral me chamou num canto e disse: ‘Sinto muito lhe dizer, mas seu filho não encontraria o tom nem que estivesse na frente dele’. Depois disso, eu o matriculei no futebol, mas seu técnico usava métodos de Saddam Hussein. No último jogo antes de Max parar, Saddam berrou comigo: ‘Da maneira como seu filho joga, a senhora deveria checar se ele não é gay’.”

E por fim o pai Frank, sempre esgotado, sem forças para alterar a situação:

“Já havia algum tempo eu tinha a sensação de que meu cérebro estava se exaurindo... No bando eu me sentia um maratonista. Alguém a quem, ao final da corrida, vinham dizer: ‘Isto é um triátlon’. E ao final do triátlon, anunciavam: ‘Ei, você, foi tão legal que vamos fazer outro’. E no final de tudo esclarecem: ‘No início da primeira corrida você deixou alguma coisa pra trás. Pode ir lá buscar, por favor?”

É claro que esta família é um barril de pólvora, basta uma faísca e tudo vai pelos ares. E isso acaba acontecendo e a explosão de Emma vem avassaladora:

“— É uma merda ter uma filha que só me critica. E um filho que vive recluso. E pior ainda: estar casada sem viver um casamento de verdade. Mas vocês sabem qual é a pior de todas as merdas? A pior de todas as merdas é que não somos mais uma família de verdade... Sim, eu sei também que não deveria falar ‘merda’ na frente de meus filhos, mas a palavra descreve perfeitamente a merda da nossa família!”

É triste perceber que não há mais fundo para este poço. Então, após saírem para uma espécie de festa à fantasia (Emma vestida de vampira, Frank de Frankenstein, Fee de múmia e Max de lobisomem) que terminou em um outro barraco, uma bruxa tromba com esta família, não gosta da atitude de nenhum deles e os amaldiçoa – transforma cada um deles em monstros de verdade. Sim, eles passam de fantasiados a aberrações.

Precisarão encontrar novamente a bruxa para que ela reverta a maldição. Com a ajuda de Jacqueline (que enfiava a cabeça de Max na privada sempre que o encontrava) e da amiga de Emma, Cheyenne, uma riponga de carteirinha, enfrentarão inúmeros perigos – monstros, vampiros, inclusive o próprio príncipe dos condenados – Drácula, que dará em cima de Emma, destilando todo seu charme.

O livro é leve, saboroso e ótimo para quem procura uma leitura rápida e descompromissada. A todo momento eu caía na gargalhada. Basta ler o trecho abaixo pra sacar o quão moderna é a escrita do alemão David Safier. Sim, um alemão! Quem disse que alemães não têm senso de humor?

“Mas como se diz por aí: a esperança é a última que morre. Uma frase que também se pronuncia depois de afirmações, como: ‘Nossas instalações nucleares são seguras’, ‘Se a orquestra está tocando, é sinal de que o barco não está afundando’, ‘Se ficarmos em silêncio, o rinoceronte passará longe’, ou ‘Com o próximo homem, tudo será diferente’.”

É isso aí gente, como está estampado na capa: “Uma aventura para morrer de rir!”. Adorei e já separei o outro livro do autor para ler um dia desses em que eu estiver precisando me livrar das chatices da vida.

O livro nos faz refletir o quanto deixamos escapar as tais “pequenas coisas”. Todas as famílias têm seus problemas, portanto é preciso encontrar algo bem lá no fundo, que prove que valha à pena todos os perrengues pelos quais passamos. Seria isso o “Amor”? É melhor que essa busca seja feita com um sorriso nos lábios, já que sorrir é o melhor remédio!

14 comentários em "Uma Família Feliz [David Safier]"

  1. Oi, Rodolfo! Só pela capa já fiquei com muito interesse em conhecer essa história. Sabendo, então, que o livro possui momentos de humor, a vontade só aumentou. Personagens peculiares e uma relação familiar pra lá de curiosa. Parece ser bem divertido!

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  2. A capa também me enganou.... achei que seria um terror.... mas é um livro divertido sobre uma família de verdade e normal até que encontra uma bruxa

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  3. Rodolfo querido!
    Andava com saudades das suas resenhas.
    Tão bom pegar um livro hilário, carregado de personagens engraçados e com um enredo leve, que nos faz desopilar um pouco, tanto da rotina diária, quanto dos livros mais pesados.
    Amei todos os quotes destacados.
    cheirinhos
    Rudy

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  4. A capa que leva à um terror e do nada, a gente se pega sorrindo feliz com as situações hilárias e nada hilárias dessa família bem confusa( como todas as famílias são)
    Eu ainda não conhecia o livro, mas admito que leria fácil pela capa e agora quero ler mais ainda, pelo conteúdo!!!
    Listinha de desejados com certeza.
    Beijo

    Angela Cunha Gabriel/Rubro Rosa/O Vazio na flor

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  5. Olá!

    Quando eu tinha visto que você deu 3 estrelas, já estava achando q era um livro mais ou menos kkkkkk
    Mas depois da resenha fiquei com vontade de ler! Vou adicionar na minha lista.
    Achei a capa bem diferente

    Beijos

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  6. Jamais escolheria esse livro pela capa, não acho nada atraente. E a história também não me pegou, talvez para mim funcionasse no formato de filme. Posso estar enganada, mas a princípio pulo este livro.

    Danielle Medeiros de Souza
    danibsb030501@yahoo.com.br

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  7. Essa capa é muito estranha rsrs.
    É incrível como a gente vai fazendo julgamento de um livro só através da capa .Achei que fosse algo mais voltado para um suspense ou rsrs.Nâo imaginei que se trata de uma trama que tem humor.Toda família tem sim seus perrengues rsrs

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  8. Confesso que não leria esse livro pela capa, mas a sinopse chama atenção, e saber mais dessa família e o que a bruxa faz com eles torna a leitura ainda mais interessante. E o mais legal é que consegue passar uma boa mensagem de uma maneira divertida, até me lembrou os filmes da sessão da tarde.

    Abraços

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  9. Oi Rodolfo,
    Que medo dessa capa XD num primeiro momento não achei que o livro teria uma veia cômica, mas com sua resenha indicando ser hilário, meu olhar mudou.
    Bons trechos selecionados, fiquei com vontade de saber o final e a trajetória dessa família depois da maldição da bruxa, uma história decerto diferente!

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  10. Oi, Rodolfo!
    Gosto de histórias leves, e faz um tempão que li um livro onde a história girava no relacionamento familiar... Não conhecia Uma família feliz, valeu pela dica!
    Bjos!

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  11. Sinceramente que capa pavorosa, não gostei. Mas fora isso parece um livro bem legal e que engana com a capa. Seria um livro que eu não pegaria na estante, mas conhecendo do que ser trata, já da para pensar.

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  12. Mas gente, ao contrário de você, essa capa não despertou nenhum interesse em conhecer mais da história, aliás, ela fez justamente o contrário, mas lendo a sinopse e resenha percebi que não é bem assim, e não é que fiquei com uma baita vontade de conferir e me divertir muito com essa família.

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  13. Olá! Difícil acreditar que um livro com uma capa tão sinistra (pelo menos para mim) seja divertidíssimo, mas vou acreditar na sua resenha hein, espero então, em breve, me divertir com essa família.

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  14. Oi,
    Aiii não conhecia, mas fiquei com vontade de ler.
    Parece superdivertido e diferente, bem fluido. E que nos faz refletir sobre a importância da família. Sobre como todos tem problemas, mas a importância de viver cada detalhe do dia a dia com leveza e amor.
    Lerei!!
    Bjs

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