A Luz Através da Janela [Lucinda Riley]

Cortesia da Editora Arqueiro

Falar de Lucinda Riley aqui, está ficando cada vez mais repetitivo (risos), e desde já peço desculpas por enaltecer tanto essa escritora, mas que se faz necessário! A Luz Através da Janela foi o segundo livro da Lucinda que li, isso a pouco mais de dez anos atrás, mas essa história sempre me acompanhou em pensamento toda vez que eu pegava um livro da autora pra ler, e a vontade de reler era inevitável. Até que a editora Arqueiro resolveu relançar essa obra prima com uma nova tradução, e eu não pude deixar de, finalmente, reler essa história.

Título: A Luz Através da Janela
Autor: Lucinda Riley
Tradutor: Fernanda Abreu
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance Histórico
Páginas: 448
Edição: 1ª
Ano: 2022
❤ Favorito

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Mais uma vez a história possui duas linhas temporais que são 1943 e 1998. Temos novamente a Segunda Guerra Mundial como pano de fundo central a história, e nessa linha de tempo conhecemos Constance Carruthers, que é recrutada para ser uma espiã na Paris já ocupada pelos nazistas. Tinha ido à mando de um contato e este acabou sendo preso pela Gestapo. Aparentemente sem rumo, Constance acaba sendo hospeda na família La Martinières. Uma família cheia de segredos e mentiras.

Já em 1998 conhecemos Émilie de la Martinères, uma personagem bem complexa que possui uma intensa e conflituosa relação com sua mãe Valérie, o que fica bem nítido logo de cara no primeiro capítulo.

“Émilie não sabia ao certo como deveria se sentir. Afinal, havia imaginado aquele momento muitas vezes ao longo das últimas semanas. Deu as costas para o rosto da mãe morta e olhou pela janela, para os fragmentos de nuvem suspensos no céu azul feito suspiros que ainda não foram assados. Pela janela aberta podia ouvir o canto débil de uma cotovia anunciando a primavera.”

Émilie acabara de se tornar a única herdeira de uma mansão no sul da França, e mesmo a contragosto, já que seu desejo maior era vender a propriedade, ela vai acabar descobrindo tudo o que realmente aconteceu com sua família, bem como uma estranha ligação com Constance.

Lucinda consegue construir perfeitamente linhas temporais, e aqui falo sobre o seu talento em conseguir colocar o leitor na atmosfera de um país em guerra e ao mesmo tempo nos transportar para o mesmo país (1998) à beira da virada do milênio, já com novas vestimentas, costumes, enfim, com toda uma mudança geral de contexto. Esse contraponto, mesmo presente em tantos outros livros de época que misturam passado e presente, o modo como a autora consegue transitar sem se perder levando consigo uma quantidade grande de personagens, isso é para poucos!

A quantidade de personagens nesse livro é realmente algo absurdo. Mas no bom sentido. As famílias possuem uma grande importância para o contexto da história, seja no passado ou presente, vale a pena prestar bastante atenção em cada um. Garanto que vão se surpreender com as conexões entre eles.

Dentre esses personagens está Sophia de la Martinères. Uma mulher com deficiência visual, que irá emocionar a qualquer um. A pureza que Sophia possui, o modo como o mundo a sua volta lhe parece belo e destrutivo, é de deixar qualquer leitor de olhos marejados. Os diálogos dela, o seu "romance proibido", o contexto da guerra, faz todo um sentimento maior e com certeza arrancará lágrimas de quem estiver lendo. Sem falar dos poemas que ela escreve que são perfeitos!

“Luz da aurora, um doce pêssego maduro, a areia lambida pelo mar azul-escuro. um ar de primavera, a rosa coberta de orvalho, o zumbido das abelhas a fazer o seu trabalho. Tudo só beleza até onde o olho alcança faz os cinco sentidos se encherem de esperança. A cela escura, o pavor da noite, O mistral soprando feito açoite. O frio inverno numa terra arrasada, 0 gelo cortante da mão congelada. A beleza, hoje lembrança distante, não mais habita cada longo instante.” (Um trecho do poema Paraíso)

A narrativa de Lucinda é viciante de tão maravilhosa que é. É impressionante o modo como ela consegue prender o leitor do início ao fim. Uma prova disso é que me tornei tão fã, que já li quase a sua obra completa. Me falta apenas A garota Italiana, A história de Pa Salt (O oitavo e último livro da série As Sete Irmãs, que será lançado em maio), como também os livros infantis que estão sendo lançados pela Arqueiro em parceria com o filho da autora Harry Whittaker. Vale lembrar que, infelizmente, Lucinda faleceu em junho de 2021, mas a mesma acabou deixando orientações para seu filho terminar a série d'As Sete Irmãs.

Se tem dúvidas se indico a leitura? Melhor ler a resenha novamente, rs! Indico todo e qualquer livro da autora, e se quiser iniciar por esse aqui, será uma ótima porta de entrada para conhecer a autora. Vocês não vão se arrepender, garanto!

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