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23.7.24

Bom dia, Verônica [Raphael Montes e Ilana Casoy]

Raphael Montes e Ilana Casoy

Cortesia do Grupo Companhia das Letras

Alguns meses atrás tive minha primeira experiência literária com Raphael Montes e, desde então, a ideia de conhecer outras obras do autor não saiu da minha cabeça. Assim que “Bom Dia, Verônica” me foi oferecido, não pensei duas vezes. Além de ser coescrito pelo Raphael, toda a repercussão em torno da série fez aguçar ainda mais minha expectativa.
Título: Bom dia, Verônica
Autor: Raphael Montes e Ilana Casoy
Editora: Companhia das Letras;
Gênero: Thriller e Suspense
Páginas: 320
Edição:
Ano: 2022
❤ Favorito
Onde comprar: Amazon

O “Bom Dia, Verônica” fica apenas por conta do título mesmo, pois, desde a primeira página, percebemos que os dias de nossa protagonista não são lá essas maravilhas todas. Além de monótonos, ainda precisa conviver em um ambiente de trabalho bem mais ou menos. Afinal, ser secretária em uma Delegacia da Grande São Paulo não deve ser nada confortável.

A sensação que tive ao acompanhar Verônica era que ela precisava lutar o tempo inteiro para provar sua competência (senti umas pitadas de machismo vindas de todas as partes dentro da repartição, principalmente por parte de seu chefe direto). Sua vida dá uma guinada, quando ela se depara com duas situações em que o “sistema” não faz o mínimo esforço para solucionar, e ela resolve iniciar as investigações por conta própria. A partir desse momento, passei a ter uma relação de amor e ódio com nossa protagonista.

“Forcei um sorriso concordando com ele. Mais do que um soco, o velho merecia uma surra. Machista de merda. Eu sabia quanto era difícil para qualquer mulher vir até uma delegacia prestar queixa, ter que vencer a vergonha, e explicar como foi feita de trouxa por um galã que lhe fez juras de amor pela internet. Só pensava em como Marta tinha se sentido ao ser recebida por Carvana, aquele tom depreciativo na voz, aquele desprezo pela dor que ela sentia.” Posição 152

Um dos grandes pontos fortes desse livro é, sem dúvida, o domínio completo dos autores em todos os pontos: Construção de personagens, situações, narrativa, ritmo da trama, descrição de cenas/atmosfera e atenção do leitor. Virei fã deles.

No quesito personagens, posso adiantar que os únicos inocentes na trama são as crianças (risos). Até nossa protagonista tem seus deslizes (ela é humana, afinal), mas, mesmo assim, continuamos nossa torcida por ela. O que mais me impressionou é que essas personagens possuem características bastante próximas da nossa realidade. Basta observarmos um pouco mais ao nosso redor, e acharemos alguém muito parecido com aquela determinada personagem, ou então assistirmos a algum programa policial, ou ler algo relacionado a algum caso real envolvendo um serial killer. Pronto, mais um alerta instalado na nossa mente com sucesso.

“O bunker é muito maior do que ela imaginava. Preso ao teto, corre um trilho circular que abrange quase todo o perímetro. Logo acima de sua cabeça, uma coleção de candeeiros para velas iluminava o ambiente. É tão macabro que chega a ser bonito. Em uma parede ao lado, um imponente quadro de ferramentas se ergue diante dela. Tudo muito organizado por ordem de tamanho.” Posição 1895

Outro ponto positivo é o ritmo da trama. Montes e Casoy conseguem equilibrar o fluxo de uma maneira impressionante. Os picos de tensão são bastante altos e, logo em seguida, levamos um balde de água fria, que nos faz xingarmos até a quinta geração deles. (risos).

Confesso que essa foi uma das resenhas mais difíceis de escrever, pois esse livro tornou-se um dos meus favoritos. Escrevi, apaguei, reescrevi, apaguei novamente, e cheguei a conclusão de que, por mais que eu tentasse, não iria conseguir pôr em palavras todas as sensações que tive ao ler essa trama. Tentei ser o mais sucinto possível, e lutar bravamente para não soltar spoilers. Bom, nesse ponto, acho que consegui.

Finalizo indicando a leitura aos amantes de thiller policial/investigativo, repleto de personagens reais e reviravoltas interessantes.

5 comentários em "Bom dia, Verônica [Raphael Montes e Ilana Casoy]"

  1. O livro e a série, consequentemente, não fazem o meu estilo.
    Mas não posso deixar de enaltecer a qualidade de Bom Dia.... pela escrita visceral e crua, realista e dolorosa

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  2. Não li nenhum livro do Raphael Montes ainda.Tambem não assisti a série.
    Muito bom quando pegamos um livro que tem todas essas qualidades mencionadas por você.. Ótima resenha

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  3. Oi, Nardonio! Gosto muito da adaptação de Bom dia, Verônica e ainda quero ler a obra original. Já tive contato com a escrita da Ilana Casoy, através de um livro não ficcional, e me impressionou sua habilidade. Raphael Montes ainda preciso conhecer. Saber que os dois escritores trabalharam tão bem a trama, com uma construção positiva de personagens e ritmo narrativo, me faz querer ler ainda mais.

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  4. Nossa, tão bom quando um livro nos deixa com essa sensação, não é mesmo? Ouso dizer que conseguiu descrever muito bem a sua experiência com essa obra.
    Ainda não li, não é um gênero que me chama atenção, mas achei interessante saber sobre, principalmente por ter personagens reais.

    Abraços

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  5. Olá! Tenho muita curiosidade em ler esse livro, já li muitas coisas positivas sobre ele, e sua resenha não foi diferente, me deixou ainda mais empolgada para finalmente conferir essa história.

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